Assim que a van parou de volta na frente do hotel, eu fui a primeira a saltar, evitando os gritos altos do lado de fora. Andei em direção ao restaurante, tirando meu casaco e abanando a mão. Parecia que o Rio tinha feito questão de voltar a esquentar justo hoje. Sei que os hormônios estavam afetando, mas eu estava derretendo embaixo daquele uniforme e daquela blusa de manga comprida por baixo. Eu saí antes das seis do hotel, né?! Aquele horário estava frio.
Ergui o crachá para o segurança da porta e empurrei a porta do restaurante, ouvindo os burburinhos ali em volta, Bianca, Leandro, Vinícius e Anna vinham atrás de mim. Parei na primeira cadeira e deixei meu casaco.
- Boa tarde, gente! – Falei um pouco alto.
- Ei, chegaram! – Edu falou. – Como está o Rio?
- Lotado, animado, quente para caralho e fervendo mais do que o inferno. – Bianca falou, também tirando seu casaco.
- Achei que eu era a única que estava morrendo. – Falei, vendo Alisson seguir em minha direção.
- Ei, bom dia. – Ele falou e eu sorri.
- Não se aproxima, eu estou derretendo, preciso tirar essa blusa de baixo. – Suspirei.
- Saíram cedo. – Ele comentou.
- Antes do sol nascer. – Ele se aproximou, dando um curto beijo em meus lábios. – Como estão as coisas?
- Ah, até que bem, alguns familiares passaram aqui de manhã... – Assenti com a cabeça. – A Aline veio, perguntou de você.
- Eu me esqueci total da visita das famílias, mas eu precisava conservar com o Senhor um pouco mais de perto. – Ele sorriu, passando as mãos ao redor de minha barriga. – Aproveitei a oportunidade.
- Fazendo acordos com Deus? – Ele perguntou e eu ri fracamente.
- Bom, não custa nada dar uma reforçada, certo? – Ele sorriu, dando um curto beijo em minha bochecha. – Mas dessa vez fui pedir por nós...
- Nós? – Ele perguntou.
- É, aquela história toda.
- Já falei que vai dar certo, amor. – Ele insistiu e eu suspirei.
- Eu sei, mas você fala que vai dar certo e não me dá uma resposta...
- Bom, é...
- Então, só um milagre para resolver isso. – Falei. – Tirando algumas exceções, da última vez que eu chequei, só Ele faz milagre.
- Mas você ainda confia em mim, certo? – Ele perguntou e eu ri fracamente.
- Mas é claro. – Levei a mão até seu rosto, acariciando de leve.
- Vem comer. – Ele falou.
- Vou só tirar essa blusa, já volto. – Falei e ele assentiu com a cabeça.
Segui em direção ao banheiro do restaurante mesmo e tirei as duas blusas, pegando alguns papéis toalha do dispenser e passando pelo meu colo, seio e todas as possíveis dobrinhas. Desenrolei uma blusa da outra e coloquei somente a do uniforme, ajeitando certinho. Dobrei minha cacharrel e voltei para o restaurante, acenando para um pessoal, piscando para outros e segui para o buffet.
Optei pelo tradicional, hoje era um dia que nada poderia dar errado, muito menos uma diarreia ou enjoo, tudo precisava estar perfeito. Peguei um suco para acompanhar, talheres, guardanapo e fui para mesa, dando de cara com Filipe Luís.
- O quê? – Perguntei.
- Você vai sentar na nossa mesa hoje. – Ele falou, puxando uma cadeira na ponta da mesa e eu ri fracamente, apoiando o prato na mesa e meus utensílios.
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Passaporte Brasil, 2019 | Alisson Becker
Teen FictionApós a eliminação do Brasil na Copa do Mundo de 2018, promessas e juras de amor foram feitas, mas o que aconteceu após o fim da competição? O namoro à distância pode ser um desafio muito mais complicado do que uma Copa, mas existem amistosos e uma n...