cap. 6 - se você quiser amor

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Se você quiser amor, você vai ter que passar pela dor
Se você quiser amor, você vai ter que aprender a mudar
Se você quiser confiança, você vai ter que dar um jeito


- NF // if you want love

rey's pov

sou a primeira a quebrar o contato visual depois de alguns segundos de silêncio constrangedor. como não sabia o que falar (ou fazer), simplesmente me virei e me dirigi à cama. que me aguardava, praticamente intacta, e foi então qe percebi que não tinha comido nada no jantar e pude sentir meu estômago revirar, mas simplesmente ignorei a sensação, já que estava tarde demais para ir ao refeitório sozinha e eu não ia pedir ao kylo para me mostrar como se pede comida no quarto depois do momento de pura estranheza que se passou entre nós há alguns minutos atrás.

deito-me na cama, mas não ouço nada, nenhum movimento, então subitamente me levanto e encaro um kylo ren encostado na parede, observando atentamente o chão, como se fosse a coisa mais interessante que ele estava vendo naquele momento, e talvez realmente fosse. 

"você vai ficar aí, parado?" pergunto, antes que a coragem se esvaie. sou agraciada com silêncio em retorno e o senti pensar, mas dessa vez não entrei em seus pensamentos, por isso me supreendo quando ele fecha a porta atrás de si e dá alguns passos à frente, ficando ao pé da cama. 

sentindo-me ligeiramente desconfortáel com a proximidade, mas não porque queria me afastar, e sim pelo contrário, chego um pouco para trás. tudo está tão estranho desde que matei palpatine, parece que não me reconheço mais, e temo que ele estava certo, sou mais trevas do que luz. 

kylo percebe meu desconforto e chega para trás também, mas dessa vez quem não quer que o outro vá sou eu. lentamente viro para o lado e tiro meus saltos,  fazendo uma nota mental de não voltar a usá-los novamente, pois quase caí diversas vezes com ele. teho que fazer notas mentais para várias coisas apenas na tentativa de ignorar o olhar vidrado de kylo ren sobre mim neste momento, então eu tento acelerar o processo, e falho miseravelmente, minhas botinhas são bem mais fáceis de tirar. 

ao terminar de tirar a fita da segunda sandália, jgo ela longe, já sem paciência, e me jogo nos lençóis e sinto a maciez dos travesseiros da primeira ordem. instintivamente, estico as pernas e tensiono os pés para cima, e depois viro na cama procurando uma posição agradável: uma cama tão grande... e tão vazia.

de olhos fechados, estou quase dormindo quando me dou conta que minha vestimenta de dormir deve ter subido e que ela é meio transparente, então me jogo para debaixo das cobertas, me enroscando em lençóis finos demais para uma pessoa como eu. não se ouvia nenhum pio, nem a respiração do ren era audível, então ouvi passos leves. fecho os olhos com mais força quando escuto meu nome ser pronunciado, de novo e de novo, até que para e eu acho que ele desistiu, mas é quando eu sinto a cama afundar a minha esquerda.

rey, eu sei que não está dormindo, posso sentir a vibração na força. ele pausa antes de complementar eu realmente quis dizer aquilo mais cedo, não quero te deixar sozinha aqui. ele suspira com minha falta de resposta, mas continua não vou te deixar ir dessa vez.

eu só queria dormir, então viro meu corpo para ele e abro os olhos de uma vez só, antes de perder a coragem.

"o que está acontecendo com a gente?" sinto meu estômago revirar e pecebo que anseio por uma resposta, só uma. sinto ele se aproximar um pouco, mas não o suficiente. ele abre a boca, provavelmente para falar alguma coisa, mas a fecha logo em seguida, ainda com os olhos baixos.  quando ele sobe seu olhar, ele faz uma breve pausa nos meus lábios antes de me encarar nos olhos. 

e é então que eu perco o controle.

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