Procuro por um lugar livre que eu possa ver a natureza qualquer coisa que me lembre que ainda estou no planeta Terra. Tento procurar alguma saída, durante o percurso ao olhar para trás, uma figura conhecida aparece continuo andando para ter certeza se estou sendo seguida por Rose, quando chego ao lugar onde tem o nome em letras grandes paro e ela se posiciona ao meu lado olhando para o nome "Mitridias".
– Mitridias é o nome desse lugar... Adivinhei? – Pergunto para Rose.
– Sim, não entendo seu estranhamento. – Ela diz dando de ombros, porém de uma maneira descontraída.
– O que está fazendo aqui? – Pergunto tentando ser casual.
– Preciso ir para um lugar que fica neste caminho.
– Que coincidência... – Digo vagamente.
– Talvez não. – Ela diz sem parecer ignorante.Rose não veio para este lugar da mesma forma que vim, ela não entende quando choro ou pareço perdida, não sei qual outra maneira para entrar aqui ou o motivo para alguém escolher isso. A melhor opção seria chegar até ela e descobrir, porém, a minha colega de quarto nunca me deu chances para ser próxima, é apenas alguém legal para conviver.
Volto para o quarto, começo a ler um livro que Rose me indicou e que aceitei para poder comentar depois, espero o momento para ir a alguma aula e confesso que estou ficando entusiasmada para lutar e me distrair.
Depois de algum tempo não consigo prestar atenção na leitura, meu coração aperta e sinto uma sensação de ansiedade com tédio e parece ser uma das piores sensações, fico inquieta a procura de qualquer coisa, mas sei que essa coisa é inexistente e inalcançável.
– Seus merdas! – Rose grita entrando no quarto.
Um guarda a pega pelo braço e a empurra para dentro do quarto, mas ela não chega a cambalear, levanto da cama interrompendo minha leitura e tento enfrentar o guarda que nem sequer se abala com minha cara feia eu queria ajudá-la.
– O que aconteceu? – Ela está com uma feição de raiva. – Acalme-se, por favor.
– Ainda vou destruir esse lugar Lua.Rose senta na minha cama escora seus braços em suas pernas aconchega sua cabeça em suas mãos e silencia. Depois de algum tempo ela olha para mim e posso ver uma lágrima. Ela me chamou, não pelo meu nome o que me fez ficar um pouco atônita e ainda pude perceber suas emoções o que nunca foi demonstrada.
– Se quiser falar algo, desabafar... Estou aqui.
Ela não me responde e infelizmente tenho que ir para a aula. Queria ficar e saber o que houve, não queria forçá-la a contar e a melhor opção a fazer é esperá-la ficar calma e quem sabe descobrir algo, Rose mal demorou no lugar onde estava, acho que não teve respostas positivas e isso é bem óbvio. Espero pelo professor e quando todos já chegaram, ele começa a falar:
– Na hora do disparo verifique se a arma está destravada.
Olho para a arma que tenho em mãos e verifico. Antes o professor dá inúmeras instruções do que não fazer, agora é a parte mais delicada onde todos têm uma arma em mãos e começar uma rebelião, seria algo sangrento, paro de pensar em besteiras e volto a me concentrar.
– Segure a arma firme e nada de tremedeiras.
Ele olha para mim e o encaro carrancuda, não estava tremendo só um pouco desconfortável, mas isso não significa que não atiraria em alguém.
– Alinhe a arma ao nível da sua visão. Vocês iram puxar o gatinho com calma, mas se o disparo falhar, por obsequio, continue com a arma apontada para o alvo, pois pode ocorrer um disparo atrasado e atingir seu colega.
Nessa aula não há pessoas como Rose ou Ádril, a maiorias são jovens meio inexperientes. Por hoje me privo de tentar encarar todos, fico atenta na minha tarefa e tento executar mesmo tendo dificuldades, arriscar é algo que me deixa leve, a possibilidade de ter alguma bala perdida às vezes me deixa preocupada.
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A Outra Face da Lua
Teen FictionLuara mora em uma cidade pequena e está acostumada com sua vida monótona, em seu aniversário de 18 anos ela continua passando por seus conflitos internos típicos de uma adolescente comum. Na noite do baile de formatura, Luara se vê confusa com seus...