Até que ponto?

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-Rafael, mantenha a calma. Tem algo aqui na casa dele que você precisa ver. - Ruby disse antes de desligar o telefone.

Respirei fundo tentando não permitir aquele ódio me consumir e fui até a casa de Júlio. Ao chegar lá me deparei com Ruby e Pedro em frente a casa.

-Rafael, devia ter contado para Anne que seu pai foi o culpado por tudo aquilo. - Pedro fala com um tom de voz mais elevado.

-Há muitas coisas que eu preciso contar para todos vocês, mas estou pensando na maneira correta de dizer. - Eu disse com um tom de voz calmo.

-Vai esperar isso acontecer com todos nós Rafael? Você vai acabar nos matando!

A cena que me veio a mente nesse momento foi eu cortando a cabeça de Pyenaa enquanto o mesmo estava na forma de Pedro, mas não poderia deixar isso me abalar.

-Agora não é hora, estamos no meio de uma guerra, Bispo! - Elevei o tom de voz deixando bem evidente a palavra Bispo.

-Sim senhor. - Pedro diminuiu o tom de voz.

-Um dia eu entendo como você faz isso Rafael. - Ruby disse - Venha ver isso aqui.

Entramos na casa e percebi vários desenhos e frases nas paredes, mas uma frase me chamou atenção "O destino sempre será o mesmo!", naquela frase haviam duas informações, o local onde ele estava, era a antiga estação central de trem, independente de onde os trens fossem, aquela era a única rota e eles sempre paravam lá, e o seu desejo, independente do que eu fizesse ele iria matar Anne, ele não queria dinheiro e nem coisas do tipo, ele queria um troféu maior, meu sofrimento, por toda a eternidade com a imagem dele matando Anne bem na minha frente. Outras informações que haviam na parede era que eu tinha apenas 24 horas para aparecer lá e que eu contasse a ele o motivo de eu não morrer.

Essa guerra contra ele estava somente começando, e pelo que aparentava, ele sente muito ódio, meu medo dele também se tornar um imortal havia apenas aumentado. Mais do que nunca eu precisaria de ajuda. Respirei fundo e fechei os olhos tentando me concentrar.

-Se me permite fazer uma pequena análise, você descobriu que a pessoa que queria te matar era o seu pai, você teve a chance de matá-lo mas não fez isso por medo, o libertou e com isso perdeu sua avó, conheceu a Ruby, finalmente pediu em namoro a garota que você gosta, que futuramente será sequestrada nessa análise, ajudou em um caso onde os seis mortos viraram imortais e fizeram o favor a mim de te zoar beijando sua namorada, você quase matou seu amigo por ele ter beijado sua namorada, logo depois descobriu que eram os seis mortos anteriormente, você tentou sequestrar seu pai e acabou tendo Anne sequestrada... Pelo seu pai! Eu sabia que você seria interessante, mas não a esse ponto, a vida é de fato uma caixinha de surpresas. - Light disse segurando as gargalhadas.

-Em troca de toda essa diversão você poderia me ajudar, que tal? E... Como você sabe de tudo isso? Você sabe de tudo o que acontece? - Perguntei.

-Se eu me concentrar consigo observar um imortal por vez, mas em quê você precisa de ajuda?

-Ruby tem o poder de ver culpa nas pessoas, Pyenaa tem o poder de metamorfose, qual o meu poder? 

-Você tem que descobrir por si só. Mais alguma coisa?

-Existe algum imortal que consiga parar o mundo ao seu redor? - Eu percebi uma expressão de espanto e tristeza em Light quando perguntei isso.

-Sim, existe! Mas creio que eu não possa ajudá-lo com isso também, a milênios que eu não falo com ele, se bem me recordo, a última vez que eu o vi estávamos em 300 lutando contra uns 30 ou 40 mil.

-Essa não foi a batalha de...?

-Estávamos muito doidos naquele tempo! - Light disse me interrompendo. - Grandes nomes do cinema, da música e tudo mais são imortais, teve um que fingiu tão bem a morte dele que até eu acreditei mesmo sabendo que ele era imortal.

História de um Imortal - Rafael, o imortalOnde histórias criam vida. Descubra agora