Capítulo 32

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Noite de quarta-feira

Derek

-Que horror! Eu não faria isso!- ouvi ela dizer do outro lado da linha. Coloquei um braço atrás da cabeça enquanto o outro deixava próximo ao meu ouvido.

-Por que? O que há de errado em mandar fotos mais quentes para seu namorado?- mordi o lábio imaginando o quão sem jeito ela devia estar com essa conversa.

-Não quero.- riu um pouco.- já disse, a gente só vai fazer amor na nossa lua de mel depois do casamento.

-Você sabe que não precisa ser assim né? Podemos fazer assim que você voltar.- tentei convencê-la.- estou tão louco para ter você desse jeito Mer, você não faz ideia...

-Você sabe que isso é novo para mim, ainda é um pouco confuso como acontece. Até a pouco nem sabia que isso existia.- disse baixo. Sabia que ela devia estar enrolando uma mecha de cabelo em um dos dedos da mão.- Ainda tenho vergonha de fazer.

-Eu sei, meu anjo. Tudo bem, você sabe que eu só estou brincando contigo.- falei meigo, querendo a abraçar nesse momento e encher ela de beijos. Ouvi um bocejo do outro lado da linha, o que também me fez sentir sono.- vamos dormir, assim o amanhã chega mais rápido.

-Tá bem. Boa noite Derek.

-Boa noite Mer, não esquece que te amo.- ela riu e percebi que mandou beijos pelo telefone.

Deixei o telefone ao lado para dormir. Tive um pouco de dificuldades para isso, minha mente estava acesa como uma lâmpada, mas depois de um tempo me mexendo e remexendo na cama, peguei no sono. Tinha uma sensação ruim sobre amanhã, mista com uma sensação boa, não sei ao certo, mas foi o suficiente para ficar me acordando durante toda a noite.

~

Manhã de quinta-feira

Me arrumei bem hoje, tomei banho, fiz a barba e me perfumei bastante. Nesse exato momento a minha bela Meredith está embarcando de volta para Seattle, e no horário do almoço eu irei buscá-la no aeroporto. Estava dando algumas palestras para internos e residentes, não queria me sujar de sangue ou qualquer outra coisa hospitalar antes de buscar Mer, então sugeri uma palestra para tirar dúvidas sobre a Neuro. Enquanto dava as pausas de fala, olhava o telefone para ver se não havia uma mensagem ou ligação dela.

-Dr.Shepherd, poderia falar mais sobre pessoas atípicas? Meu filho tem 7 anos e me parece diferente das outras crianças e não sei exatamente o que fazer e o que esperar. É alguma doença, tem tratamento?

-Mas o que seu filho tem de atípico?- perguntei.

-Não sei...ele me parece sempre mais atrasado, mais inocente que os outros. Sempre no mundo da lua e nossa, tem uma grande imaginação.- disse o residente. Me parece Meredith, acredito que aqui quase todos saibam sobre ela e eu, e esse rapaz provavelmente perguntou por isso.

-Bem, não há de errado com seu filho. Se já foi investigado e nada apareceu, eu posso dizer com certeza que ele é assim. Ser diferente do que os outros esperam não é algo ruim ou doença. É uma dádiva. Não ver maldade em tudo, ser otimista e acreditar em contos de fadas é o melhor presente que alguém poderia ganhar nos dias de hoje.- disse sorrindo e vi o rosto do homem se suavizar com o alívio.- minha mulher por exemplo, Meredith tem quase 26 anos mas as vezes pelo seu jeito de agir e pensar parece que tem 12 anos. Mas ela faz tudo o que qualquer ser humano faz, estuda, trabalha, tem vida amorosa e confesso que não trocaria ela por nada.- sorri ao me lembrar de como ela sorria quando me via.- são pessoas como quase todos, a diferença é que são muito melhores do que nós.- fiz alguns rirem.

-E não é errado se relacionar com pessoas assim? Digo, moralmente falando é como se lidasse com uma criança.- uma interna perguntou.

-É claro que não, são adultos. Sabem o que é certo e errado e tem a mesma consciência que todos. Minha Mer faz tudo que uma pessoa de 26 anos faz, mas é muito inocente para entender algumas coisas e pessoas. Acredita em contos de fadas e acha que o mundo é maravilhoso.- sorri.

Respondi mais algumas perguntas antes de sair do palco. Acho que foi uma das melhores palestras que já dei, amo falar de Meredith para as pessoas e também gostei de poder explicar mais sobre as diferenças dela e deixar claro que não é um bicho de sete cabeças, que quem possui diferenças não é intocável, apenas são pessoas que se deve ter mais cuidado. Logo recebi uma mensagem de Meredith dizendo que havia acabado de sair do avião e que está morrendo de fome. Respondi:

"Já estou indo, prepara a barriga porque vamos jantar fora meu bem"

Saí do hospital e peguei meu carro para o aeroporto. No caminho minhas mãos suavam de ansiedade, não sei ao certo se era porquê queria vê-la logo ou outra coisa.

O telefone tocou e eu olhei para a tela, era Mer. O peguei para atender, mas o mesmo escorregou da minha mão para baixo do banco do passageiro, então rapidamente me abaixei para pegá-lo, mas quando voltei a olhar para frente, apenas vi uma luz forte, ouvi um barulho horrível e depois apenas a escuridão que tomou meus olhos e mente.

A partir daqui vcs vão querer me matar 😥😥😥 me desculpem desde já
Obrigada por lerem ❤️

Meredith Onde histórias criam vida. Descubra agora