Andando de um lado para o outro, Theodoro aguardava notícias de Angelina, que entrara para a sala de parto há algumas horas.
Os meses haviam se passado e a felicidade nem cabia mais no peito. Todos os dias acordava ao lado da mulher que amava e tomava café com ela e seu bem mais precioso.
Esperava estar mais aflito com o fato de Angelina está em uma maca agora, mas, antes de entrar para a cirurgia, tiveram uma conversa e a mulher lhe disse:
"— Estou indo e volto pra você, com o nosso bebê nos braços — garantiu horas antes."
Seu coração se aquecia todas as vezes que lembrava daquela frase. Confiava que isso realmente aconteceria. O medo estava ali, querendo se fazer presente; era impossível não se preocupar. Mas, tomou a frase pra si, elevou o amor que sentia por ela e orou.
Há muitos anos não tinha um vínculo com o Senhor. Mesmo sem religiosidade, apenas pediu que Ele protegesse os grandes amores da sua vida e que lá do céu, abençoasse e lhe entregasse de volta, com saúde, que o resto ele garantiria na terra.
Elevou o olhar e observou Bella, Vicenzo, Rico, Elena, Gaz e Lolla também na sala de espera. Todos estavam aguardando o momento de conhecer o novo membro da família Salvatore.
— Estou sentindo o chão afundar com você de um lado para o outro — Vicenzo fez a observação.
— Até parece que não ficou assim quando Bella dava a luz — retrucou.
— Ele ficou bem pior — Elena entrou na conversa.
— Obrigado pelo apoio, sogra — foi irônico.
Todos sorriram e Vicenzo ganhou um beijo no rosto da esposa, que se lembrou bem de como o marido ficara apreensivo no parto de Antonella, filha do casal.
Passado alguns minutos, o médico aparece, sorridente e o peito de Theodoro se enche de esperanças. Entrelaçou os próprios dedos, alargou um sorriso de orelha a orelha e esperou que o profissional de saúde de lhe desse as notícias.
— O parto foi incrível. Sua mulher e sua filha são muito fortes. Ela é linda. Meus parabéns!
Sua filha.
Uma menina.
Theodoro sorriu de forma descontrolada. Não conseguia fechar o sorriso por um segundo sequer; a felicidade não cabia naquele quase um metro e noventa de altura.
— Posso vê-las? — ele perguntou, sorridente.
— Claro que sim. Me acompanhe. Os outros podem olhá-las através do vidro, pelo lado de fora. Infelizmente é proibido a entrada de muitos de uma só vez.
A família inteira seguiu o médico por alguns metros, até que ele abriu a porta e deu passagem para Theodoro ir de encontro a sua esposa e a sua filha.
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Caminho traçado - Guerra por amor #3
RomancePerder a mulher por quem fora completamente apaixonado não estava nos planos de Theodoro. O fato lhe transformou em alguém completamente diferente de quem sempre foi e hoje, só tem atenção para a coisa mais preciosa da sua vida: Giovanna, sua filha...