🧬CAPÍTULO 1 - Evidências do destino🧬

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@Carol7Wal


Pude te reconhecer desde primeira vista

Como se estivéssemos chamando um pelo outro

O Dna nos meus vasos sanguíneos me diz

Que você é o que eu estive procurando

Nosso encontro é como uma fórmula matemática,

Mandamento religioso, uma lei do universo

As evidências do destino dadas a mim

Você é a fonte de meus sonhos... (DNA- BTS).


Eu sei que não é grande coisa, mas este emprego de garçom está sendo melhor do que eu imaginava. Além de ajudar com as despesas do minúsculo apê, de um andar, porém estreito e precário, que divido com a Maya, paga uma parte do meu curso de Arqueologia.

Meus pais sempre me perguntavam se eu não teria opção melhor como profissão. Mas depois de trabalhar como assistente em uma loja de essências, vendedor em uma livraria e atendente em um setor de Relações Humanas, descobri que tenho alergia às fragrâncias fortes, que sou ruim de memória com os códigos de livros e sou impaciente com a lentidão do sistema para atendimentos. Prefiro mesmo o cheiro da euforia com novas descobertas, a imagem do que posso encontrar a cada passo que avanço nas pesquisas e a agitação do trabalho em equipe. Desde pequeno sonho em ser um grande arqueólogo e promover expedições, descobrir fósseis e batizá-los com meu nome: Jung HoWong.

Um sonhador talvez? Bom, no fim das contas, sonhar não custa um centavo e no final do dia continuo sendo um garçom, universitário e em situações nada fáceis. Mas tenho esperança e me sinto feliz só com o gostinho prazeroso dos meus futuros dias promissores.

Ser otimista também não custa nada.

Minha irmã, mesmo com o pouco que ganha, me ajuda com a outra parte das despesas e meu pai compra meus materiais quando sobra do seu salário. Minha mãe não aceita minha escolha e se diz magoada por eu não seguir seus passos lecionando por aí, trilhando um caminho acadêmico digno de orgulho e ganhar o suficiente para ter uma vida tranquila e confortável, apesar de nunca podermos esbanjar nada fora do orçamento.

Professores ganham bem o suficiente aqui na Coreia do Sul e minha mãe é feliz com seus alunos de Literatura da Língua Vernácula e Arte Imperial na universidade de Gwangju, minha cidade natal. Certa vez iniciei um estágio com ela, só para ter certeza de que era aquilo que eu não queria seguir como profissão. Não conseguia me concentrar em outra coisa só de imaginar que esta Arte Imperial e Literatura poderiam estar bem debaixo dos nossos pés e poder contar muito mais do que o que minha omma contava para a turma.

Quando tomei umas doses de coragem, decidi sair de casa rumo à capital e deixar de arriscar em empregos aleatórios para finalmente cursar Arqueologia e aqui estou, tendo que escolher entre o gasto com transporte público e os materiais para continuar com o curso. À noite, atendo mesas de gente rica que gastam o valor de todas as minhas despesas somado ao preço de cada talhador, pincel e espátulas que uso nas aulas práticas e simulações em apenas um jantar. Mas são essas gorjetas que organizam melhor meu orçamento mensal.

Amém.

Falando em boas gorjetas, no segundo seguinte, um grupo de clientes entrou no restaurante, chamando minha atenção. Eram em muitos e mais alguns brutamontes o dobro da minha altura, talvez seguranças. Dois entraram na frente sendo seguidos pelos demais, se dirigindo ao setor das salas privadas, com mesas maiores e sem olhares curiosos. Geralmente reservadas para reuniões ou festas particulares. Logo depois, vi que mais pessoas ainda estavam para entrar, aguardando em alguns carros do lado de fora.

DNA - Jung HoSeokOnde histórias criam vida. Descubra agora