Capítulo 42

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Narradora


Confusão era a palavra perfeita para definir aquele fim de domingo na casa de Addison e Mark. Enquanto a ruiva gritava de dor no banco da frente, Mark tentava colocar e acalmar todas as crianças no novo carro (que agora possuía 8 lugares). David e Cristopher brigavam para ver quem iria sentar nos novos bancos, enquanto Max chorava perto da mãe, estava com medo de perdê-la naquela noite. O moreno tentava de todas as formas possíveis acalmar a todos, mas estava impossível!

-Ei, todo mundo quieto!- gritou batendo o porta malas, fazendo apenas os gemidos de Addison ecoarem no ar.- ninguém vai morrer, ninguém vai nascer deformado e suas irmãs vão ser lindas.- disse colocando os cintos nos filhos.

Assim que chegaram ao hospital, Addison deu entrada na emergência do Seattle Grace e foi direto para o quarto pré operatório, já que as gêmeas não poderiam nascer de parto normal. Mark procurou Derek, e assim que o encontrou, deixou David, Cristopher e Max com ele, depois foi ver como a esposa estava. Derek sabia entreter bem os meninos, mas eles não estavam apenas inquietos, estavam preocupados com sua mãe e queriam ver logo suas irmãs. Meredith não demorou muito a encontrar o namorado, achava que iriam jantar fora naquela noite, porém o encontrou na sala de espera do hospital brincando de carrinho com os filhos de Mark e Addison.

-O que estão fazendo aí?- perguntou se sentando no chão ao lado do moreno.

-Addison está na sala de parto, em cirurgia. Vai ganhar as gêmeas hoje.

-Ah, sério?- Derek viu os olhos da loira se iluminarem.- Estou louca para conhecê-las.

-Acho que todos estamos.- puxou a moça pra perto e beijou rapidamente seus lábios. Logo deixou os gêmeos brincarem sozinhos enquanto conversa com Mer, até que resolveu tocar em um assunto que não havia tocado ainda com ela.- Mer...

-O quê?

-Você pensa em ter filhos?- olhou receoso para ela. Meredith sorriu nervosa e sem jeito, um pouco desconfortável.

-Sim, mas não sei se seria uma boa mãe. Tenho medo do parto doer muito e também de...você sabe.- gesticulou com as mãos.- de como são feitos os bebês.

-Tem medo de fazer sexo?- sorriu achando graça, mas viu que ela realmente não estava se sentindo confortável. Se aproximou mais dela e tocou seu rosto com a mão.- ei, você não me pareceu com medo desde que começamos a falar sobre isso.

-Não queria te magoar. Mas eu ouvi dizer que dói bastante, que sangra e eu acho um pouco estranho.- fez uma careta. Se qualquer pessoa ouvisse essa conversa, achariam que Meredith seria uma menina de onze anos. Tocou seu queixo, fazendo os olhos esmeralda olharem para os seus.

-Primeiro: não são todas as mulheres que sentem dor ou que tem sangramento, varia muito. Segundo: sexo é estranho no início, até eu quando comecei a fazer achei isso, mas depois é algo muito bom. A gente...vai pegando o jeito. Tenho certeza que você vai amar.- Meredith corou e sorriu para ele.- E terceiro: eu vou ser o mais cuidadoso e cauteloso do mundo com você, Mer. Duvido muito você se sentir desconfortável comigo.- fez carinho na bochecha rosada da loira. Ela ia dizer algo, porém um Mark apressado chegou correndo na sala de espera.

-Elas são perfeitas! São lindas!- se jogou no chão em frente aos filhos, e os três pingos vermelhos abraçaram o pai.- Vem gente, elas estão na neonatal!

Os seis foram em direção ao vidro da pediatria para ver as novas filhas de Mark e Addison. Chegando lá, as gêmeas já estavam nos berços de vidro bem a frente do visor, onde podiam se ver seus mais belos detalhes. Mark segurava Cristopher no colo, Derek David e Meredith segurava Max, já que era o menor e o mais quietinho. Lily e Emily eram definitivamente lindas, ambas com os cabelos de um tom ferrugem mais claro que o dos irmãos, possuíam várias sardas pelo rosto e a pele muito clara. Mas ao contrário dos meninos, que eram a cara de Addison, e única coisa que herdaram da mãe foi a cor dos cabelos, elas eram Mark na versão mais fofa de todas. Emily com traços mais fortes e marcantes, e Lily possuía traços delicados e finos, mas ainda parecida com o pai.

-Elas são muito pequenas.- disse Cristopher.

-Vocês já foram menores que elas, sabiam disso?- sorriu olhando as bebês que se remexiam delicadas. Max e David saíram do colo de Mer e Derek, para ir ao lado do pai e ficar na ponta dos pés.

-Podemos abraçar elas, papai?- Max perguntou.

-Assim que a mamãe for pro quarto nós vamos.

Derek e Meredith já estavam cansados e logo foram para casa, deixariam Mark e Addison descansarem e retornariam no outro dia para ver as meninas. Já em casa, o rapaz viu que a namorada estava mais para baixo que nos outros dias, ela tinha passado a semana assim, tentando fingir que estava tudo bem, mesmo não estando. Ele desconfiava do que poderia ser, mas também não sabia se era apenas por aquilo.

-Você está tão quietinha, o que houve?- perguntou afrouxando o cinto da calça. Meredith não disse nada, apenas retirou sua blusa e logo as calças.

-Não é nada, sempre nessa época do ano eu fico assim.- respirou fundo e foi até o roupeiro pegar uma camisa para dormir. Derek retirou a camisa e o jeans, logo os dobrando e deixando em cima da cadeira que havia no quarto.

-Que epo...- ia perguntar, mas então lembrou-se que o Dia da Família se aproximava. Não era feriado e também normalmente não era um dia muito comemorado ou lembrado, mas a família dele sempre fazia questão de se reunir nesse dia. Porém, Meredith não tinha família, e por mais que fosse um dia meio que ignorado por todos que tinham família, quem não tinha sofria.- Ah meu anjo, não fica assim.- se aproximou da namorada, a abraçando pelas costas. Um de seus braços rodou sua cintura enquanto o outro fez o mesmo com a parte de seus ombros, deixando o calor da pele dele queimar a pele dela. Derek deu um beijo demorado na bochecha de Mer, o que a fez desabar em seus braços, virando seu corpo de frente para o dele e o abraçando com toda força.

-Por que meus pais não me quiseram, Derek?- chorou no pescoço dele, o que fez o moreno sentir um enorme nó na garganta por não saber o que responder.

-Ei, talvez eles não tivessem condições de cuidar de você.- beijou os cabelos dela e tentou a afastar para olhar em seus olhos, mas a moça continuou firme onde estava.

-Mas eu não tive condições nenhuma no orfanato, Derek! Eles não gostavam de mim lá!- falou um pouco mais alto entre o choro. Derek estava apreensivo por não saber as palavras para aliviar a dor de sua namorada, e doía demais ver ela assim.

-Tá tudo bem, vem cá.- andou para trás até conseguir se sentar na beirada da cama, deixando ela abraçada em seu colo. Lhe deu vários beijos, fez carinho e disse coisas confortantes em seu ouvido por vários minutos, até sentir que seu choro cessou, o que não foi fácil. Derek não sabia o quanto doía a dor dela, sempre teve uma família que o amou muito e o apoiava, sempre tinha com quem contar, mas Mer não.

Meredith precisava de alguém na vida dela além de Alex, precisava de uma família fixa, precisava de Derek. Ele já sabia exatamente o que precisava fazer, e esse pensamento o fez não dormir naquela noite.


Desculpem a demora gente, desculpem mesmo. É que eu trabalho em hospital e com o Covid-19 eu estou tendo muito trabalho, ainda mais que minha cidade entrou em bandeira preta 😥😬 estou tendo menos tempo do que antes.
Já desconfiam do que Derek vai fazer?
Beijão e obrigada por lerem ❤️

Meredith Onde histórias criam vida. Descubra agora