Império

Trono IV

Império

Arco I — Trono de Sangue

Trono III — Monstros.

09 de fevereiro de 2018.

Dormir é praticamente impossível para mim em algumas noites, o sono simplesmente não vêm, os pesadelos são constantes e os pensamentos ruins, as lembranças do meu passado voltam como uma bala. Ela perfura o meu coração, faz com que a minha alma sangre. A mágoa é uma arma poderosa, da mesma forma que o ódio é uma motivação efetiva.

Assim como a vingança, ela envenena o coração.

Quando sai para trabalhar ela ainda estava a dormir, não quis atrapalhar, já que parecia que era a primeira vez em anos que ela dormia sem se preocupar com absolutamente nada, toquei em seus cabelos e acaricie o seu rosto. Indra sempre ressaltou a beleza de Hinata, e de como a filha se parecia consigo. Afinal ela e a namorada eram o seu orgulho, o seu pequeno pedaço do paraíso. Eram o seu tudo!

Queria que o meu pedaço de paraíso também estivesse aqui. Comigo. — penso nostálgico.

Deixei um bilhete informando a elas que voltaria ao anoitecer, pedi para que não saísse, e que se ele aparecesse me ligasse. Eles não romperam por completo, Hidan, ainda pode vir atrás dela, cobiçando aquilo que não pertence mais a ele. Ele era um marido agressivo, controlador, um crápula — ele e meu pai podiam, simplesmente dar as mãos e sair andando.

Pois caso ele viesse, eu correria para ajudar, afinal eu não sei se ele irá se afastar, não com facilidade, por isso creio que precisarei a cumprir a minha ameaça.

Ela não quis ir ao hospital, alegando que estava melhor, mas me mantive em alerta, a questionei também a respeito das providências que ela terá que tomar em relação ao marido, a mesma me disse que irá pedir o divórcio e que depois procurar um emprego. Para pelo menos conseguir alugar um apartamento e se mudar para lá com Rei. E que enquanto isso iria morar com os pais, ela me contou que eles moram em um bairro diferente, distante, e com uma segurança melhor.

Pedi para que ela ficasse — uma parte de mim pede para que eu cuide delas, que as mantenham por perto —, dizendo que ela poderia ficar comigo durante o tempo que fosse preciso. Ela não me incomoda, pelo contrário, assim terei um pouco de paz sossego, sabendo que ela pelo menos estará segura. Longe de quem só sabe machucá-la e de quem pode machucá-la.

Informei ao meu chefe, disse a ele sobre o ocorrido, ele me liberou mais cedo. Mandando que eu fosse para casa, dando atenção para Hinata e para Rei, e que de preferência as mantivesse comigo, pelo menos até tudo se estabilizar. Afinal o Hidan pode voltar mais violento e controlador que antes.

Não consegui dizer não a ele, simplesmente, concordei com a fala do mais velho. O homem de idade avançada disse que eu era um bom homem, uma pessoa boa, por ter acolhido Hinata e evitado que o marido a agredisse, a tirando de um lar abusivo e das garras de um homem violento. Não esbocei nenhuma reação, afinal eu agi de forma egoísta, somente queria evitar que algo ruim acontecesse, algo que fizesse com que eu perdesse o sono durante a noite. A minha capacidade de sorrir, fiquei com medo de que a morte dela, ou de qualquer coisa que acontecesse com ela e com a filha que arruinasse os meus planos, já que manter ela por perto pode complicar as coisas, se Ashura me achar, ou até mesmo sonhar com a existência da sobrinha meus planos precisaram ser revistos. Afinal Indra a escondeu, impediu que ele soubesse sobre a pequena, e eu como amigo fiz o meu melhor para ajudá-lo a encobrir a existência de Rei e de Hinata, para Ashura elas não existem. Para ele o irmão nunca amou ninguém além de si mesmo.