Não vou deixá-la ir.

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Procurei a secretária em cada cômodo daquela casa, mas ela não estava em lugar algum, algo que me deixou assustado, outra vez meu lado pessimista estava se manifestando sem que eu conseguisse controlá-lo, ou anulá-lo.

Fui até a praia, entretanto, não a avistei em lugar algum.

Já estava fazendo o caminho reverso, quando a encontrei sentada na areia, um pouco mais afastada de onde pensei que estaria. Mesmo sabendo que ela estava irritada, não hesitei em me aproximar dela, me sentando ao seu lado, perto o bastante para que ela notasse a minha presença.

- Podemos conversar, por favor? - Pedi, me aproximando um pouco mais.

- Acho que já falamos tudo, sr. Jung, não há nada mais pra ser dito. - Foi firme ao proferir as palavras, olhando fixamente em direção ao mar.

Fiquei alguns segundos em silêncio, reformulando mentalmente outra abordagem.

- Está magoada? - Por mais que fosse óbvio, eu questionei, então, segui para sua frente, para que não fugisse mais do meu olhar.

- Não estou. - Seguiu com a economia de palavras, outra vez desviando a atenção na direção oposta.

- Sei que está. - Contrapus e segurei seu rosto entre as mãos, lhe obrigando a me encarar. - Precisamos conversar e esclarecer o que aconteceu ainda pouco. - Tentei ser o mais apaziguador possível, dando o meu melhor para resolver aquela situação sem maiores danos emocionais.

- Não vejo necessidade. - Seu tom era cortante, mas o que me assustou de verdade, foi a frieza com a qual ela pronunciou as palavras.

- Não fale como se não importasse com tudo que vivemos nas últimas horas, porque sei que não é verdade. - Por um momento, ignorei minha anotação mental de conduzir aquele assunto sem alterar a voz. - Foi algo intenso e mexeu com os dois. - Afirmou convicto.

- Não fale de mim, como se soubesse o que eu sinto, ou o que penso, pois o senhor não faz a mínima ideia. - Disparou, então levantou-se e começou a caminhar em direção a casa.

- Tem razão. - Concordei, atravessando em sua frente. - Quando decidi vir nessa viagem, não foi à toa, queria descobrir, de uma vez por todas, o que eu sinto por você. - Dei voz aos meus pensamentos, ignorando o medo de estar passando dos limites com ela. - No começo eu estava... - Fiz uma pausa para organizar os meus pensamentos, deslizando minhas mãos por seus ombros, até que elas encontrassem as suas. - confuso e agindo por impulso, mas sempre soube que sentia algo por você, algo forte o suficiente para me fazer estar aqui, passando provações, tentando me enturmar com pessoas que jamais pensei que faria. - Externei tudo, colocando meus sentimentos sobre a mesa, completando, logo após: - Tudo por você. - Me inclinei para beijá-la, mas ela se esquivou.

- Desculpa, mas eu sinceramente, não sei o que dizer nesse momento. - Suspirou longamente, encolhendo os ombros.

- Diga apenas o que sente, isso será o suficiente pra mim. - Tentei incentivá-la a se abrir comigo de uma vez por todas.

- Eu... - Sua voz sumiu ao me encarar, não demorou até que desviasse sua atenção para longe de mim. - Não está brincando comigo, está?

Brincando?

Foi, em demasiado, frustrante ser questionado sobre aquilo. Era tão difícil ver minha tentativa desperada de resolver aquele impasse?

- Nunca brincaria com um assunto tão sério, srta. Park. - Meu tom era de advertência, deixando bem claro que a sua incredulidade havia me afetado. - Me abrir e falar sobre os meus sentimentos, não está sendo nada fácil, acredite. - De repente já não estava certo de estar fazendo indo pelo caminho correto com ela.

What's Wrong with You? | Jhk +18Onde histórias criam vida. Descubra agora