Quem é Deus pra você? Seu refúgio? Sua fortaleza? Sua força? Ou apenas alguém que denomina pecado as coisas que você costuma fazer? Ananda vai descobrir por meio de Danilo que na verdade a visão que ela tem de Deus está errada, Danilo vai ajudá-la a...
A Ananda come o sorvete enquanto tenta transparecer uma falsa felicidade que não me convence nada.
Ananda: Muito bom, não é?- enfia a colher na minha boca e eu arqueio a sobrancelha. Danilo: Sim.- sorrio acariciando o cabelo dela.- Terminou?- ela nega com a cabeça enquanto come muito devagar.- Tenho muito tempo de sobra, não se apresse.- digo e ela sorri nervosa.
Depois de mais alguns minutos enrolando ela finalmente coloca o pote de sorvete no chão e respira fundo. Me encosto na cabeceira da minha cama, ela vem até mim e deita ao meu lado, apoiando a cabeça no meu peito. Brinco com o cabelo dela enquanto espero que ela se sinta pronta pra me falar sobre o que vem acontecendo, percebo o seu nervosismo e tento transmitir todo o meu apoio e carinho por ela.
Ananda: Tudo começou com um bilhetinho no meio da aula.- diz com a voz falha e eu me aproximo um pouco mais dela.- "Tá fazendo promoção pré-carnaval?" Tinha escrito, quando eu li todos eles começaram a dar risada, três meninos e duas meninas. Na hora do recreio eu estava no banheiro e as meninas vieram me confrontar, elas me xingaram e falaram que eu não merecia a vida que eu tinha, o engraçado é que, naquele momento, eu queria ser tudo menos eu mesma. No outro dia, as duas vieram de novo, elas viram quando você foi me deixar...- a respiração dela começou a ficar acelerada. Danilo: Princesa, calma.- murmuro fazendo ela me encarar e ela me aperta. Ananda: Elas disseram que eu era só mais uma adolescente vagabunda.- murmura e eu fico petrificado.- Falaram que eu me exibia pelos lugares e depois queria passar por vítima. Disseram que você merecia ficar com mulheres experientes iguais a elas e que não se importariam em dividir você.- sussurra apertando os olhos.- Na cama. Danilo: Ananda.- respiro fundo vendo ela liberar algumas lágrimas.- Eu nunca me sujeitaria a uma situação dessas. Até porque eu sou apaixonado por você, é de você que eu gosto.- afirmo enxugando o seu rosto.- Você passou por isso a semana toda?- ela assente devagar e eu controlo a vontade de esmurrar o rosto de cada um desses...filhos de Nabucodonosor.- Porque não me falou nada, princesa?- pergunto aflito e ela solta um pequeno soluço. Ananda: Eu me senti horrível, Danilo. Não queria que você soubesse, o Tales percebeu o que estava acontecendo mas eu pedi pra ele não contar pra você, tive medo de que você se afastasse de mim por isso.- abraço ela tentando dissipar minha raiva. Danilo: Algum deles...tocou em você?- pergunto apreensivo e ela chora compulsivamente.
Deus, tira de mim essa vontade de me desviar do Teu caminho e matar todos eles, por favor.
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Ananda Bueno
Um dias antes...
Me encolho na minha cadeira, olho pro relógio na mesa do professor mais uma vez e seguro a minha bolsa com força quando o sinal bate.
