O quarto de Harry estava sendo praticamente engolido por pilhas inacabáveis de documentos relacionados a Todd – uma coleção de boletins da época dela Hogwarts, recomendações de todos professores que ela já teve, um histórico do trabalho que ela fez em St. Mungus, um histórico do trabalho que ela fez durante as guerras e ainda outro completamente separado do trabalho comunitário que fez depois da Batalha de Hogwarts, na qual esteve presente e lutando pelo lado da luz.
Havia notas dos colegas, da família, dos amigos; listas com nomes e endereços e os telefones dos poucos desses que tinham telefones. Centenas de fotos dela, de seus conhecidos, dos vizinhos e até de pacientes recorrentes, famílias que ela acompanhava de perto e cujos pais ela podia ter conexões ainda não conhecidas. Fotos da casa dela, do prédio, de St. Mungus, de qualquer local que tenha sido referenciado por amigos mais de três vezes. Já tinha feito um pedido oficial por outra igualmente grande pilha de documentos relacionados ao falecido marido da mulher, só para se prevenir.
Hermione tinha o apresentado a maravilha que eram marca-textos e post-its coloridos anos atrás, e ele não economizava ao marcar tudo que achava que podia ser importante e colar uma dezena de anotações em cada página que lia.
O cérebro estava a mil.
Era seis da manhã, mas Harry tinha se revirado até arrancar os lençóis e só conseguido dormir por umas cinco horas não consecutivas antes de decidir que seria melhor só levantar e se ocupar com trabalho. Toda vez que fechava os olhos, ele via Draco chorando enquanto abraçava Scorpius e, não muito depois, a cara absolutamente devastada de Draco quando eventualmente precisou dar tchau para Scorpius e ir para casa. Eram imagens horríveis de se ter na mente.
Estava frio. Logo que acordou, ele ligou a lareira do quarto de Scorpius e depois a sua, colocou um suéter e preparou um café com a desculpa de que ia ajudar a se aquecer, apesar de só precisar da cafeína mesmo. Desde então, ele não tirava os olhos de suas anotações e da complicada linha do tempo que vinha criando em uma parede vazia do quarto que na verdade guardava especificamente para isso, para ser usada em seus casos e limpa com feitiços depois dele os resolver.
Foi quando alguém bateu na porta dele.
Harry também tinha feitiços para manter a casa silenciosa, mas depois de perder algumas entregas importantes e visitas urgentes de amigos (além de um ex-namorado Trouxa que passou umas três horas batendo na porta dele depois de Harry ter caído no sono e não ter ido em um encontro, e que por isso acabou terminando com Harry) ele tinha tomado vergonha e tacado um encanto na porta. Quando alguém batia nela, a varinha dele vibrava.
No momento, ela vibrou uma vez. E então mais uma. E então ela começou a vibrar sem parar, ao ponto de que caiu de onde estava no canto da mesa e continuou vibrando no chão.
"Merlin amado!" ele exclamou ao sair do quarto e correr em direção a sala. A pessoa, quem quer que fosse, surrava a porta com força o suficiente para ela tremer, sem se preocupar com as altas horas da manhã. Ele a abriu com irritação, puxando forte. "Não tem porta em casa não?"
Draco Malfoy o encarou, o cenho franzindo.
"É falta de educação deixar um convidado esperando," comentou, voz vazia, ignorando que ele não era um convidado, e que ele tinha começado a surrar a porta depois de umas duas rápidas batidas normais, sem dar a Harry nenhuma chance de o atender, e que ele com certeza não era nenhum ápice da educação bruxa, apesar do que os puro-sangues gostavam de achar.
Harry podia dizer isso tudo. Deveria.
Ele soltou um embasbacado: "Oi?"
"Eu vim fazer café da manhã pro Scorpius," explicou Draco e, sem esperar ser convidado, o empurrou pro lado para entrar no apartamento de Harry.
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i doubt the stars are fine, DRARRY [1]
FanficMalfoy perdeu um bebê. Anos depois, Harry encontrou uma criança. Demorou menos de 24 horas para descobrirem que esses dois fatos estavam conectados.