Capítulo 3 - Fire at the Little Park

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O despertador tocou no dia do jogo e eu respirei fundo antes de erguer meu corpo na cama e deslizar o botão do celular. Virei para o lado e percebi que Alisson tinha um olho aberto enquanto o outro se mantinha enfiado no travesseiro.
- Hora de levantar, dorminhoco! – Dei um beijo em seu rosto e segui para o banheiro.
Tomei um banho quase frio para acordar meu corpo, dei uma ajeitada nos cabelos, escovei o dente e voltei para o quarto enrolada na toalha, encontrando Alisson da mesma forma que antes. Franzi a testa e me aproximei dele novamente, me sentando na beirada da cama.
- Ei, o que foi? Não vai levantar? – Perguntei e ele abriu os olhos novamente, junto de um largo sorriso.
- Eu estou de castigo, não podemos sair daqui até a hora do jogo, então não tem por que levantar agora. Também, quando eu sair daqui, o Taffa não vai deixar eu tirar outra soneca, então eu vou dormir mais uma horinha ou duas. – Ri fraco, me levantando novamente e seguindo até minha mala para pegar uma troca de roupa.
- Bom, eu tenho que ir com Bianca até Nova York para retirar as informações do jogo de hoje: credenciais, listas e tudo mais. Vamos aproveitar e gravar com o canarinho e conhecer a cidade. – Ele assentiu com a cabeça, observando eu me trocar. – Eu devo ir direto para o estádio para a coletiva pré-jogo com o Tite e o Cléber. Volto só umas cinco, seis da tarde. – Ele suspirou.
- Se importa se eu ficar aqui? – Ele perguntou e eu neguei com a cabeça, vendo-o virar de barriga para cima.
- Só não se esqueça de nada aqui dentro, ok?! Eu vou ficar com a chave, quando sair, você não volta mais. – Ele riu fracamente.
- Pode deixar, tentarei me comportar! – Me sentei na beirada da cama novamente, me debruçando sobre ele e ele segurou meu rosto antes de eu colar nossos lábios levemente.
- Até mais tarde. – Me levantei, pegando minha bolsa. – Não se esquece que o café da manhã é só até as 10!
- Pode deixar! – Ele falou com a voz meio sonolenta ainda e eu saí do quarto, fechando a porta em seguida.
- Sozinha hoje? – Lucas apareceu atrás de mim e eu ri fracamente.
- Eles estão de castigo hoje, vai dormir mais um pouco. – Ele bocejou.
- Queria! – Ri fracamente. – Vamos fazer isso logo que depois ainda podemos tirar uma soneca.
- Vai com a gente? – Perguntei e ele deu de ombros.
- Alguém precisa gravar o canarinho, não é mesmo? – Ele perguntou e eu neguei com a cabeça.
- Esqueci que estamos com equipe reduzida. – Rimos juntos e seguimos para o elevador, esperando-o chegar.
Ele chegou com Fred, Douglas, Felipe e Fagner, cumprimentamos todos e seguimos para o refeitório. Encontramos Bianca, Diana e Vinícius lá e tomamos café conversando sobre os últimos acontecimentos e o cronograma que faríamos na cidade para não perder tempo. Todos estavam com a agenda meio livre, então aceitaram turistar por Nova York.
Bianca e os meninos já tinham vindo para cá outras vezes, mas para mim e Diana era algo novo e eu estava muito empolgada com isso. Terminamos de tomar café e Bianca foi chamar a van para sairmos, enquanto isso, fui falar com Tite.
- Tudo decidido, Tite? Estamos indo lá na FIFA. – Ele assentiu com a cabeça.
- Tudo certo, amistoso é mais de boa. Eles não estão nem aí. – Sorrimos.
- Devo encontrar vocês direto lá, ok? Vamos aproveitar e conhecer um pouco da cidade.
- Pode deixar. Aproveitem! – Cléber falou e eu pisquei para ambos, saindo com a equipe de comunicação.
O prédio da FIFA em Nova York ficava no Upper East Side, o que fez meu lado Gossip Girl aflorar animadamente, mas isso demorou cerca de uma hora só para chegarmos lá. Estávamos em Nova York, a maior cidade do mundo, o trânsito era caótico. Então, precisamos dar uma agilizada nos pontos que eu gostaria de conhecer, principalmente por Vinícius já estar com parte da roupa do Canarinho e só faria uma pequena aparição na Times Square.
Não que Nova York fosse meu sonho de consumo, nunca tinha sido. Meus sonhos de consumo eu conheci quando estudei em Londres, mas era Nova York, não podíamos negar a magnitude da cidade e tudo aquilo que eu via em diversos filmes animadamente.
Saímos da FIFA beirando o Central Park, e passamos na frente do Metropolitan Museum of Art, me dando alguns segundos para fazer uma foto no lugar mais conhecido de qualquer fã de Gossip Girl. Depois seguimos por outra longa avenida e chegamos no Museu de História Natural, que eu amava ver nos filmes de Uma Noite no Museu.
Depois seguimos para a Times Square, o motorista era americano, então ele sabia todos os caminhos. Ele parou para nós em uma rua paralela e andamos até chegar na dita cuja, já percebendo alguns olhares das pessoas sob o Canarinho. Era impossível não ver aquele gigante bicudo amarelo. Paramos em uma das calçadas próximo à faixa de pedestres e Lucas começou a tirar fotos e filmar com sua câmera mesmo.
Não tínhamos muito tempo, então o negócio tinha que ser bem rápido mesmo, foram meia dúzia de fotos, deixamos alguns fãs, principalmente os menores, se aproximarem e até nós tiramos algumas fotos com o Canarinho. Além de que eu e Diana aproveitamos a bagunça para fazer altas selfies na frente da rua mais famosa do mundo.
Quando conseguimos nos livrar da muvuca que se formou ao redor de Vini, voltamos pela rua paralela e ainda esperamos alguns minutos para que a van passasse. Enquanto isso, Vinícius continuava a ser tietado. Seguimos nosso pequeno cronograma, enquanto Vini tirava a roupa de passarinho.
Estando perto, ele também passou na frente do Empire State Building, mas não tivemos tempo para subir, ele parou na frente, pulamos rapidamente da van, fizemos uma foto e seguimos nosso caminho. Andamos por um maior período e paramos no Memorial e Museu do 11 de Setembro, aonde ficava as antigas Torres Gêmeas.
Passar por aquele lugar me deu uma sensação doce amarga. Foi como se finalmente tivesse caído a ficha de tudo o que tinha acontecido comigo nesses últimos anos, mas me fez pensar, principalmente, nos meus avós que já tinham falecido. Fiz uma reza silenciosa, pedindo por proteção e saúde durante minhas viagens e que tudo desse certo comigo e com Alisson, além de agradecer pelos acontecimentos em minha vida e disse que sentia falta deles.
Voltamos para a van e ele seguiu a rua, chegando no famoso Touro de Wall Street. Fizemos algumas poses engraçadas em grupos e voltamos para o carro novamente. Beirando o Rio East para seguir para o ponto mais perto da Estátua da Liberdade, já que não sabíamos se daria tempo de chegar à ilha, por causa das balsas e tudo mais, acabei vendo a famosa Ponte do Brooklyn de longe, mas foi só também.
Chegamos ao ponto de embarque até a Ilha da Liberdade para tirar uma foto melhor do ponto turístico mais famoso de Nova York e checamos os horários para saber se era possível. Talvez tivéssemos um atraso, mas Cléber e Tite me encontrariam direto no estádio, então eu ganharia alguns minutos, certo?! Pegamos a balsa, fomos para a Ilha da Liberdade, perdendo somente 20 minutos ali. Tiramos algumas fotos em grupo e sozinhos e logo pegamos a próxima balsa para encontrar nosso motorista e voltar.
Foi realmente um vapt-vupt, eu estava até zonza de tanto sobe e desce, pelo menos tínhamos o carro à nossa disposição. Bianca entrou em contato com Tite e Cléber para saber sobre o paradeiro deles, pois nós estávamos um pouco atrasados. Chegamos lá faltando 20 minutos para tudo começar, mas já os encontrei na antessala, fazendo-os respirar aliviados.
- Vocês demoraram. – Tite falou e abanei as mãos para Vinícius e Lucas irem se preparando.
- Desculpe, acabamos nos empolgando! – Me sentei na cadeira e peguei uma garrafa d'água. – Andamos pela cidade, fomos até a Estátua da Liberdade. – Abanei as mãos. – Está tudo bem agora.
- Relaxa, garota! Vocês chegaram a tempo! – Cléber riu da minha feição e eu assenti com a cabeça, sorrindo.
- Pelo menos deu para ver as coisas? – Tite perguntou.
- Deu sim, algumas coisas sim. – Sorrimos juntos. – Vamos repassar as informações? – Peguei meu iPad.
- Vamos lá. – Tite falou, respirando fundo. – A escalação será composta por...

Passaporte Brasil, 2019 | Alisson BeckerOnde histórias criam vida. Descubra agora