– Estava comemorando meu aniversário. – Tento dizer, porém, soa engraçado.
– Onde você estava a essa hora da madrugada? – Sua voz está rouca.
– Madrugada? E onde você estava? – Falei lentamente não para irritá-lo, mas porque minha voz não estava me obedecendo e ele parece ficar mais bravo.
– Vá para seu quarto você não está em condição de continuar se explicando... Se é que existe explicação para isto. – Ele se virou em direção ao escritório.
– Desculpa. – Digo andando seguindo meu pai.
– Não quero conversar com você neste estado. _ Ele fala parecendo estar mais calmo, embora ele não esteja.
– Eu só estou... Bêbada! – Quando termino de dizer não consigo me conter e vomito na frente do meu pai. Ele se vira para mim, porém não me dá atenção e quando olho para ele de novo já não está na sala.Olho para parede e cambaleio para trás de repente fico com a visão turva, tento arrastar minhas pernas e minha visão voltou junto com o enjoou. Chegando no meu quarto vou ao banheiro e despejo no vaso sanitário todo líquido que estava no meu estomago retiro minha roupa entro debaixo do chuveiro, levo alguns minutos tentando me equilibrar em pé sem ânimo para pegar o sabonete, pego a toalha me enxugo vou em direção a cama e deito sem esperança de levantar e limpar toda a bagunça que fiz.
***
Ao despertar percebo que deve ser meio dia e ninguém me acordou para ir à escola, minha vontade é de levantar, porém minha cabeça dói parece que algo perfurou meu crânio, o quarto não está iluminado por sorte as cortinas estão fechadas ao menos as luzes não iram queimar meus olhos, não sinto vontade de levantar, estou faminta e sinto uma imensa vontade de beber água.
A dor de cabeça continua torturando enquanto tomo banho quente, até parece que ontem não tomei uma chuveirada, meu sono foi tão pesado suei como quem faz caminhada e praticamente hibernei. Escovo meus dentes para retirar o que restava de vestígio de álcool em mim, única coisa que resta é enfrentar os olhares reprovadores.
– Bom dia. – Digo para minha mãe como se não tivesse nenhuma culpa.
– Boa tarde. – Ela responde num tom de voz consideravelmente educada e percebi que almoçava ao invés do café da manhã. – A noite foi boa? – Pergunta ironicamente enquanto pego um litro de leite na geladeira.
– Desculpa. – Foi única coisa considerável em mente que poderia falar. – Não acontecerá novamente. – Seu olhar ainda estava cravado em mim. – Prometo. – Mesmo assim sua carranca não se desfez.
– Você acha que pode me comparar com lamentações? Você sai por aí à noite não dá notícia para Vanusa e ainda chega de madrugada em casa? – Sua voz está alterada não a ponto de gritar e seu tom de indignação me fez pensar em tudo que fiz.
– Não foi minha intenção, Rafael me levou em uma festa para comemorar meu aniversário...
– Não acredito que ele estava metido nisso também.
– Não, não foi culpa dele. Rafael perguntou que horas eu deveria estar em casa e eu simplesmente falei para não se preocupar, então esqueci o horário se não fosse por ele nem chegaria àquela hora.
– Ao menos a festa estava ótima. – Seu tom foi de ironia, não pude me defender dessa vez. – Você me decepcionou.
– Não fale assim essa foi primeira vez em 18 anos. – A interrompi e voltei morder meu pão.
– O mundo hoje em dia oferece muitos perigos Luara. – Parecia que o pão havia se transformado em pedra pesando na minha garganta. – O que te faz pensar em sair se divertindo sem medir as consequências, não deixou nenhum recado e nunca usa a porcaria do celular, você me deixou preocupada.
– Achei que não seria nada demais.
– Espero que isto não se repita, não desta maneira, você sair sem dizer para onde vai, demora horas e ainda chegar naquele estado. – Ela se levanta da cadeira e sai sem terminar de almoçar com a metade da comida ainda no prato.
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A Outra Face da Lua
Novela JuvenilLuara mora em uma cidade pequena e está acostumada com sua vida monótona, em seu aniversário de 18 anos ela continua passando por seus conflitos internos típicos de uma adolescente comum. Na noite do baile de formatura, Luara se vê confusa com seus...