Parte 11

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Bjks

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Eduardo viu quando Bianca correu na direção de Rafael para o abraçar. Ele se virou de costas, não suportando ver a mulher que amava nos braços do amigo. Angustiado, ele fechou os olhos e respirou fundo ao ouvir Rafael chamando-a de BB, apelido que Val havia dado a ela em algum tempo/lugar distante e inalcançável. Ele não viu quando o casal se afastou, mas de alguma forma pôde sentir a presença de Bianca esvair-se.

Doía... doía abrir os olhos, sentir-se queimar por dentro com a força necessária para conter as lágrimas; doía sentir o ar gelado lhe invadir o peito, congelando o espaço onde antes sentia o coração bater; mas nada doía mais do que o vazio em que se encontrava.

Eduardo levantou a cabeça, o rosto recebendo os raios do sol que não eram suficientes para aquecer o gélido vazio que tinha dentro de si. Uma mão firme tocou seu ombro, ele suspirou reconhecendo a presença de Val ao seu lado.

— Eu a perdi, não foi? Eu pensei que...que era uma segunda chance, mas...— Eduardo fechou os olhos com força, tentando organizar o que o pensava e o que sentia, mas aquela dor era demais até mesmo para ele. — Por que, Val?

Val respirou fundo tentando encontrar as palavras que o amigo precisava ouvir, mas nada parecia fazer sentido ou valer a pena ser dito, então ele fez o que sentia que deveria fazer, puxou Eduardo pelo ombro e o envolveu em um de seus abraços de urso. Val compreendeu o tamanho da dor de Eduardo ao senti-lo chorar em seu ombro. Eduardo era o "Casmurro" do grupo, qualquer um que não o conhecesse poderia pensar que era frio e calculista, com seu rosto inexpressivo e sorriso cínico. Chorar era algo que Eduardo raramente fazia, aliás, Eduardo raramente expressava sentimentos, e desde que a mãe ficou doente, praticamente não sorria.

Val desejava que Bianca nunca tivesse se aproximado deles, que seus amigos nunca a tivessem conhecido, assim estariam unidos, sem choros ou mágoas, mas quem era ele para julgar a garota?

— Vamos, Edu, vamos sair dessa merda de praia. Acho que você precisa de pelo menos uma daquelas garrafas de tequila que compramos outro dia.

*****

Val e Eduardo voltaram para a pensão em silêncio durante todo o caminho. Eduardo olhava para o lado de fora pela janela, enquanto Val tentava focar no caminho de volta para casa, ainda que seus olhos se voltassem na direção do amigo a cada suspiro ou movimento dele. Val desejava ser bom com palavras, talvez pudesse falar algo que fizesse o amigo se sentir melhor, mas para ele, palavras muitas vezes eram inúteis. Val, quando aborrecido, preferia ser deixado em silêncio em seu canto, e ele acreditava que talvez Eduardo se  sentisse da mesma maneira. No entanto ele não queria julgar o amigo por si, e julgou ser melhor tentar estar do lado do amigo, e caso Eduardo se contrariasse com isso, certamente deixaria bem claro, visto que não tinha papas na língua. 

Quando entraram na pensão, Val segurou Eduardo pelo ombro, impedindo-o de seguir para as escadas.

— Nem pense em se esconder na tua caverna, eu falei que vamos beber as garrafas de tequila, e nós vamos! — Eduardo abriu a boca para protestar, mas Val o impediu de prosseguir. Eu sei que você quer ficar sozinho agora, mas não é saudável, você não tem que passar por nada sozinho, mano! Então nós vamos lá para cima do terraço, vamos encher a cara e ficaremos sozinhos juntos.

Eduardo pensou em debater a falta de lógica nas palavras de Val, mas foi distraído pelo som de risadas e vozes masculinas vindas da escada. Ele e Val olharam na direção do som e se surpreenderam ao ver Renato e o mestre de capoeira da academia que frequentavam descendo juntos, rindo como se tivessem ouvido a melhor das piadas. Ao ver os amigos, Renato parou instantaneamente de rir, o que fez com que tanto Eduardo quanto Val franzissem o cenho ao mesmo tempo, como se tivessem coreografado a expressão.

Asas de Anjo: Especial de NatalOnde histórias criam vida. Descubra agora