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Boa leitura! 📖
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Ananda: Porque está aqui?- pergunta assim que a enfermeira sai do quarto.
Danilo: Eu já te expliquei.- dou de ombros.
Ananda: Porque continua aqui?- pergunta e eu arqueio a sobrancelha.
Danilo: Porque eu quero te ajudar.- digo como se fosse óbvio e eu quase vejo ela revirar os olhos, acho que é mania.
Ananda: Me ajudar no quê? Vai me enforcar até a morte?- me encara meio irritada mas não ligo.
Danilo: Eu estava pensando em te ajudar a não querer morrer.- digo com um sorrisinho de lado e agora ela não segura o revirar de olhos me fazendo dar risada.
Ananda: Não quero sua ajuda.- diz ríspida e eu finjo que não escutei. Acaricio o cabelo dela, sinto ela ficar atenta aos meus movimentos e tomo bastante cuidado pra não fazer algo que assuste ela.- Porque não deu certo?- olho pra ela quando escuto ela falar.- Eu tentei, mas não deu certo. Eu caí na porcaria da tentação, eu achei que Deus iria me ajudar, mas não.
Danilo: Eu aprendi uma coisa na minha vida como cristão, muitas vezes Deus vai permitir que te façam coisas mesmo não querendo, há uma grande diferença entre permitir e querer, a partir do momento que entendemos isso não julgamos as escolhas de Deus pra nós, se ele te fez passar por isso é porque deve ter um propósito.- explico tudo da forma mais calma e explícita possível.- Quando você declara pra si mesmo que Deus existe e o proclama como o seu único Deus você também deve entender que existe o diabo, alguém ruim que não quer te ver bem, ele não iria mexer contigo enquanto você estava em boates, bebendo, fumando, você já estava onde ele queria naquele momento, mas quando você tentou sair desse caminho ele teve que fazer algo, porque ele sabia que quando você abrisse os olhos pra realidade e notasse que a vida ao lado de Deus é melhor você não iria mais querer voltar pra sua vida de antes.- ela parece refletir por um momento as minhas palavras e eu deixo ela pensar.

Continuo acariciando seu cabelo, é tão sedoso que dá sono ao tocar.

Ananda: Preciso de um abraço.- sussurra com os olhos cheios de lágrimas, eu não demoro pra abraçá-la, continuo acariciando seu cabelo enquanto ela me aperta nos seus braços.
Danilo: Eu não vou embora.- murmuro beijando a bochecha dela e sinto as lágrimas dela molharem meu ombro.

Depois de alguns minutos abraçados sinto ela ficar leve, apoio a cabeça dela no travesseiro e vou soltando-a bem devagar. Acaricio a bochecha dela, observando ela dormir, beijo a testa dela e volto a acariciar seu cabelo. Não demora muito e eu adormeço na poltrona.

[...]

Depois de ter passado praticamente a minha tarde inteira com a Ananda, chegou a hora da despedida, e de alguma forma eu não estava tão feliz com isso.

Danilo: Eu vou voltar amanhã bem cedo, de acordo com o exame nós somos compatíveis.- faço mais uma brincadeira e dessa vez vejo a Ananda dar risada.
Ananda: Só no sangue.- murmura depois olhando pro nada.
Danilo: Ainda está em tempo de você ter tudo isso pra ti.- sorrio de lado e logo depois dou risada.
Ananda: Para de fazer esse tipo de brincadeira.- desvia o olhar e consigo notar as bochechas delas levemente vermelhas.
Danilo: Olha, ela cora.- digo com ironia e ela cruza os braços emburrada.- Eu não posso ficar mais aqui, mas amanhã cedo eu estou de volta, ok?- acaricio a bochecha dela e eu vejo ela fazer um bico.
Ananda: Tá bem.- murmura sem me olhar.
Danilo: O que foi? Eu volto.- tento atrair sua atenção mas ela não me olha.- Eu já disse que eu volto.- ela me olha e ergue os braços apreensivamente. Abraço ela com bastante cuidado, enquanto acaricio seu cabelo, e ela me aperta o máximo que pode.- Ei. Eu volto amanhã cedo.- faço ela me encarar e acaricio a bochecha dela.- Antes de você acordar eu estou aqui.- murmuro encarando os olhos dela.
Ananda: Promete?
Danilo: Prometo. Só não prometo entrar no quarto assim que eu chegar, tenho que ir primeiro fazer a coleta de sangue, mas assim que eu terminar eu venho aqui, tudo bem?- ela nega com a cabeça e eu dou risada.- Não acorde antes das 8:00.- digo beijando a testa dela em seguida.
Ananda: Tudo bem, não é como se eu fosse sentir sua falta.- dá de ombros e eu dou risada mais uma vez.
Danilo: Tudo bem então. Tenho que passar em um lugar antes.- dou de ombros e percebo o olhar irritado dela.- É brincadeira.- digo quando ela me fulmina com o olhar.- Vou estar aqui antes que você sinta minha falta.- beijo a testa dela e olho as horas no meu relógio.- Eu realmente tenho que ir.- digo e acaricio o cabelo dela mais uma vez.
Ananda: Tudo bem.- diz meio relutante e eu sorrio sentindo ela beijar lentamente a minha bochecha.
Mônica: O horário já acabou.- sorri sem graça assim que entra no quarto.
Danilo: Eu volto amanhã.- digo mais uma vez e a Ananda assente.- Fica com Deus.- beijo a testa dela mais uma vez e ela evita olhar pra mãe dela me fazendo reprimir uma risada.
Ananda: Tchau.- murmura acenando.

Me despeço da dona Mônica e saio do quarto. Encontro no corredor Pablo, ele me deu intimidade o suficiente pra chamá-lo apenas pelo nome, me despeço dele e ele mais uma vez me agradece. Depois de quase meia-hora chego na minha casa sã e salvo, agradeço a Deus mentalmente por ter me feito chegar vivo em casa e entro.

Paula: Boa noite.- vejo ela sentada no sofá enquanto assiste a um filme que eu já estava cansado de ver, Prova de fogo.
Danilo: Boa noite, mãe.- caminho até ela e beijo sua bochecha.
Paula: Como está a moça?- pergunta me fazendo sentar ao lado dela.
Danilo: Melhorando. Amanhã eu vou fazer a coleta de sangue, o Doutor falou que em, no máximo, uma semana ela já vai estar melhor.- aviso enquanto sinto os carinhos da minha mãe no meu cabelo.
Paula: Graças à Deus.- murmura beijando minha cabeça.- Eu estava pensando em fazer um pequeno almoço pra ela, ou talvez um piquenique no quintal.- sugere e eu encaro a minha mãe com a sobrancelha arqueada.
Danilo: Pelo que eu conheço da senhora, dona Paula, já deve estar me imaginando de terno e gravata no altar enquanto a Ananda entra na igreja.- ela me encara fingindo incredulidade e eu não caio na dela.
Paula: Eu só acho que Deus não te colocou na vida dela atoa.- dá de ombros.
Danilo: Sei.- murmuro levando um pequeno tapa na perna.- Vou tomar e depois desço pra jantar.- beijo a bochecha dela e me levanto.
Paula: Seu pai está cozinhando.- arregalo os olhos e ela sorri.- Já pedi pra entregarem a pizza umas 20:00 horas.- suspiro aliviado e depois nós dois rimos, todo mundo da minha família está de acordo que meu pai é um desastre na cozinha.

Entro no corredor, caminho até o meu quarto e entro no mesmo. Encontro o Daniel deitado na minha cama com o rosto inchado e vermelho.

Danilo: O que aconteceu?- pergunto começando a me preocupar e ele me encara relutante.
Daniel: Eu preciso confessar uma coisa.- diz com uma expressão de culpa que eu não entendo.
Danilo: Pode falar.- me sento na beira da cama e ele senta do meu lado.
Daniel: Eu fiz muita merda. Muita merda. Das grandes.- olha pra baixo parecendo não conseguir me encarar.
Danilo: O que você fez?- pergunto com apreensão.
Daniel: Eu vim hoje a tarde no seu quarto, pra...roubar dinheiro.- assume e eu continuo calmo.- Eu procurei por todo lugar, mas não encontrei. Quando eu fui olhar na sua mesa, eu vi dinheiro dentro da sua bíblia, quando eu fui pegar o dinheiro um versículo marcado me chamou atenção. Tava aberto no primeiro livro de Timóteo, capítulo 1, eu li o versículo 15 que tava grifado.- para por um tempo e eu espero ele continuar.

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1 Timóteo 1, 15

Esta palavra é segura e digna de ser acolhida por todos: Jesus Cristo veio ao mundo para salvar os pecadores, dos quais eu sou primeiro.

Lembrem-se sempre da diferença entre permitir e querer ❤

Será se dona Paula vai ser o cupido desse talvez possível casal? O que acham? ❤

Já preparem o coração pra lerem o que Daniel fez 😩

Até o próximo capítulo, fiquem com Deus ❤

Ousado AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora