E tudo fica preto...

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Jack Risonho (narrando):

Vejo ela desaparecer no horizonte com o carro.

Ahhh! De todas as suicidas que cuidei essa daí é a pior! Uma hora é psicopatamente sexy e outra é totalmente certa e irritante! Qual o problema dela?!

Bom, já sei onde encontra-la. Fiquei bastante tempo a espionando, logo, sei exatamente onde ela costuma ir quando chateada.

Kelly (narrando):

O ponto mais alto da cidade. Vou sempre quando estou triste ou magoada. Daqui da pra ver a cidade inteira! Me ajuda a refletir.

Descobri esse lugar quando criança, eu adorava explorar por aí. Não tinha muito perigo. Moro em cidade pacata.

Me sento na ponta do lugar e apoio meu queixo em minhas mãos pensativa.

-Por que caralhos eu abir aquela merda de caixinha?! Eu mereço isso... A curiosidade matou o gato não é mesmo? -me conforto meio desanimada.

-Pequena! Te procurei em todo lugar! -diz a figura colorida e comprida.

-Splendorman! -me exalto animada ao ver a figura creepypasta.

Splendorman era um creepy que sempre me visitava quando sentia que eu estava triste. Mesmo quando adulta ele me ajudou. Eu tinha o conhecido quando uma das diversas famílias que visitavam o orfanato onde vivi tinha me rejeitado. Ele me encontrou neste mesmo lugar e me consolou, viramos melhores amigos.

O abraço cheia de saudades.

-Oque lhe fez ficar triste pequena? -ele pergunta preocupado.

-Um creepypasta me sequestrou! Por favor me ajuda a lutar contra ele e fugir! -imploro em desespero.

Ele se afasta pela primeira vez com um rosto triste.

-Criança... Eu juro que tentei lhe ajudar mas quanto a isso não posso lhe orientar... -ele responde segurando minhas mãos.

-Eu tentei fazer que Slender não a alcançasse mas falhei... Não posso te tirar dele mais... É proibido criança... -a figura comprida e colorida diz em tom triste e desanimado.

Pela primeira vez em um bom tempo, choro em frente a alguém. Me ajoelho sem forças e Splendorman tenta me animar com brinquedos e doces, mas nada melhora... Irei ter que viver pra sempre com um idiota psicopata e sádico?! Qual vai ser a próxima punição por simplesmente ser a merda de uma suicida curiosa?!

Do meio do mato, Jack Risonho surge exibindo um sorriso maníaco.

-Seu filha da puta! -digo me levantando e dando um empurrão nele o fazendo cair pra trás de bunda no chão.

-Xingar a minha mãe não vai me afetar docinho. -ele debocha.

-Olá Risonho! Quer um balão? -diz Splendorman com seu típico sorriso.

-Caí fora PinkPie! -Jack ordena em fúria.

-Ok! -Splendorman responde ainda sorridente e logo desaparecendo em um piscar de olhos, no literal.

-Babaca! -grito a ele que permanecia no chão me encarando.

-Vai lá! Extravase a sua raiva como fez com sua amiga! Tenta me matar! -ele diz dando risos sádicos.

Me afasto de costas colocando as mãos na cabeça deixando uma solitária lágrima cair.

-Você é uma assassina Kelly! Você é louca como eu meu docinho. Admita, você quer me matar! -ele provoca.

Em total desespero e raiva me aproximo dele que se encontra sentando e chuto seu rosto.

-Eu não sou louca porra!!! -grito deixando um eco se expandir pelas montanhas, quase me deixando rouca.

Ele de costas no chão e fica inconsciente.

Ao ver oque tinha feito me abaixo quase imediatamente e tento acorda-lo.

-Não, não, não! Acorda Jack! Acorda!!! -grito chorrando e dando tapas em seu rosto ao corpo que permanecia inerte.

Faço compressões torácicas mas ele permanece imóvel. Verifico seus sinais vitais mas não os encontro.

Sem ao menos pensar faço uma respiração boca boca, não funciona.

Deito minha cabeça em seu peito já aos prantos e desesperada.

-Foi tola o suficiente pra achar que um creepy morreria docinho... -diz o palhaço incolor dando uma risada estridente.

Grr...

-Quase me matou de susto seu idiota! -grito a ele me levantando e me afastando.

Ele se levanta ainda rindo.

Me afasto mais.

-Por que? Se importa comigo? -ele pergunta sério mas com um leve sorriso de canto me encarando. Ele se aproxima e eu me afasto.

-Ou você só queria roubar um beijo meu? -ele pergunta muito próximo a mim. Não pude me afastar pois eu já estava na ponta do penhasco.

-Prefere cair ou me dar um beijo?... -ele diz acariciando minhas bochechas que já se encontravam vermelhas e quentes.


 Ele estava perto o suficiente pra eu sentir sua respiração...


 Sem ter o mínimo de noção do que estava fazendo o agarro, seus lábios encostão os meus. Sua língua age delicada e doce... Suas mãos acariciam minhas costas já descendo para meu quadril.


 Nos separamos devido a falta de ar.


 Ele me encara surpreso.


 Jack Risonho (narrando):


 Oque essa garota quer de mim?! Uma hora me larga e rouba meu carro e outra me beija desse forma?! Ela quer me deixar louco! Quer dizer, mais do que eu já sou!


 Inesperadamente uma lágrima solitária percorre a pele de seu delicado rosto. Ela me encara durante um tempo e permanecemos em total e puro silêncio.


 A sinto escapar de meus braços e cair para trás. Ela havia se jogado.


 Kelly (narrando):


 Me jogo e Jack não consegue me segurar. Ouço Jack gritar, mas não de raiva, de tristeza. A última coisa que vi, foi o rosto de Jack chorrando pela primeira vez.


 Não sabia se aquilo era real, mas real ou não, mexeu demais comigo...


 E tudo fica preto...


Meu Jack RisonhoOnde histórias criam vida. Descubra agora