17 ↬ Broken glass

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Madison Hudson Point Of View

11:24 p.m.

Brooklyn, New York.

"Um beijo é tudo o que é preciso. Para se apaixonar por mim. Possibilidades. Eu pareço com tudo que você precisa"

One Kiss - Calvin Harris, Dua Lipa.

O barulho das pessoas conversando era alto, Payton me encarava com a boca entreaberta, nós dois estamos em silêncio, sem saber o que dizer.

— Apenas... Por que não me disse antes? — seu tom de voz foi baixo, e ele não me olhou nos olhos.

— Eu não sei — virei meu rosto —, não queria estragar a amizade de vocês.

Ele concordou com a cabeça, permanecemos em silêncio por vários minutos, ele parecia estar um pouco chateado, e eu até lhe dou razão. Se eu descobrisse que Payton já teve um relacionamento com a Addison, ou a Avani, eu não ficaria nada contente.

O clima bom em que estávamos pareceu se quebrar em alguns pedaços, e simplesmente paramos de conversar.

Ele parece meio desconfortável, e eu já estou cansada de ficar sentada neste sofá. Addison conversa com algumas garotas, e Riley é a única a perceber que eu e Moormeier não estamos tão bem um com o outro.

— Madison! — ela diz enquanto fica parada na minha frente — Por que não vem com a gente?

Ela aponta com a cabeça para seu grupo de amigas, concordo e levanto, caminhando junto com ela e dando uma última olhada para o garoto sentado no sofá, que encarava seus tênis, e quando viu que já estavamos um pouco longe, se levantou e andou até Dylan e seus amigos.

— Wow. Por que o clima estava pesado? — ela me pergunta enquanto sentamos.

— Já namorei um dos melhores amigos dele — encarei ela que abria a boca, surpresa —, eu tive receio de contar.

— Entendo — ela me olha, rindo um pouco.

— Sabe, quando eu te conheci, achei que fosse namorada do Moormeier.

— Namorada dele? Nem levante possibilidade. — ri junto com ela — Nos conhecemos desde pequenos, nunca passamos disso.

Eu não desconfiava que eles tinham algo, para falar bem a verdade. Ao meu ver, eles nunca tiveram nada.

Ouço pingos grossos, indicando que havia começado a chover lá fora. Eu realmente não sei como vou voltar para casa, mas o que mais me intriga é saber que Payton realmente ficou chateado comigo.

Disfarço olhando para ele, que era o único quieto entre seus amigos, com as mãos nos bolsos, e parecendo pensativo, enquanto olhava para a parede branca do local.

— Você pega um copo de água para mim, por favor? — Addison me pede em quanto fazia careta, ela havia acabado de comer algo muito quente.

— Sim — fui até a cozinha, em cima da bancada tinham alguns copos limpos, peguei um deles e fui até a geladeira pegando uma garrafa de água.

Abri a tampa, apoiei uma das minhas mãos sobre a bancada, sinto uma ardência forte na minha mão, e só então percebo que eu tinha acabado de deitar minha mão sobre um caco de vidro.

— Porra — a dor começou a aparecer, cada vez mais forte, e pingando um pouco de sangue.

— Mads, você pode... — Addison entra na cozinha, e foi apenas ela colocar seus olhos na minha mão machucada que começou a falar um pouco mais alto. — Meu Deus, Madison!

As pessoas começaram a entrar, querendo saber o que tinha acontecido e fazendo a maior confusão. Dylan foi buscar algumas coisas para tirar o vidro, Addison pegou o copo de água e me deu para tomar.

As garotas estavam todas em minha volta, os garotos me observavam de longe, e Payton parecia meio nervoso, querendo vir até mim.

— É melhor ficar calma, isso vai doer um pouco — ela me guiou até o sofá da sala, molhou minha mão com água morna, e com uma pinça retirou o caco de vidro.

— Caralho — gemi de dor, algumas gotas de sangue caíram sobre meus tênis, sujando a parte branca.

Ela limpou meu ferimento, fez curativos, e tudo pareceu voltar ao normal, as pessoas voltaram a conversar alto, mas para mim a disposição havia acabado.

— Está tudo bem? — Addison me perguntou, enquanto acareciava minha mão com cuidado.

— Está sim — concordei com a cabeça enquanto falava, eu precisava da carona dela para ir embora, mas eu não queria ficar mais ali —, eu posso ficar na sua varanda?

Dylan assentiu com a cabeça, me levantei e passei entre as pessoas, abri a porta e puxei meus fones de ouvido do bolso, coloquei uma música não muito alta e fechei meus olhos, sentada em um uma poltrona.

— Você tá legal? — ouço a porta abrir, e o Payton me olha e caminha com calma, chegando mais próximo da poltrona onde estou sentada.

— Estou — pauso a minha música e encaro nos olhos dele.

Moormeier esfrega suas mãos sobre o rosto e anda um pouco no local, talvez pensando no que dizer, ou como dizer, não tenho certeza.

— Eu fiquei preocupado — ele fala de costas para mim.

— Não se procupe, não doeu tanto quanto parece — doeu sim, mas ele não precisava saber.

Ele caminha lentamente até um sofá bem próximo de onde estou, apoia seus cotovelos sobre as próprias pernas, e me olha nos olhos.

— Vai comigo no aeroporto amanhã? — ele suspira e pega na minha mão machucada, passando o dedo polegar gentilmente sobre meu curativo — Por favor.

— Achei que estivesse bravo comigo — olho para seu rosto.

— Eu não consigo ficar bravo com você — sorri internamente com sua resposta.

— Você venceu, Moormeier. Eu vou com você amanhã.

Ele envolveu seus dedos sobre meus fios de cabelo e puxou meu rosto para mais perto do seu, beijando meus lábios com calma. Nós realmente estávamos de bem.

Bathroom; Payton Moormeier.Onde histórias criam vida. Descubra agora