Capítulo 2

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Enquanto acontece o show de fogos de artifício e todos olham deslumbrados, a expressão de felicidade, o sorriso, desaparece no rosto de Amicia e no lugar, uma expressão triste. Não querendo que todos vejam sua expressão e acabem com a euforia, a alegria do espetáculo, se afasta das outras pessoas ali presentes assistindo aos fogos e se senta em uma espreguiçadeira azul afastada de todos.
Henry, um garoto alto, seu rosto de galã, com os cabelos para atrás, seus olhos castanhos escuros que matava qualquer um. Era estranho pensar que até um tempo atrás Amicia era mais alta que ele, mas passou-se alguns anos e agora ao lado dele, ela ficava menor. Ele gostava de a chamá-la de Minion, apenas para irritá-la. Mas o que a deixava feliz pelo menos nessa situação é que continuava sendo mais velha que ele, mesmo que eles só tenham 1 mês de diferença.
Percebeu que a mesma se afastava e foi atrás dela. Chegando mais perto, notou sua expressão triste e se sentou ao lado dela.
- Por que a Minion está com uma carinha tão triste? É Ano Novo! E está tendo show de fogos de artifício! Você não gosta de assistir aos fogos?
- Eu já disse que não sou Minion, você que cresceu demais e virou uma árvore - ri um pouco e dá um leve empurrão. Ele tinha conseguindo colocar um sorriso em seu rosto. Eles não eram tão próximos, mas nos últimos meses, eles se aproximaram e aos poucos se tornando amigos.
- Mas me conta, por que está tão triste?
- Lembrei deles...eu assistia antigamente aos fogos com eles - respira como se estivesse se segurando para não chorar - Estou pensando se eles estão bem, onde quer que eles estejam.
- Eles estão bem Amicia - segura a mão dela.
- Eu sei que eles ainda estão vivos..mas por que eles me deixaram? Por que me abandonaram?
Amicia não consegue se conter e volta a chorar, ainda era difícil para a mesma. Henry a abraça, ele entendia o que ela estava sentindo, mesmo que no caso dele não tenha sido tão forte, ele sabia a sensação de ser abandonado. Mas para ela não era fácil, pois com ele foi só o pai, mas para ela...foi a família inteira.
Começa a tocar L-O-V-E de Nat King Cole, sabendo que era a favorita da mesma, se levanta e estende a mão para ela.
- Dança comigo?
- Mas você não me disse que não gosta de dançar?
- Mas eu sei que essa é uma das suas músicas favoritas e você ama dançar. Não quero ver você triste.
Amicia enxuga as lágrimas, pega na mão de Henry e os dois começam a dançar uma dança lenta. A mesma pôs sua cabeça no peitoral do mesmo. Ele acariciou de leve os cabelos macios e encaracolados da mesma.
Ficaram assim enquanto os fogos iluminavam o céu e a música fazia o tempo parar e acalmá-la. A tristeza nela havia se tornado ausente.
Quando começou a tocar a música, Jeff foi procurar Amicia para convidá-la para dançar. Quando a encontrou, o sorriso em seu rosto desapareceu quando vê os dois. Não chegou perto, ficou um pouco distante para que eles não o visse. Sua expressão se fechou, não gostava do que via.
Ele não conversava muito com Henry, não conseguia dizer se eram amigos ou não. Sabia que os dois eram amigos e estudavam juntos, mas não estava gostando de ver ele perto dela, para ele, estava perto demais, estavam colados. Não gostava de ver sua Julieta nos braços de outro. Algo por dentro crescia mais e mais, e sua expressão se fechava cada vez mais que via os dois ali. O que mais vinha em sua mente era "Solta ela. Eu a vi primeiro. Ela é minha. MINHA!"
Se eu pudesse, teria gritado para eles correrem e amarraria Jeff.
Mas eles não me ouviram e não havia cordas nem correntes ali.

No One is InnocentOnde histórias criam vida. Descubra agora