c a p í t u l o s e i s

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Catharina Reyes

A imagem à minha volta faz parecer com que eu estou em um cenário macabro de filme de terror. Carter tenta acertar o homem que está sentado na cama, Cassandra e suas minúsculas mãos tentam me puxar em direção ao banheiro que é onde eles deveriam permanecer escondidos.

As lágrimas descem descontroladas e nublam a minha visão, mas eu já vi o suficiente para saber o quão em apuros eu estou.

Tudo parece uma ruína, um grande desastre.

—Carter. -ele continua a tentativa de machucar o homem que em fração de segundos o segura e o derruba levemente sobre a cama antes bem arrumada. —Solte ele.

E o homem vestido de preto o faz.

—Como nos achou?

—Eu não te devo satisfações de nada.

—Me deve quando está me procurando como um psicopata. -retruco e ele ignora se levantando. Seus olhos estudam o quarto simples, até que posam nas roupas infantis de Cassandra na cadeira.

—Por que? -sua voz é branda quando ele questiona.

—Por que o que?

Seus olhos me observam atentamente e não é preciso mais uma palavra sequer para que eu entenda o seu questionamento.

Por que matei Vicent Sullivan?

—Isso não importa. -eu digo o mínimo para que as crianças não entendam mais que o necessário.

—Importa quando a viúva dele me mandou até aqui para te levar para ela. Caso eu precise... -ele observa as crianças e se policia do que ia dizer. —Levá-la até ela, preciso saber o porquê.

—Você poderia só me pega e levar, então qual a importância disso, quando no final das contas, ambos sabemos o meu destino?

—Posso não ser tão ruim quanto pensa.

—Ou pode ser ainda pior.  -pego Cassandra em meu colo e tento acalmar o seu choro baixo. Ignoro o homem quando passo por ele e a coloco delicadamente no colchão. Carter logo trata de se juntar à mim e Cass. Sorrio para ele, o confortando. —Vai ficar tudo bem, certo? Preciso que cuide da sua irmã um pouco enquanto eu falo com o meu amigo.

—Ele não é seu amigo. Posso ir com você. -ele morde o lábio inferior e já levanta, inquieto.

—Confia em mim? -eu sorrio e acaricio seus cachinhos bagunçados. Ele acente. —Então me espere aqui.

Levanto da cama e sigo em direção à porta, sinto passos silenciosos atrás de mim. Encosto-me contra a grade de proteção e vejo o homem vestido de preto fechar a porta atrás de si.

—Você é um assassino de aluguel. -digo com asco.

—Não é como se você fosse muito melhor do que isso, depois de ter assassinado alguém. -ele da de ombros e se encosta na grade ao meu lado. —Não, eu não sou um assassino de aluguel, Catharina.

—Então, o que faz aqui?

—Eu já disse, vim à sua procura.

medusa | womanOnde histórias criam vida. Descubra agora