SETE ANOS DEPOIS
Ser um auror parecia uma boa ideia quando você tinha dezessete anos e nunca tinha feito nada a não ser lutar contra as forças das trevas e tentar provar para si mesmo que merecia estar vivo – mas depois de uma década naquela carreira, Harry tinha quase se esquecido de como era sentir uma verdadeira explosão de adrenalina ou pular em uma grande aventura sem planos, ajuda ou qualquer esperança.
Na maior parte do tempo o que ele realmente fazia envolvia pilhas e mais pilhas de papelada burocrática, investigações conduzidas em um escritório seguro e chato, e uma quantidade muito grande de colegas suspeitos e talvez corruptos que faziam com que ele rangesse os dentes e lutasse muito contra si mesmo, no caso tentando só se parar antes de atacar alguém.
Harry era um ótimo detetive. Demorou menos de um ano para ele descobrir que isso só iria o atrapalhar e não o ajudar.
Ajudava, em certos pontos, que ele fosse o Menino Que Sobreviveu. Havia uma quantidade surpreendentemente grande de criminosos que viam que iam ter que ir contra o homem que derrotou Voldemort "duas" vezes e imediatamente se rendiam. Jornalistas tendiam a o deixar em paz por causa da infama e ainda recorrente rivalidade dele com Skeeter, vítimas tendiam a se sentir em segurança ao redor dele sem ele precisar lutar para se provar, até testemunhas respondiam as perguntas que ele fazia com mais prontidão.
Os colegas dele não tinham a mesma opinião. Os superiores dele, uma vez que parados por um menino teimoso e briguento demais, com um complexo de herói e uma verdadeira vontade de ajudar o público geral e completa honestidade em tudo que fazia, tinham duas reações constantes: sorrisos zombadores ou caretas irritadas.
Harry costumava achar que adultos eram incompetentes quando era jovem. Agora ele tinha certeza que não era só incompetência: era malícia mesmo. Era com ela que, nos primeiros cinco anos dele no trabalho, ele foi usado.
Sabia que foi, até enquanto acontecia. Um rosto famoso que eles podiam empurrar para frente do público e usar para os convencer que estavam melhorando as coisas quando na verdade qualquer reforma e campanha que ele tentava fazer era "deixada para depois". Todo mundo sabendo, no caso, que o "depois" nunca iria chegar. Só agora, com vinte sete anos, Harry achava que tinha um chefe que não era completamente sujo e que o deixava fazer o que ele precisava fazer, e mesmo assim ele não confiava no homem 100%, não quando ele tratava Harry notavelmente melhor do que os recrutas sem um grande nome.
Harry ainda passava bem mais tempo entediado do que teria imaginado quando escolheu aquela carreira.
Mesmo assim, ele tentava trabalhar sem parar. Queria deixar o legado de Voldemort no passado e ser reconhecido por outras coisas, coisas que ele realmente fez, que realmente faziam ele sentir orgulho. Queria trazer uma mudança para aquele sistema que parecia cada vez mais apodrecer de dentro para fora.
Era por isso – e pelos anos que passou sem nunca receber nada além de tarefas com o único objetivo de trazer boa mídia para os Aurores – que ele nunca considerava nenhum caso abaixo de si. Tudo que era passado para ele, Harry aceitava sem reclamar, até mesmo a vez em que fizeram ele ir ajudar uma menina Trouxa a tirar um gato de cima de uma árvore.
Olhe para mim, ele queria gritar. Eu não sou um herói. Eu não sou uma lenda. Eu sou um auror, e eu estou aqui a sua disposição, mesmo que nenhum dos meus colegas esteja. Eu vou ajudar os sem ajuda e atender todas as chamadas que o resto ignora.
Isso não queria dizer que Harry não ficava interessado quando eles tinham grandes casos. Ele era humano. Quando ouvia sobre um assassinato ou um desaparecimento, ele queria o resolver. Não só por curiosidade, apesar de curiosidade ser algo que existia firme e forte dentro dele. Principalmente, Harry queria poder dar um pouco de paz para a vítima e a família dela. Sabia como era estar naquela posição e que já era terrível demais até quando se tinha todas as respostas, imagine então quando tudo que havia eram sangrentas dúvidas.
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i doubt the stars are fine, DRARRY [1]
Fiksi PenggemarMalfoy perdeu um bebê. Anos depois, Harry encontrou uma criança. Demorou menos de 24 horas para descobrirem que esses dois fatos estavam conectados.