c a p í t u l o q u a t r o

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Catharina

As horas passam-se arrastando e eu anseio mais e mais me ver livre daqui. Parece que o tempo pausa assim que eu coloco os meus pés dentro dessa casa.

A casa é linda. Com mobílias caras e luxuosas, mas dinheiro nenhum pode comprar o aconchego que falta aqui. O ar gelado que envolve esta mansão faz com que os pelos dos meus braços se arrepiem e me deixam tensa, atenta a qualquer movimento.

Medo.

Eu tenho medo de estar aqui.

A noite já caiu e o zumbido fraco dos grilos lá fora é a única coisa que possa escutar, a não ser pelos meus próprios pensamentos.

Ainda consigo sentir a corrente elétrica que me atravessou quando toquei a sua mão consideravelmente maior que a minhas. Senti-me trêmula, paralisada. Perdi a respiração por alguns segundos e, de forma alguma, consegui controlar as batidas desenfreadas do meu coração.

Kiran Duran.

Seus gélidos olhos azuis e um forte maxilar são impecáveis. Seus lábios cheios e avermelhados, por algum motivo, capturaram a minha atenção por tempo de mais e eu me perguntei se a textura deles eram tão boa quanto a aparência.

Eu não deveria estar tão intrigada com algum dos amigos do Sr. Sullivan. Acredito que todos sejam tão fruta podre, quanto o próprio. Mas com aquele homem foi diferente. Pela primeira vez, eu não senti medo em estar nesta casa. Pelo contrário, senti-me estranhamente protegida. Eu suspeito e nego com a cabeça, lembrando-me de que eu não deveria pensar em qualquer um que seja envolvido com o Sr. Sullivan.

Organizo os travesseiros na grande cama de um dos quartos de hóspedes e apresso-me em recolher os produtos de limpeza para que eu possa ir embora o mais rápido possível.

Eu me abaixo no chão e pego uma tampa que escorregou dos meus dedos e rolou para debaixo da cama.

—Droga!

Estico o braço e puxo o pequeno objeto, pouco a pouco, até que esteja em minhas mãos. Eu me levanto.

—Eu estava gostando da vista que estava tendo.

Quase engasgo pelo susto e me viro para a porta do quarto, agora fechada, e vejo Vicent parado ali.

—Desculpe, Sr. Sullivan, eu preciso buscar as minhas coisas para ir embora. -permaneço parada, esperando que ele saia da porta para que eu possa passar, mas isso não acontece.

O meu coração bate mais aceleradamente quando ele dá um passo na minha direção. Seus olhos azuis descem pelo meu corpo, olhando com mais atenção os meus seios volumosos. Cruzo os braços instintivamente.

—Não seja tímida, pequena Catharina. Eu não vou lhe fazer mal algum. -a sua voz se torna um sussurro rouco quando ele para a um metro de mim. Recuo um passo, mas as minhas pernas se pressionam contra a cama, impedindo-me de recuar.

—Eu quero sair, Sr. Sullivan. -o meu lábio inferior treme, anunciando o choro. Os fios soltos do meu coque tampam um pouco a minha visão, mas não o suficiente para que eu não veja ele avançar em minha direção.

Antes que eu possa reagir, sinto as suas mãos para pressionarem o meus ombros, empurrando-me contra o colchão macio. Tento me erguer, mas um tapa estalado faz-me cair de volta.

medusa | womanOnde histórias criam vida. Descubra agora