Trono II

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Império

Arco I – Trono de Sangue

Trono II – Lúcifer.

08 de fevereiro de 2018.

O tempo passou rápido, estou perto, falta pouco para que tudo finalmente seja concluído, o plano que estou a tramar há anos está próximo ao fim. O coração de Ashura ainda está a bater, meu velho inimigo está para me dar adeus. A deixar de andar por essa terra.

Para conseguir vingar aqueles que perdi, que me foram tirados de forma bruta e rápida. Nem ao menos me despedi, não fui capaz de dizer adeus.

Mudei meu nome, o endereço e identidade; deixei tudo para trás. Aqui sou conhecido como Okumura Hideyoshi, ou somente como Hide. Uchiha Sasuke ficou passado, como se nunca tivesse existido. Sou somente um simples mecânico que mora no subúrbio de uma grande cidade, que acorda cedo e dorme tarde, que batalha para se sustentar e manter a casa onde mora. Sou uma pessoa "normal", que não levanta qualquer suspeita.

De um esportivo europeu agora dirijo um carro popular usado. As roupas de marca foram substituídas por roupas usadas, a maioria de segunda mão. Nada aqui é fácil, o dinheiro que mantenho guardado em momento algum foi usado, a casa que moro se resume a cinco cômodos mal divididos. Não que eu esteja a reclamar do ambiente em que vivo, afinal, foi graças a isso que consegui reunir as informações que preciso.

Meu império está aos cuidados de Kakashi e Obito, ambos estão a evitar que ele caísse nas mãos de meu pai.

Uchiha Fugaku não é um bom homem, na realidade é o pior que se pode encontrar. Egoísta por natureza, manipulador, egocêntrico, um ser que se orgulha de ter construído sua fortuna através do sangue. Fui diferente, lutei para ter o que tenho, trabalhei dia e noite por anos para erguer meu Império. Não o manchei com sangue inocente, apesar dos pecados de meu pai respigar sobre mim.

Manchando o que era perfeito. Sem falha ou defeito, o Império que construí aos poucos está a ser destruído pela ambição de meu pai. Que insiste em unir aquilo que não o pertence, com aquilo que se encontra corrompido.

Isso tirou de mim mais do que meu amor e a vida de meu melhor amigo, minha alma pareceu ser arrancada, manchada com o sangue daqueles que pagaram o preço mais caro.

Enlouqueci. Fiquei cego, anseie somente por vingança, queria que ele pagasse, nem que para isso eu precise usar os métodos mais sujos. Nunca quis virar um homem semelhante ao meu pai, ser igual ao monstro que me criou, fugi! Lutei! Persisti, mas no fim cedi. Como fraco que sempre fui, como o covarde que se escondeu nas sombras do pai quando tudo piorou.

Jogar o carro do penhasco, simular minha morte foi à parte fácil. Ficar no anonimato, arrumar um disfarce e fingir que está tudo bem foi difícil.

Trabalho no mesmo lugar desde que cheguei nessa cidade. Uma oficina gerenciada por um senhor já de idade, que preza a honestidade e o bom serviço, ele é um bom homem, diferente da pessoa que me criou. Sempre me dando conselhos e pedindo para que eu pare com os meus vícios, que diminua a quantidade de cigarros que fumo e que eu beba menos cervejas durante a noite.

Com um bom humor ele diz que irei adquirir barriga de cerveja quando for mais velho. Disse que não me importou, afinal a única mulher que eu queria agradar não está mais aqui para ver e reclamar dos meus podres vícios. Se ela estivesse viva reclamaria, mandaria que eu parasse, usaria de chantagem emocional para me fazer parar, citaria os maléficos a saúde e de como isso me deixaria doente no futuro. Ela era uma pessoa boa, já eu sou a cria do diabo.

ImpérioWhere stories live. Discover now