Trono VI

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Império

Arco I — Trono de Sangue

Trono VI — Chuva

Tóquio, Japão.

30 de Dezembro de 2008.

— Vamos Sasuke, se anime, se quer a sua liberdade precisa lutar — Meu pai grita, enquanto tento manter a katana erguida. — Deixe de ser mole, não te eduquei assim! Você é um Uchiha, honre o seu nome! — O vejo rir. — Deixe de ser frouxo Sasuke, revide, seja homem...

Encarou meus dois adversários, dois homens, mais altos e fortes do que eu. Ambos armados, um com uma katana e o outro com uma arma de fogo, que insiste em ser mirada nos músculos de minhas pernas. Tenho dificuldade em continuar de pé, em andar e em tentar alcançar qualquer coisa, desejo chorar, mas não darei esse maldito gostinho a nenhum deles.

Tento manter-me firme, sem fraquejar, minhas pernas bambeiam, suor escorre pelo meu rosto. Fazendo-me cambalear, dando passos para trás, encostou na grade, a ajudo para manter-me de pé, olho para as minhas pernas, para o sangue que escorre de meus ferimentos, dos cortes em minhas pernas.

Ashura e Indra assistem a tudo em silêncio. Os irmãos têm pensamentos contraditórios, enquanto um deseja a minha morte, o outro anseia que eu sobrevivia e consiga sair do lugar onde me encontro. Da arena criada por meu pai, onde os principais duelos acontecem, sem contar, que era aqui onde os treinos, as lutas, aconteciam.

— Vamos Sasuke! Lute, tente conquistar a sua liberdade, ou se renda!

— Não vou me render! Não vou desistir, não vou. — Disse convicto, decidido sobre minha escolha. — Cansei de servir ao senhor, de continuar ao seu lado, desejo mais para mim, jamais desejei nada que venha do senhor.

Segurei a espada com força. Tentei desviar dos golpes, evitando assim, mais cortes em meus braços e ferimento em minhas pernas.

Outro disparado é dado, esse acertou o músculo em minha coxa, sinto-me incapaz de fazer qualquer mínimo movimento, minhas forças estão a esvair, juntamente com o sangue que saiu. Escuto meu pai gritar, pedindo para que fossem rápido, para terminar logo o serviço — ou seja me matando ou comigo desistindo, rendendo-me.

Uma parte de mim odiou, sentiu ânsia, ao tocar na arma, na presente dado a mim pelo meu pai. A espada fora ganha em outra disputa, quando derrotei Ashura e tomei katana que um dia pertenceu a Madara, para mim. Ganhando o respeito e soberania sobre os demais abaixo de meu pai.

Miro nos homens, evitando todo e qualquer ponto vital, queria encerrar a luta e para isso eles deveriam cair. Pernas e mãos, foi onde tentei mirar, acertei quatro de cinco tiros, um foi em direção de Ashura, que parou de rir quando notou que eu, Uchiha Sasuke, era o único de pé dentro da arena subterrânea.

— Acabou Fugaku, acabou. — Disse sorrindo, lutando para manter-me de pé, sem cair ou vacilar, minha perna dói como o inferno, queimando e fazendo com que a katana fosse usada para ajudar-me a continuar de pé. Sem cair.

— Não, filho tolo, isso só acabará quando eu disser, quando eu permitir! — Gritou. — Essa marca em sua mão é a prova, ela representa o que você realmente é, Uchiha Sasuke, não importa para onde você vá, o fato de que um dia será como eu — Ele aponta para si mesmo. — Nunca irá mudar, pois você é meu filho, meu tolo e inútil filho!

Pela primeira vez senti-me imune contra suas palavras, contra o veneno que escorre por sua boca.

— Pai, hoje eu venci — Sorri. — Hoje eu te venci pela primeira vez — Sinto meus pulmões doerem, minha respiração está ofegante. — Pai, hoje eu venci o senhor, pela primeira vez em toda a minha miserável existência, eu venci o senhor — Repito a frase, a singela oração.

ImpérioWhere stories live. Discover now