O caso "PYENAA"

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Com o cair da noite, tudo estava tranquilo, até parecia que seria um dia completamente normal. Pedro estava dormindo e Anne havia ido para a casa de sua mãe. Quando decidi ir para o meu quarto, no mesmo, encontrei com Ruby.

-Você precisa parar de pular minha janela, aqui tem campainha e eu ouço bem - disse eu, me jogando em minha cama.

-Desculpe, eu preciso de ajuda, tem um caso que não consigo resolver - Ruby disse. - Um homem conhecido por Ayce, foi assassinado, nenhum sinal de luta, arrombamento ou até mesmo algo retirado do lugar, a intenção era somente matar Ayce, a bala atingiu seu estômago, então deu tempo ele escrever um pequeno bilhete, nele dizia "PYENA está entre vocês agora", mas eu pesquisei e não há ninguém com o nome de Pyena.

-Aonde você arruma tanta informação? E como eu poderia ajudar?

-As informações simplesmente vem até mim. Normalmente eu consigo olhar a culpa nas pessoas, como se elas simplesmente me contassem que são as culpadas. Quando cortei sua garganta eu não vi a culpa em seus olhos, mas algo me disse para fazer aquilo.

-Alguma pessoa suspeita nesse caso? - perguntei me levantando e pegando um bloco de notas.

-Cinco pessoas, Nier e Peter, irmãos de Ayce, Yasmim, a namorada dele, Alec e Enny, amigos do mesmo. Já conversei com todos, mas, nenhum possuía culpa de um assassinato nos olhos, e dos cinco, quatro álibis foram comprovados. Falta o da Yasmim. Além desses não há nenhum outro suspeito.

-Resumindo, só a Yasmim é suspeita.

-Rafael, qual a língua mais diferente que você fala?

-Eu sei japonês, um pouco, mas sei.

Ruby viu uma possível solução para conferir o álibi de Yasmim, a mesma havia dito que estava na psicóloga Clarice, caso o álibi não seja confirmado, ela poderá ser a principal suspeita com 85% de probabilidade de ser a assassina, na manhã do dia seguinte Ruby e eu fomos até o consultório da tal psicóloga, Ruby com um distintivo falso e eu como tradutor dela.

-Olá senhora Clarice, sou Jonh, tradutor da detetive Ruby, sendo a mesma do Japão. - Eu disse. - Estou aqui para saber informações sobre Yasmim, é sua paciente?

-Não. - Clarice respondeu. - Ela é minha filha, se querem saber da morte de Ayce, ela estava aqui na hora determinada do assassinato. Podem ver nas câmeras!

Vimos que de fato Yasmim também não poderia ser a culpada. Após vasculhar tudo voltamos para a minha casa.

-O assassino foi bem esperto, seja lá quem ele for. - olhei para o bloco de notas e pensei um pouco. - Ruby, veja isso! Pyena é a inicial de Peter, Yasmim, Enny, Nier e Alec, talvez a mensagem não tenha sido escrita pelo Ayce, mas, pelo próprio assassino!

-Talvez seja as próximas pessoas... Vamos atrás de Peter!

Encontramos Peter junto de sua irmã Nier. Pegamos alguns escritos de Ayce e comparamos a letra do bilhete, não eram a mesma letra. A mensagem havia sido, de fato, escrita pelo assassino. Após termos certeza de que Peter e Nier estavam seguros, fomos a procura de Enny e Alec, ambos estavam vivos e seguros, por fim, fomos a procura de Yasmim, chamamos em sua casa e não havia ninguém, fomos até o consultório de sua mãe e a mesma afirmou não ter visto a filha. Voltamos até a casa de Yasmim.

Chamamos e ninguém respondeu, então Ruby tomou liberdade de arrombar a porta, entramos e achamos o corpo de Yasmim, jogada no chão, atiraram em sua cabeça, nenhum sinal de luta e nada estava fora do seu devido lugar. Em sua cama, um bilhete, "PENA está entre vocês agora" com uma letra totalmente diferente da letra de Ayce, de Yasmim, ou até mesmo do assassino de Ayce.

-Como isso é possível Rafael? É o primeiro crime de fato invisível. Vamos voltar até Peter e Nier?

-Sinceramente, não há locais para entrar ou sair daqui sem precisar arrombar a porta ou quebrar uma janela, a menos que quem veio até aqui tinha acesso a chave da porta. Vamos falar com os vizinhos antes.

Perguntamos a todos os vizinhos, até que finalmente conseguimos algo. A descrição de um homem, que era exatamente igual a Peter, esse homem foi visto saindo da casa dela. Fomos rapidamente até a casa de Peter e Nier, prontos para finalmente dar um passo a frente, ao chegar lá, percebemos que a porta estava aberta, entramos e o que encontramos nos fez voltar ao início, Nier estava esticada ao chão, com seu pescoço roxo, era a primeira morte por algo diferente de uma arma de fogo, subimos até o quarto e achamos Peter sentado no canto do quarto, nos aproximamos e percebemos que o mesmo havia sido baleado, dois tiros no peito, ao lado do corpo havia um bilhete escrito "EA está entre vocês agora", mais uma vez a letra era diferente.

-Ruby, vá atrás de Enny, eu procuro Alec!

Logo corri na direção da casa de Alec. Mas chegando lá, não havia ninguém, nem mesmo o corpo do mesmo, então fui na direção da casa de Enny.

[Part. Ruby]

Corri até a casa da Enny, arrombei a porta e vi a mesma caída ao chão da sala com um tiro no peito, ainda com vida do seu lado havia um bilhete "A está entre você". Percebi que alguém correu para os fundos da casa, ignorei Enny e corri atrás de tal pessoa, logo percebi que era Alec. Corri o mais rápido que eu pude e o derrubei ao chão.

-Fim da linha assassino! - Eu disse olhando nos olhos dele.

-Eu não sou um assassino! - Disse Alec.

Eu de fato queria matá-lo, mas não havia culpa no olhar dele, algo além dele, me dizia que ele de fato não matara ninguém.

-PYENAA, Peter, Yasmim, Enny, Nier, Alec e Ayce. A culpa não foi de ninguém. Ninguém aqui é assassino, somos apenas... meros suicidas. - Alec disse. - Ayce atirou contra si próprio, e Yasmim pegou a arma logo depois de voltar do consultório de sua mãe, atirou nela mesma, Peter ficou com a arma, Nier se enforcou com as próprias mãos até desmaiar e quando acordou bebeu veneno, enquanto isso, eu estava com Peter no andar de cima, ele atirou em si, levei a arma até Enny, que fez o mesmo, eu tomei o mesmo veneno que Nier, em 10 minutos estarei morto.

-Por isso não vi a culpa no olhar de vocês. Eu já vi muita coisa nessa vida, mas essa foi fantástica. Vá para sua casa e finalize o que começaram. - Larguei o mesmo. - Mas, qual o motivo?

-Só posso dizer que nós seis sentimos um ódio incomum pela vida, então decidimos tirá-las, sem ninguém ser culpado de nada.

-Um ódio? - Sorri. - Até depois, Alec!

Alec foi para sua casa e logo depois Rafael chegou. Expliquei tudo para ele.

[Part. Rafael]

Depois que Ruby me explicou tudo, eu finalmente poderia descansar, mas, nem tudo sai como esperamos, no caminho de casa, avistamos Júlio.

História de um Imortal - Rafael, o imortalOnde histórias criam vida. Descubra agora