11.

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Depois de uma longa e cansativa viagem de ônibus, nós finalmente voltamos aquela prisão. Thaylise tinha os fones de ouvido e cantava baixo ao meu lado enquanto estávamos na fila para pegar nossas pulseiras novamente. Demoramos cerca de cinco a dez minutos para estarmos todas no salão principal. Um dos seguranças pediu para que esperássemos ali, pois a supervisora tinha um aviso importante.

- Sério, Day. - escutei a voz de Thaylise e me virei para vê-la, agora ela já estava sem os fones – Você ficou realmente muito bonita com esse piercing. Talvez eu esteja desenvolvendo um crush por você agora. – sorri.

- Eu sou irresistível. – falei, vendo Dani se aproximar.

- Você está linda, Day. – Thaylise nos olhava e logo vi um sorrisinho aparecer em seus rosto.

- Obrigada, Dani. – respondi rapidamente – Então, como foi o final de semana de vocês? – perguntei, tentando tirar a atenção daquele momento.

- Eu não fiz nada. Nem fui pra baladinhas. – Thay deu de ombros e eu ri – Não ri. Isso é triste.

- Eu também não fiz nada. – Dani falou, suspirando – Só fiquei com minha família. – sorri com o jeito que Dani falou aquilo. – E você, Day?

-Também fiquei com minha família. – falei – Por um lado foi bom, pois vi meus irmãos e meu pai novamente, por outro...

- Garotas, boa noite. – uma voz feminina me interrompeu, fazendo com que eu olhasse na direção de onde vinha, vendo a mulher de cabelos negros em um coque e sua franja atrás da orelha – Vejo que chegaram bem de viagem. Então... Gostaria de dizer que esta semana começarão os encontros de campo. – franzi o cenho, olhando para Thaylise e ela deu de ombros – Vocês irão junto com seus pacientes duas vezes por semana até o pátio, terças e quintas na parte da tarde. Não se preocupem, vemos que eles reagem bem em relação a vocês. Não irão se machucar. – sorriu e olhou para todas nós – Alguma pergunta? – Levantei a mão em um impulso, Thay me olhou, junto a Dani. A mulher olhou para mim e sorriu fraco.-Sim, senhorita Lima? – no mesmo momento, todas tinham se virando para me olhar.

- E se os pacientes... Brigarem entre si? – travei um pouco, mas acabei perguntando. A mulher sorriu de canto.

- É um risco muito pequeno, mas, como falei, não se preocupe. Nenhuma de vocês vai se machucar se acontecer. – franzi o cenho – Mais perguntas? – todas ficaram em silêncio – Bom, o aviso era este. Quero dizer que vocês não precisam ir às celas hoje. Os pacientes já foram alimentados e tomaram suas medicações. Boa noite. – e então ela saiu.

Olhei para a pulseira por alguns instantes e logo fui para o quarto, com Thay, Dani e Bruno, que resolveu se juntar a nós. Eles conversavam e eu estava bem dispersa no assunto, afinal, minha cabeça resolveu ir pra outro lugar. Lugar não, pessoa. Chegando ao quarto, deitei logo na cama enquanto as meninas brincavam de alguma coisa. E minha mente continuava a pensar sobre: Carol. Eu realmente não queria saber se eu iria ficar bem ou não nesses encontros de campo. O que me importava de verdade era a garota, e isso a mulher não respondeu. Ela apenas falou que o risco de acontecer era pequeno, mas logo Catarina veio em minha cabeça e a história que Carol falou sobre ela tentar arranjar briga quando chegou. Sei que isso pode não acontecer, na verdade, tenho noventa e nove por cento de certeza que isso não vai acontecer. Mas o um por cento continuava corroendo minha mente, até eu conseguir, finalmente, pegar no sono.

[...]

- E então. Hoje à noite. Vamos fazer um super verdade ou consequência. – Thaylise falava alto, para todos na mesa ouvirem – Quero todos, sem exceção, participando, ok? – a mulher voltou a sentar e virou para mim – Até você. – bufei, tomando um gole do meu café.

Monster//DayrolOnde histórias criam vida. Descubra agora