Capítulo 61

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Meredith

Eu detesto agulhas, mas no momento a agulha em meu braço é o que menos me traz incômodo. Saber se o teste de DNA dará positivo ou negativo me incomoda mais, mesmo tendo quase certeza de que o resultado será positivo. A enfermeira disse que eu poderia me retirar e para ficar pelo menos quatro horas sem fazer grandes esforços com o braços que retirei o sangue.

Saí do consultório e comecei a caminhar para o refeitório, mas um dos quartos por qual eu passava me chamava atenção. Quarto 4216. Era o quarto da minha irmã, o quarto de Lexie. Eu sabia porquê Derek tinha me dito que era aqui, mas nunca tive coragem de vir vê-la. Engoli seco enquanto segurava firmemente o algodão em meu pequeno furo no braço. Será que devo olhar? Acho errado espionar mas a curiosidade era mais alta.

Coloquei apenas uma parte da cabeça pela abertura da porta e vi uma morena de cabelos lisos assistindo TV. Tinha traços finos e delicados iguais aos meus, mas fora isso, não a achei nada parecida comigo fisicamente. Ela tinha cabelos pretos e lisos, parecia ser mais alta e tinha os olhos marrons. Comecei a duvidar realmente se o teste de DNA daria mesmo positivo.

-Posso lhe ajudar?- a ouvi perguntar, na mesma hora me escondi na janela que tinha a persiana fechada. O que eu estou fazendo?- eu vi você aí, não precisa se esconder.

-Bem, olá.- disse saindo com as bochechas vermelhas de trás de onde estava escondidas. Ela abriu um largo sorriso e parou o filme que estava vendo.

-Olá, estava a procura de alguém?

-Não, é que eu trabalho aqui, e quis ver como você estava.- disfarcei, ou pelo menos tentei. Ela cerrou os olhos.

-Você não está de uniforme.- cruzou os braços.- já vi seu rosto em algum lugar...

-Bem, como eu disse eu trabalho aqui, por isso já deve ter me visto.

-Não, eu tenho memória fotográfica, eu saberia. Mas é que...tem algo que eu já vi em você em outra pessoa...- ela deve ter ficado um minuto pensando antes de abrir um largo sorriso e seus olhos brilharem.- Você é a filha perdida da mamãe? Meredith?

-O q-que?- falei quase sem conseguir.

-Quer dizer, você é idêntica a ela e ela me disse que você trabalhava aqui, mas não esperava te ver até os resultados dos exames saírem! Nossa, que incrível conhecer você!- disse empolgada. Eu acabei por sorrir também e me sentei na ponta da cama.- sempre quis saber como você era, queria saber como minha irmã mais velha se pareceria.

-Eu não sabia que tinha uma irmã até pouco tempo então me desculpe não poder sentir exatamente o mesmo por você.- acho que talvez eu tenha sido um pouco fria, pois vi que ela tentou se controlar mais. Sua feição mudou de empolgada para interessada.

-Bem, acho que agora é um ótimo momento para nos conhecermos! O que acha?- fiquei nervosa. Como contaria a ela que a irmã que ela tanto desejou conhecer tinha Síndrome de Rett? Ela vai me achar uma ridícula, ainda mais eu sendo sua irmã mais velha.

-Olha, eu adoraria mas eu tenho que ir trabalhar. Assim que der...prometo vir te ver.- disse quase saindo correndo do quarto.

-Ah, ok.- suspirou.

Não me despedi, estava tão nervosa pelo o que acabou de acontecer que apenas saí andando sem rumo pelos corredores do hospital, até em corredores onde eu nunca passei, acho que andar me fazia pensar mais rápido, só parei quando bati fortemente de frente com alguém, que depois que eu esfreguei minha testa, percebi que era Cristina.

-Você é cega, garota?- disse brava.- se formar um galo eu juro que vou fazer você colocar gelo até ele sumir!

-Me desculpe, eu estava distraída.- então percebi que Cristina estava com uma roupa padrão de procedimento, não com suas roupas normais ou com o uniforme.- está bem? Por que está vestida assim?

-Eu...não quero falar sobre isso, preciso ir antes que me atrase.- falou passando por mim mas eu agarrei seu braço.

-Estou sentindo que você está mal. Pode me contar, eu juro que não conto a ninguém.- sorri. Cristina respirou fundo e me fez sentar junto com ela em umas cadeiras que tinha ali.

-Eu e Owen estamos saindo a um tempo, e nesse meio tempo bem...eu engravidei.- meus olhos se estalaram e eu abri a boca para falar algo mas ela fez sinal para poder continuar falando.- estou com treze semanas, mas não posso criar um filho agora. Sabe, eu sou baladeira, não tenho compromisso com ninguém, não sou casada e meu aparamento nem quarto tem. Além disso, ganho pouco, não tenho como sustentar uma criança.- suspirou e vi que ela estava com vontade de chorar.- eu não quero ser mãe, não me vejo como uma e acho que seria uma péssima mãe. Eu vou...fazer um aborto, é a melhor opção para todos.

-Você contou para o Owen?

-O que? Não! Claro que não! Isso o deixaria arrasado!

-Tem certeza? O Owen parece querer uma família.

-É, mas não comigo! Olha, nós ficamos, saímos e transamos, só. Ele não quer alguém como eu para ser sua esposa e mãe de seus filhos.

-Por que não conta a ele sobre a gravidez? Pode ser que ele mude de ideia. E seus problemas com dinheiro também não seriam grandes.- sorri, mas ela continuou séria.

-Não, eu tenho que fazer isso, pelo bem de todos.- se levantou mas eu segurei seu braço.

-Antes de você fazer isso, quero te mostrar uma coisa.

Gente, eu ia postar ontem mas como eu trabalho em hospital e não tinha ninguém pra me cobrir ontem, tive que trabalhar e voltei tipo zumbi kkkkkk me desculpem 😥

Não teve Merder, mas no próximo vai ter, eu juro 🥰

O que Meredith vai mostrar a Cristina?

Beijão e obrigada por lerem ❤️🥰

Meredith Onde histórias criam vida. Descubra agora