O título desse capítulo é uma indagação justamente porque o capítulo inteiro será composto por dúvidas sem respostas, ou retóricas, ou pra deixar no ar.
Nós desperdiçamos tanto o nosso tempo, as vezes momentos preciosos jogados fora (eu me enquadro nisso).
Quando deveríamos socializar nos isolamos e quando queremos socializar nos vemos sozinhos. Corremos em círculos atrás de algo que não é pra nós ou fazemos os outros correrem em círculos atrás de algo que não é pra eles. Gostamos daquilo que nos prejudica e geralmente desprezamos o que nos faz bem.
Por quê nos preocupamos com o horário somente quando está em cima da hora ou quando já estamos atrasados?
Por quê sempre deixar pra depois?
Por quê decidir de última hora que vai... Ou que não vai mais?
Por quê ser educado com estranhos e ser ríspido com alguém íntimo?
Por quê demonstrar um intenso amor depois de ter desgastado o amor do outro? Talvez nem seja amor, só medo de perder. Nós só damos valor depois que perdemos porque a falta que aquilo nos faz gera em nós reflexão prática?Meu pai esses dias me mandou um áudio no WhatsApp perguntando como eu estava acrescentando um breve comentário de que eu não tinha entrado em contato com ele por aqueles dias, que ficamos muito tempo sem contato e agora que voltamos a nos falar eu deveria arranjar tempo pra contar a ele sobre minha vida no dia a dia. A princípio parece até algo nobre, algo bonito de se pensar. Mas raciocina comigo: ele teve 15 anos pra poder saber da minha vida, pra aproveitar cada momento importante que eu vivi, mas ele por decisão própria escolheu dar atenção a outras coisas e hoje às circunstâncias ajudam para que nosso contato seja pouco. Ele mora em outro estado, eu sou ocupado afinal não sou mais criança nem adolescente, sou adulto e tenho uma família pra sustentar (apesar de não ser casado e não ter filhos).
Não adianta culpar ou cobrar de outra pessoa que ela lhe dê atenção ou faça algo por você / com você se você desperdiçou o tempo que ela disponibilizou pra você talvez a situação mude e as circunstâncias não sejam mais favoráveis e a disponibilidade vira indisponibilidade e só nesse momento você vai querer fazer diferente? Não vai dar. Não será possível.
Não deixe quase morrer pra tentar salvar, não deixe apagar pra poder reacender, não deixe acabar pra ter um novo começo. De tanta segunda chance você acaba virando segunda opção e eu não estou me referindo a traição, a pessoa vai começar a perceber e vai dar chance a ela de tentar viver sem disponibilizar a vida dela pra você, e vai que a ideia funciona? Não terá mais volta.
Eu sei que é muito difícil mudar costumes, hábitos que já são bem consolidados dentro de hj na relação mas isso nunca vai mudar se toda vez que você recebe uma nova chance de fazer diferente você fazer igual e não se auto corrigir.
Amar leva tempo e a vida é curta demais pra desperdiçar. Não desperdice a sua muito menos a de outra pessoa.
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Aprendendo Amar
Non-FictionJá percebeu o quanto regredimos (como seres humanos) em nossa forma de nos relacionarmos? Somos individualistas socialmente e queremos ter uma sociedade em nossa individualidade. Invertemos valores a todo momento e nos importamos com coisa fúteis, d...