Perder a mulher por quem fora completamente apaixonado não estava nos planos de Theodoro. O fato lhe transformou em alguém completamente diferente de quem sempre foi e hoje, só tem atenção para a coisa mais preciosa da sua vida: Giovanna, sua filha...
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Sentada na janela do apartamento, Angelina toma uma taça de vinho enquanto ouve Lolla tagarelar e comer os aperitivos que ela mesma preparou. Ela é uma vizinha um tanto animada que Angelina arrumou.
Uma vez Angelina foi brigar porque o som estava alto demais e ela precisava dormir para trabalhar no outro dia, Lolla apenas a arrastou para dentro e ofereceu uma bebida. Assim, tornaram-se amigas.
Se passaram quase três meses desde o acontecido, ela não voltou a trabalhar e não pretende se aliar mais qualquer máfia. Nem Frash e muito menos Royale. Quer ter uma vida normal e está usando o tempo de recuperação para decidir como recomeçar. Sente saudade de trabalhar com o que gosta, mas não volta para lá. Ainda existem bons laboratórios a procura de boas químicas como Angelina.
Recebeu algumas visitas durante esse tempo. Bella, Vicenzo, Elena, Rico e até Giovanna, de quem sentira falta por os últimos momentos vividos antes da tragédia. Mas ele nunca. Theodoro nunca mandara uma carta, um recado e nem batera em sua porta.
Uma pessoa normal iria pedir desculpas ou tentar se retratar, mas estávamos falando de Theodoro, não é?! Temido, frio e calculista. Precisa dessa capa de todo poderoso.
— Você está ouvindo o que eu estou falando, Angelina?
— Uhum.
— Pois repete.
Angelina sorri tímida.
— Desculpa, Lolla. Confesso que estava distante — volta a olhar para a janela.
Lolla se aproxima da amiga com eu taça de vinho e se senta junto a ela.
— Blake procurou você pela milésima vez.
— Não quero vê-lo.
— Eu sei. Eu disse que você estava com diarreia.
Angelina sorri e nega com a cabeça. Desde o acontecido, ela finalmente terminou com Blake. Ele ainda foi ao apartamento tentar reconciliações, mas a mente dela não assimilava nada, então todas as vezes o colocava para fora, até que proibiu sua subida ao andar.
O relacionamento não era mais o mesmo e Angelina não tinha mais forças e muito menos vontade de recomeçar e reerguer algo que não tinha mais jeito, então abandonou e decidiu seguir a vida sozinha, como tem feito há muitos anos.
— Você precisa abastecer sua geladeira. Os queijos e as azeitonas acabaram. Como iremos fazer nossas noites de vinho sem nossos aperitivos?
— Amanhã irei ao mercado.
— Iremos. Não vou deixar você sair por aí sozinha.
Lolla, por mais doida que parecesse ser, era realmente uma amiga que há muito tempo Angelina não sabia como era ter. Animada, auto-astral e completamente maluca, ela ainda conseguia ser companheira em tudo.
