Capítulo 28

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Derek

Apesar de eu avisar o hospital que Meredith não poderia ficar sozinha em casa doente e explicar a situação dela, não me deixaram ficar em casa pois era o único neurocirurgião de plantão. Mas também não poderia levar Mer comigo, porque ela pode contaminar os pacientes. Estava ao máximo me enrolando para sair, porquê não queria a deixar sozinha enquanto a febre não baixasse consideravelmente. Meredith estava deitada sobre meu corpo na cama enquanto eu lhe fazia carinho e ficava cuidando sua temperatura a cada quinze minutos. Não baixava, sempre ficava entre 38e 39 graus, além que vi que mais bolinhas vermelhas começaram a aparecer por todo ser corpo. Havia prendido seus cabelos e retirado toda sua roupa, mas mesmo assim sentia sua pele queimar toda vez que tocava nela. Coloquei meus lábios em sua testa pela vigésima vez e percebi que ainda estava muito quente.

-Mer, eu não posso ir e te deixar nesse estado com a sua febre tão alta, não tenho coragem de fazer isso.- a apertei contra mim. Ela não respondeu, apenas se aninhou ainda mais a mim.- meu amor...vou ter que te dar um banho gelado.- ela então levantou o olhar para mim.

-Mas eu estou morrendo de frio.

-Eu sei, mas acho que só assim para sua frente baixar.- tirei uma mecha de seu cabelo do rosto.- depois eu te dou mais um remédio para baixar a febre, mas no momento precisamos fazer isso, tá bom?- ela assentiu com a a cabeça.

Primeiro pensei em deixá-la na banheira mas a água iria amornar rápido e eu precisava de água fria constante, então resolvi levá-la para o chuveiro mesmo. Não iria tirar sua roupa íntima pois não havia necessidade, então apenas peguei um roupão bem atoalhado e uma toalha para seus cabelos.

-Tudo pronto, pode vir.- disse estendendo minha mão para ela após abrir o registro de água do chuveiro. Ela me deu a mão com receio e aos pouco entrou em baixo da água, mas em pouco segundos veio para meu lado.

-Eu não vou entrar, tá muito gelada.- vi as lágrimas começando a descer pelo seu rosto, mas eu não tinha o que fazer, sua febre estava alta demais para esperar mais pelo remédio.

-Mer, você tem que entrar.- tentei a colocar de volta mas ela se agarrou ao meu tronco com força.- Ei...- a abracei e beijei o topo de sua cabeça. Tadinha, ela deve estar morrendo de frio.- eu entro com você, tá bom?

-Ta bom.- se afastou poucos centímetros.

Retirei minha camisa, ficando com meu calção de dormir e então entrei debaixo da água gelada, puxando Meredith comigo. Seu corpo tremia a cada gota que caia em sua pele, ela me segurava com força e chorava baixinho em meu pescoço, apenas rezando para aquilo acabar logo. Também estava sentindo frio, mas não na mesma proporção que ela.

-Calma. Já vai passar, meu anjo.- beijei sua testa enquanto a abraçava com força e nos embalava devagar de um lado para o outro. Passei minhas mãos por suas costas tentando acalma-lá, e funcionou.

Fiquei uns sete minutos com Meredith ali, e logo desliguei o registro e a enrolei no roupão, depois passei uma toalha em seus fios loiros para ajudá-los a secar. Disse para Mer ir trocar de roupa íntima nova no quarto enquanto eu trocava de roupa ali mesmo.

Quando medi novamente a temperatura dela, estava 37,5 graus, ou seja, ela ainda estava com febre mas muito mais baixa que antes. Ela tomou mais um comprimido para dor e febre e depois acabou dormindo encolhida no meio da cama enquanto eu terminava de me arrumar. Não queria mesmo a deixar sozinha, mas era preciso, acredito que daqui a umas quatro ou cinco horas eu estou de volta.

-Tchau linda, fica bem.- beijei seus lábios ao me despedir.- eu te amo.

Alex

Seattle é maior do que eu imaginava, já me perdi umas quatro vezes essa semana. E vocês devem estar me perguntando o motivo de eu ter saído de Boston e ter vindo para Seattle. Nathan foi preso em sua cidade de origem (Boston) e eu vi quando os policiais estavam levando ele para a delegacia que é do outro lado da rua do café que eu trabalho, perguntei aos policiais onde eles tinham o encontrado e o porque estava sendo preso, e eles me explicaram que ele levou uma moça ferida ao hospital e ela contou que ele o agredia fisicamente, e depois tentou matar ela. Rapidamente sabia que estavam falando de Meredith, então perguntei onde era o hospital onde ela esteve e me falaram que ela estava no Seattle Grace, que estou a um tempão tentando achar, mas parece que achei.

-Oi, com licença.- disse a recepcionista que me olhou de cima a baixo. Eu sei que minhas roupas não são muito legais e eu pareço um mendigo. Eu sei.- sabe se essa moça esteve por aqui nas últimas semanas?- entreguei uma foto de Mer a ela, na esperança de ela reconhecer e saber onde ela estaria. Mas as chances são poucas.

-Ah claro, a Meredith. Ela não veio trabalhar hoje pois ficou doente. O Dr.Shepherd disse que ela está com catapora.- sorriu para mim.

-O que? Quem é Shepherd?

-Derek Shepherd, o neurocirurgião do hospital e namorado da Meredith.

Ela até falou mais algumas coisas mas eu não captei, pois as únicas palavras que ouvi foram "namorado da Meredith".

-Olha, estamos falando da mesma pessoa? Essa moça aqui é meio diferente, ela não...namora.- a moça olhou novamente a foto que eu mostrei e assentiu.

-É ela sim, é muito querida por todos aqui no hospital.

-Sabe onde posso encontrá-la? Ela é minha irmã e estou preocupado.- parte disso era verdade e parte mentira.

-Claro, ela está na casa do Derek Shepherd.

-Teria o endereço da casa dele?

-Me desculpe, informações pessoas eu não posso lhe dar.- sorriu fraco. Então abri minha mochila e puxei minha carteira, de onde tirei uma boa quantidade de dólares. Iria me fazer falta? Sim. Mas Meredith era mais importante.

-E agora?- lhe entreguei discretamente. Ela pegou e depois anotou algo em um papel e me entregou.- muito obrigada.

Procurei por aquela rua o dia inteiro, mas só no fim da tarde eu fui achá-la e achar o condomínio onde Meredith estaria. Será que finalmente vou ver ela de novo? Vou ter a chance de pedir desculpas?

Como será que vai ser esse reencontro?
Beijão obrigada por lerem ❤️

Meredith Onde histórias criam vida. Descubra agora