Capítulo 8

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Derek

-Sua namorada?

-Não, apenas uma amiga.- sorri olhando para a loira que aguardava ansiosa fora do quarto do paciente.- ela está assim porque vamos ao parque de diversões de Seattle hoje. Prometi ir fim de semana passado, mas tive muitos cirurgias. Então dessa vez disse que íamos pela manhã e voltaríamos só a noite.- assinei o prontuário e entreguei para a enfermeira.

-Ela é muito bonita. Já cogitou a ideia de convida-lá pra sair?- arqueou as sobrancelhas.

-Nem cogitei essa ideia porque ela é diferente das outras pessoas. A Meredith tem algo que ainda não sabemos o que pode ser. Pode ser autismo, um atraso ou ela simplesmente ser assim.- ele pareceu surpreso mas olhou com carinho para ela.

-Você tem sorte de ter uma amiga assim. Sem inveja, sem ressentimentos, sem brigas...essas pessoas são as mais doces e puras que podem existir.

-Como você sabe?

-Eu tinha um filho assim também.- seus olhos se encheram de lágrimas.- quando percebemos que ele era muito atrasado e diferente para sua idade, eu fiquei preocupado, fiquei pensando "entre tantos filhos normais, por que eu tinha que ter justo esse?". Depois percebi que eu era sortudo de ter ele como filho.

-O que aconteceu com ele?- coloquei meu casaco. Já estava quase saindo.

-Depois que se casou, Justin começou a passar mal e ter roxos sem motivos pelo corpo, então descobrimos uma leucemia. Ele morreu com 32 anos, mas me deixou uma netinha muito inteligente.- limpou as lágrimas sorrindo.

-Sinto muito.

-Não sinta, ele teve uma grande vida. Via o mundo de um jeito diferente, igual a sua amiga ali.- apontou para uma loira impaciente.- cuide bem dela.

E com aquelas palavras eu sai do quarto. Estava emocionado com a história do paciente, mas também assustado com o que ele contou sobre o filho. Como assim morreu aos 32? Será que pessoas "encantadas" como ela tem algum tendência genética? Meredith não vai morrer jovem, a pessoa que cuida dela é um médico. Ela vai viver pelos menos 80 anos.

-Vamos?- perguntei pondo o casaco nela.

-Sim. Por que demorou tanto?

-Estava conversando com o paciente.- começamos a andar em direção a saída do hospital, e no caminho Meredith pegou em minha mão. Estanhei então olhei para ela.

-Alex me dava a mão quando saíamos. Você se importa?- sorri e beijei seus cabelos enquanto andávamos.

-Claro que não.- então vi DeLuca perto da porta. Esse cara de novo não.-Mer, o seu amigo está ali. Se ele perguntar aquilo você da a resposta que te falei.- vi ela morder os lábios de ansiedade, e como eu havia previsto, assim que passamos as portas de vidro, DeLuca veio atrás de nós.

-Ei! Onde estão indo?- prendi o riso enquanto Meredith jogou seus cabelos na direção dele e o olhou por cima do ombro.

-Não é da sua conta.

-Hein?- não contive o riso e tive que olhar para a cara dele. Estava pasmo e bravo ao mesmo tempo.- eu sei que isso é coisa sua Shepherd.- cruzou os braços. Abri a porta do carona para Meredith.

-É minha sim. Ainda bem que sabe.

A loira foi o caminho todo fazendo aquela brincadeira clássica de "diga o que você vê", então aguentei quase uma hora de palavras como "carro" "ponte" "árvore" "pessoas" "prédios" "cachorro" "água" porque é só isso que tem em Seattle. Mas logo chegamos ao parque, não era um parque mundialmente conhecido, mas gostava de lá.

-Então, o que você quer fazer primeiro?- perguntei a Meredith que olhava deslumbrada para tudo aquilo.

-Estou com fome. Podemos comer algo?- pediu olhando para as pequenas lanchonetes que tinham no parque.

-Claro. O que acha de um cachorro quente?

Enquanto esperávamos o nosso pedido na fila, pensava em o que meu paciente disse sobre seu filho. O filho dele se casou e teve uma filha, então ele teve uma vida "normal". Achei que pessoas assim não poderiam ter. Será que Mer vai poder ter? Só de pensar em qualquer pessoa namorando Meredith, beijando e a tocando já me da enjoo. Como se já não bastasse aquele canalha ter agredido ela, como ele conseguiu? Como ele conseguiu encostar um dedo nela? Como pode bater nesse rosto perfeito, querer machucar uma pessoa tão doce?

-Um cachorro pegou seu cachorro quente.- disse rindo e me tirando dos pensamentos. Foi então que percebi o cão preto que comia metade do meu cachorro quente. No fim entreguei meu lanche para ele, que saiu feliz e abanando a cauda.

-Acho melhor eu comer no hospital. Em qual brinquedo você quer ir depois que comer?

-Montanha russa!

-Qualquer brinquedo que não tenho grandes voltas e faça você colocar seu almoço pra fora.- peguei um guardanapo que restou do meu lanche e limpei o molho vermelho da bochecha de Meredith.- porque você você sempre se suja quando come?

-Então quero ir no carrossel.- sorriu.

E acho que hoje consegui esquecer por algumas horas quem eu era. Esqueci que eu era cirurgião, esqueci que era divorciado e esqueci que era sozinho. Eu era apenas um cara levando uma garota ao parque de diversões.


Achei o capítulo fofo ❤️ qual brinquedo do Parque é o preferido de vcs? Eu sempre amei o carrossel 💕
Beijão e obrigada por lerem ❤️

Meredith Onde histórias criam vida. Descubra agora