Capítulo 1

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7 anos antes de Meredith

Derek

-Assim não da mais Addison! Por que é sempre você que tem a razão?!

-Porque eu que tenho a razão Derek! Você que não quer aceitar que errou!

-Eu errei? Ah sim, suas conversas com Mark são culpa minha?

Quando te dizem que a pior coisa que você pode fazer é casar com alguém você não acredita, pensa "que pessimismo". Ou quando falam que a paixão acaba assim que vocês resolvem dormir juntos pelo resto da vida. Pois bem, estou passando por isso agora, e como todos me aconselharam, eu aconselho: não se casem. Casar cansa, pesa e você não sabe o que fazer, não quer desistir fácil.

Estou casado a quase 5 anos, e eu e minha esposa mal nos comunicamos. Estamos mais para amigos que dividem o mesmo apartamento do que para um casal.

-Acho que isso já acabou, Derek.- a ruiva se joga no sofá com os olhos fechados, e a mão na cabeça.- sabe, achei que ia ser diferente. Que o nosso problema era o "não morar juntos", que quando isso acontecesse tudo iria melhorar.- seus olhos marejaram e eu não pude deixar de notar. Por mais que estivéssemos quase nos matando, ela ainda era a pessoa que eu amei algum dia. Que eu faria de tudo para fazê-la feliz, mas infelizmente foi temporário, não foi real.

-Eu também achei.- suspirei.- eu...vou procurar outro lugar para mim, você fica no apartamento.

-Não não, eu saio.- se afastou e ajeitou os cabelos para trás da orelha.- Mark já tinha me oferecido para ficar lá caso tivéssemos outra briga. Além do mais, ele mora mais perto do hospital e a maior parte do apartamento quem comprou foi você.- olhou para baixo e secou as lágrimas que insistiam em cair.

-Ei.- toquei seu queixo a fazendo olhar pra mim.- não quero me afastar de você. Addison, acho que só não fomos feitos um para o outro. Mas podemos ser amigos, não acha?- acariciei o seu rosto e ela sorriu sem mostrar os dentes.

-Acho que no momento não Derek. Acho melhor ficarmos sem se ver um tempo.



Tempos atuais

-Doutor, eu acho que ele tem a pressão alta, isso não seria perigoso se...- fechei o prontuário com força e olhei para o meu interno, que na mesma hora engoliu seco.

-Você acha que ele tem pressão alta Dr.William? Não tem certeza?- arqueei as sobrancelhas.

-Bom, é que...

-Eu quero que você tenha certeza do que está falando. Não quero que ache algo. Me diga algo concreto.- disse sério. A incompetência dos internos só piora a cada ano, eu não me lembro de ser assim. Me lembro de me esforçar muito para ser o melhor interno, o melhor residente e agora, o melhor neurocirurgião do país.

Enquanto pegava e devolvia alguns prontuários na recepção, tentava me lembrar da lista do que precisava comprar no mercado, e isso é uma tarefa difícil pra mim. Porque sei o que quero comprar, e não o que está faltando.- as vezes você faz falta Addison.- cochichei assinando um prontuário.

-Eu sei.- tentei não demonstrar que me assustei com a sua presença repentina, mas a tentativa foi falha.- calma Shepherd, você sabe que eu não mordo.

-Não morde mas fica aparecendo do nada.- fecho um prontuário e saio com ele em minhas mãos em direção ao leito de um paciente.- você não trabalha mais? Está sempre pelos corredores do hospital.

-Na verdade quando se tem três filhos da mesma idade você é chamada na creche pelo menos três vezes ao dia.- bebericou um gole do seu café enquanto me acompanhava.- qual é o seu caso?

-Mulher, 25 anos. Caiu da escada e desmaiou na queda. Está consciente mas pediu para que avaliássemos.

-Entendi.- caminhamos mais um tempo em silêncio até o telefone da ruiva tocar e ela sair para atender. A olhei enquanto caminhava e ela falou sem emitir som "segunda vez". Pelo perfil nada paciente de Addison e a fama de "galinha" do Sloan, nunca achei que seriam pais. Muito menos pai de três ao mesmo tempo.

Apesar de ainda trabalhar com Addison aqui no hospital e ter Mark também como companhia, era sozinho. Meus pais moravam longe e não tinha mais que os dois de amigos, mas não me importava, já estava acostumado e não fazia diferença nenhuma para mim.

Entrei no leito da paciente, onde ela estava sentada de cabeça baixa e havia um homem com ela, provavelmente seu companheiro.

-Olá, tudo bem? Eu sou o Dr.Shepherd e vim examinar você. Podem me explicar o que aconteceu?- perguntei a moça, mas ela apenas levantou o olhar para mim. Seus olhos eram um tom de verde que eu nunca havia visto antes, mas estavam fundos e vazios, não havia brilho algum neles. Vi que seu lábio estava cortado e havia um grande hematoma na parte esquerda de sua testa.

-Ela foi descer rápido as escadas e acabou caindo.- disse o homem rápido e grosso. Ele tinha uma expressão séria e estava com os braços cruzados.

-Era muito alta a escada?- perguntei enquanto examinava com uma lanterna ocular os olhos da paciente. Ela acompanhou com o olhar de um lado para o outro, então percebi seus olhos inchados e profundos. Isso era um dos sintomas de anemia. Examinei sua cabeça, e percebi que por baixo de seus cabelos loiros, havia mais hematomas e sangue seco.- ela caiu hoje? Vi que aqui tem sangue de pelo menos dois dias.- continuei a examinar seu crânio e fui descendo.

-Na verdade ela caiu ontem. Trouxemos ela aqui porque achei que estaria com o braço quebrado.- Comecei então a perceber detalhes escondidos em seu corpo. Havia marca de dedos em seu pescoço, vários hematomas pelo corpo e ela estava claramente magra demais para sua estatura.- olha só, vai demorar muito? Eu tenho que trabalhar ainda!- aumentou o tom de voz.

-Não, já estou no fim.- falei sorrindo falsamente. Segurei de leve as mãos trêmulas da garota e perguntei seu nome. Mas ela apenas olhou para o homem ao seu lado.

-Por que precisa do nome dela? Só quero que a cure e a libere logo, merda!- gritou e veio para cima de mim. Eu já havia entendido o que estava acontecendo ali.

-Está bem, se acalme. Por favor, preencha este formulário e depois ela estará liberada. Tem caneta ali no balcão.- O homen pegou o formulário e apontou para a moça, como se a estivesse intimidando. Quando ele deu alguns passos à frente do leito, eu rapidamente me coloquei à frente da moça e lhe dei uma olhada geral, era óbvio que ela estava sendo vítima de abuso.- eu vou te ajudar. Me diz seu nome e o que está acontecendo com você.- segurei mais uma vez suas finas mãos e então seus olhos se encheram de lágrimas.

-Não fala pro Nathan que eu te disse. Meu nome é Meredith.


Genteeee, eu meio que mudei o rumo da história mas a essência é a mesma hahahaha acho que assim vai estar mais interessante. Obrigada por lerem❤️

Meredith Onde histórias criam vida. Descubra agora