18.

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- Você tem certeza sobre isso? – perguntei para Carol pela milésima vez no dia, e ainda era de manhã. A garota revirou os olhos.

- Que ódio. – resmungou, deitando-se na cama enquanto eu sentava no chão ao lado da mesma.

Era manhã de quarta-feira, eu estava bem agoniada com tudo o que tinha acontecido nas últimas vinte e quatro horas. Na hora, quando começamos a discutir sobre tudo no pátio, eu estava bem animada. Carol iria sair daquele lugar e eu não poderia estar mais feliz. Porém, depois de voltar ao dormitório e pensar bem... Era loucura. Ok, tudo aquilo era loucura, só que... Sair daquilo ultrapassava a loucura. Não consigo explicar muito bem o que eu estava pensando ao aceitar tudo. Só pensava em Carol e em seu bem-estar.

E agora eu não poderia dar para trás. Thaylise, Vitão, Carol e até Dani estavam de acordo com tudo e colocavam fé em mim para fazer alguma coisa. Algum plano. Eu pensava no pior. O que poderia acontecer. Bom, poderíamos todas morrer. Um bom final para essa história.

- Desculpe. – eu falei depois de perceber que Carol tinha ficado um tanto quanto irritada com minha persistência – Quero dizer... Eu me preocupo com você. Não quero que nada de ruim aconteça. – a garota virou-se para mim suspirando.

- Não vai. – falou parecendo um pouco cansada – Se não quiser participar disso, eu entendo perfeitamente. Você tem toda uma reputação a prezar e corre um grande risco com isso. – mordi o lábio e ela sorriu de canto, parecendo bem sincera – Não se preocupe Day. Eu entendo seu ponto. Não quero que se prejudique por minha causa. – neguei.

- Não é... – eu ia começar a falar sobre todos os riscos que existiam para ela, mas percebi que seria um verdadeiro pé no saco, então neguei com a cabeça – Isso não é problema. Eu vou ajudar. – falei com certeza – Quero te tirar desse lugar. – Carol sorriu sem mostrar os dentes, mostrando, mesmo sem querer, satisfação por causa de minha resposta.

- Obrigada. – falou baixo, em um tom de voz quase inaudível.

Sorri e levei minha mão lentamente até seu pescoço, aproximando-me de seu rosto e deixando um beijo casto e quente em seus lábios. Não pude deixar de sorrir contra sua boca ao lembrar toda essa situação em que estávamos passando, e estarmos tratando isso de um jeito tão simples e belo, como se fossemos um casal de adolescentes na faculdade, como qualquer outro. Porém infelizmente não era isso.

Eu adorava pensar como seria se estivéssemos em outra situação, uma completamente diferente. Fora dali. Há alguns dias atrás, sonhei com Carol em um vestido vermelho com detalhes brancos, de cabelo solto e sapatilhas, dançando serenamente em uma grama bem verde ao som de algo que eu não sabia identificar o que era. Ela me chamava, então eu sorria. E o sonho acabava. Poderia parecer bem bobo, mas era algo tão real. Carol parecia tão feliz. Eu pagaria tudo para vê-la daquele jeito de verdade.

[...]

- Dayane Lima. – escutei a voz de Thaylise e abri os olhos, vendo a claridade. Não só da luz como do quarto inteiramente branco. Mesmo já tendo me acostumado, às vezes eu queria me matar por causa daquele lugar.

- Sim, Thaylise Pivato? – ela limpou a garganta, e trincou o maxilar de leve, coisa que eu nem iria ver se não estivesse olhando diretamente pra ele.

- Quero saber novidades. Tem alguma? – neguei com a cabeça lentamente.

- Não. Foi só por isso que me tirou do descanso? – ela deu de ombros – Você é podre. Sai daqui.

- Não! É sério! – Thaylise sentou-se ao meu lado – O que você está achando dessa história? – pensei um pouco – Acha que vai dar certo? – pelo semblante de Thaylise, ela parecia estar falando sério, e parecia também não acreditar que ia dar certo.

Monster//DayrolOnde histórias criam vida. Descubra agora