Quem é Deus pra você? Seu refúgio? Sua fortaleza? Sua força? Ou apenas alguém que denomina pecado as coisas que você costuma fazer? Ananda vai descobrir por meio de Danilo que na verdade a visão que ela tem de Deus está errada, Danilo vai ajudá-la a...
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Danilo Morais
Uma semana depois...
Pai, eu te agradeço por ter me concedido mais um dia de vida, muito obrigado por ter me sustentando até aqui e por continuar permitindo que eu caminhe ao teu lado, fazendo assim com que eu me torne uma pessoa melhor de espírito e alma. Muito obrigado, Deus, por cuidar da minha família e os livrar de todo mal, muito obrigado por abençoar meus pais todos os dias fazendo com que eles tenham uma vida longa e cheia de fé, muito obrigado por nos deixar viver este glorioso dia. Amém!
Depois de ter orado, eu me levanto e caminho até o banheiro.
***
Coloco minha bolsa em cima do sofá, caminho até a cozinha e vejo meus pais e meu irmão sentados na mesa.
Danilo: Bom dia.- depois de ter pedido a benção pros meus pais, pego um maçã na fruteira e coloco café na xícara. Paula: Não vai sentar pra comer? Danilo: Não, estou atrasado pra faculdade.- digo bebendo o café de uma vez e sou repreendido com o olhar da minha mãe. Marcos: Tenha um bom dia. Danilo: Amém.
Peço a benção pra eles mais uma vez, me despeço do Daniel, meu irmão, vou até a sala, pego a minha bolsa e saio da minha casa. Depois de quase uma hora chego na faculdade, ter que pegar dois ônibus em zonas perigosas não é fácil, vendi meu carro quando tinha 18 anos pra pagar a faculdade, poderia muito bem deixar meus pais pagarem mas não aceitei, da mesma forma que Deus me deu forças pra trabalhar e comprar um carro uma vez, ele me dá de novo, eu tenho fé. Do nada me vem a lembrança da garota da semana passada, Ananda, e sorrio, gostei dela, apesar de não ser cristã, eu sinto que tem algo muito bom dentro dela e ela apenas não quer permitir que isso se aflore.
Samanta: Ei.- acordo do meu transe. Danilo: Oi, Sam.- entro dentro da sala e coloco minha bolsa na minha cadeira. Samanta: Bom dia.- beija a minha bochecha e eu beijo a testa dela. Danilo: Bom dia.- me sento na cadeira quando vejo o professor entrar na sala. Fabrício: Bom dia, classe.
[...]
Entro no hospital junto com a Samanta e logo pegamos nossos crachás com a recepcionista. Como disse pra Ananda semana passada, meu celular tinha sido roubado, eu estava com um amigo meu, Vagner, namorado da Samanta, eu entreguei meu celular mas o Vagner resolveu reagir e tomou um tiro no peito, graças à Deus não atingiu o coração. Entro no corredor pra ir em direção ao quarto do Vagner, mas uma cena em um quarto me atrai, o homem chora enquanto olha pra uma garota deitada na cama, ele acaricia a mão dela e meu olhar cai no braço dela, arregalo os olhos quando vejo os cortes no braço da garota, parecem profundos. Subo meu olhar e encaro o rosto da garota minuciosamente.
Danilo: Samanta, fala pro Vagner que daqui a pouco eu vou lá, preciso ver uma coisa.- digo e entro no quarto devagar não esperando que ela responda. Eu atraio a atenção do homem, ele deve ter basicamente a idade do meu pai, e ele fica um pouco assustado.- Oi.- murmuro e olho pro rosto da Ananda, está pálido e parece quase não haver sangue no corpo dela. Xxxx: Conhece a minha filha?- pergunta e eu fico na dúvida se afirmo ou nego. Na dúvida eu conto pra ele o pouco que conheço dela e como nos conhecemos.- Ela me falou de você.- sorri fraco.- Sou Pablo, pai da Ananda. Danilo: Meu nome é Danilo. O que aconteceu com ela?- pergunto me aproximando mais. Pablo: Um dia depois que vocês se conheceram ela não fumou o dia inteiro, eu fiquei surpreso e ela me falou de você. No segundo dia ela foi a igreja comigo e a mãe dela, no meio do culto ela saiu apressada, não resistiu e foi beber no banheiro, eu não vi mais ela depois. Dois dias depois ela apareceu jogada no nosso jardim, estupraram ela na frente da nossa casa, parece que ela resolveu aceitar carona e dessa vez não era uma pessoa de bem.- ele acaricia o rosto dela, eu consigo sentir a dor dele e me sinto horrorizado por saber que fizeram isso com ela.- Minha princesa não aguentou a pressão, tentou se matar um dia depois, mas minha esposa chegou a tempo.- ele deixa escapar um soluço.- Ela nos avisou que não adiantaria vigiar ela, uma hora ou outra ela conseguiria. Hoje de madrugada ela se cortou mais uma vez, depois tentou se afogar na banheira, eu vim correndo com o carro pro hospital e graças à Deus eles conseguiram salvar a vida dela. Ela precisa de sangue, mas minha esposa e eu não somos compatíveis.- ele demonstra a frustração nas palavras e eu me sinto muito mal, eu fiquei muito atraído afetivamente pela Ananda, senti um carinho imenso por ela. Danilo: Eu posso fazer os exames necessários e se eu for compatível posso doar.- vejo a esperança nos olhos dele e sorrio.- Se eu não for compatível minha família pode vir. Pablo: Eu serei eternamente grato.- se levanta, caminha até mim e me abraça. Danilo: Eu que agradeço por me deixar ajudar.- retribuo o abraço e ele chora nos meus braços. Pablo: Muito obrigado, rapaz. Eu fico grato à Deus por ter te colocado na vida da minha filha.- sorrio encarando ela na cama. Danilo: Ela vai ficar bem, com fé em Deus.
***
Acaricio a mão da Ananda, o pai dela acabou de sair, foi em casa tomar um banho já que ele estava aqui desde praticamente a madrugada, a mulher dele, Mônica estava em um outro quarto tomando sedativos, o choque de encontrar a filha num banho de sangue tinha sido muito grande e ela teve alguns desmaios, a pressão estava muito baixa. Vejo a Ananda abrir os olhos aos poucos e ela toma um grande susto quando me vê sentado de frente pra ela.
Danilo: Boa tarde, dorminhoca.- sorrio de lado e ela tenta falar algo mas não consegue.
Pego um copo descartável e coloco água do filtro pra ela beber. Ajudo ela a tomar água com muito cuidado e bem devagar, pra que ela não tenha ânsia de vômito.
Ananda: O que você tá fazendo aqui?- pergunta baixo e com a voz rouca. Danilo: Parece que Deus está a nosso favor.- brinco e ela sorri bem fraco.- Eu vim visitar um amigo e Deus resolveu nos juntar de novo.- ela tenta sorrir mas faz uma careta, acho que de dor.- Acho que o efeito da anestesia está passando.- digo pra enfermeira que acaba de entrar no quarto da Ananda. Xxxx: Não é recomendável repor agora. Vou lavar novamente os braços dela e colocar as ataduras.- diz e eu assinto. Ananda: Eu ainda tô aqui.- sussurra praticamente sem voz e eu quase dou risada enquanto acaricio o cabelo dela. Xxxx: Vocês formam um casal muito bonito.- diz encarando nós dois e depois sorri fraco. Ananda: Não somos um casal.- murmura rudemente e a enfermeira nos encara nervosa. Danilo: Obrigado.- sorrio de lado.- O problema é que ela é teimosa e não aceita meu pedido.- digo fazendo uma expressão sofrida e a enfermeira dá risada. Xxxx: Se eu fosse você não deixava escapar.- diz com um sorrisinho brincalhão, mas sinto suas segundas intenções.
Coitada, mal sabe que pra namorar comigo tem que aceitar Jesus primeiro.
Vocês oram quando acordam? Eu sim, sinto que meu dia fica mais feliz ❤
É triste saber que realmente o que aconteceu com a Ananda acontece com muitas outras mulheres, se atentem, meus amores, não peguem caronas com estranhos, ou até mesmo com pessoas que vocês acham que conhecem, se você bebe, não fique bêbada em um lugar desconheço, tomem bastante cuidado 😩
