11; contagem regressiva

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A verdade era como uma bomba – como se houvesse uma constante contagem regressiva no fundo de sua mente, marcando os segundos até que tudo iria explodir na sua cara.

E ela contava:




Oito...


"Sempre te encontro aqui," comentou Harry, entrando na cozinha. "Normalmente você está sozinho, principalmente a essa hora."

Ao falar essa última frase, ele colocou a mão em cima da cabeça de Scorpius, o pequeno em pé em um banquinho de madeira para que conseguisse ver o que o pai estava fazendo na bancada alta. Draco levantou a sobrancelha na direção de Harry, mas havia algo inegavelmente leve e feliz no rosto dele, o reflexo de um sorriso que ele não conseguia – e nem parecia tentar – esconder. Ele encolheu os ombros, as mangas levantadas, até os cotovelos com as mãos na massa.

"Estou ensinando para o Scorpius como fazer pão," disse. Sorriu para o menino. "Ele até acordou mais cedo. Está sendo de grande ajuda."

Scorpius soltou uma risadinha, concordando com a cabeça com um olhar bem orgulhoso. Harry parou para o olhar de verdade, algo que não tinha feito quando entrou distraído com o pai dele, e Scorpius levantou as mãos, balançando os dedos cheios de massa e farinha. A maior parte das roupas dele – e do cabelo, e bochecha, e chão – estava suja de farinha, mas Draco nem estava demonstrando a menor irritação ou preocupação e fez aquela parte tensa e traumatizada de Harry dar uma relaxada, permitindo que ele parasse de tocar a criança e desse um passo para trás sem muita apreensão.

"É uma receita da família Malfoy," contou Scorpius e usou uma das mãos sujas para pegar um pergaminho e o mostrar para Harry.

Lógica dizia que a letra era de Narcisa. Ou, lógica o fazia saber que não era de Draco e que Scorpius não sabia escrever tantas palavras, muito menos daquele jeito todo organizado e elegante, então só sobrava a outra mulher. Além da receita, havia alguns desenhos bem bonitos nos cantos acompanhando das palavras, claramente algo muito bem pensado para impressionar Scorpius. Harry virou o pergaminho, passando um dedo pelo selo verde sonserina antes de devolver para Scorpius.

Ele olhou para Draco, levantando as mãos como se estivesse se rendendo.

"Juro que não li," brincou. "Não precisa me matar para manter os segredos da sua família, eu não vi nada."

Draco o lançou um sorriso tão pequeno, um minuto ali e no outro já tendo desaparecido, e mesmo assim Harry sentiu um tremor passando pelo peito dele, um reverberar de orgulho e vitória.

"Só se for segredo dos elfos da minha família," comentou com ironia. "Acredite, meu pai nunca sujou as mãos fazendo pão e eu aposto tudo que me sobrou que os pais dele também não. A receita foi passada de geração a geração, mas eu tenho grande confiança de que eu sou o primeiro a realmente fazê-la."

"Porque agora não tem elfos." Harry sorriu. "Que sofrida a sua geração é."

Draco o lançou um olhar. "Até me surpreende que eu tenha conseguido sobreviver."

Ele riu, estendendo a mão e puxando um pano da bancada. Caminhou na direção da pia.

"Vem cá, Scorpius. Deixa eu te limpar antes que fique tudo duro e seja mais difícil." Enquanto limpava os dedos e a bochecha dele, ajoelhado na parte limpa da cozinha, Harry levantou a cabeça na direção de Draco. "Eu cuido da limpeza da cozinha também, se você quiser. Sou um desastre cozinhando, mas sou ótimo com a parte do depois."

i doubt the stars are fine,  DRARRY [1]Onde histórias criam vida. Descubra agora