「Capítulo Doze」

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Dove Cameron POV
Guarujá, São Paulo
17 de junho de 2022

Encaro as chamas alaranjadas queimando cada vez mais e iluminando tudo à sua volta, mandando a escuridão para longe. No fundo tem o som das ondas do mar quebrando perto da areia e das pedras, sem contar com o barulho das árvores cada vez que um vento forte passa por elas e por nós, e ainda tem o som dos bichos noturnos que habitam ali. Respiro fundo permitindo-me sentir o cheiro da maresia, é tão bom estar em um cenário como esse, traz uma paz incrível e é algo que realmente todos nós estávamos precisando após todos esses meses turbulentos.

Deixo meu olhar cair para meu pulso, especificamente para a tatuagem que ali tem. Não foi minha primeira tatuagem, porém, é a que tem mais significado para mim. Uma das primeiras tatuagens que fiz combinando com a minha esposa, fizemos ela um pouco tempo depois do nosso namoro ficar mais sério, por isso existe um significado maior para nós, especialmente para mim. Corro meus dedos por toda a extensão da tatuagem, é como se eu pudesse sentir a minha esposa através dela, como se estivéssemos ligadas por essa tatuagem.

— É uma das minhas tatuagens preferidas dentro das que você tem — levanto a cabeça, olhando na direção da minha cunhada. Notando que a mesma me observa com um pequeno sorriso nos lábios — Lembro-me de quando vocês duas apareceram com essa tatuagem e como meus pais surtaram!

— Também é uma das minhas tatuagens preferidas, pelo significado que demos a ela… — deixo meus dedos parados ali, envolvendo-a com a palma da minha mão — Foi engraçado o surto deles ao ver a Sofia com tatuagem! Pensei que ia ouvir uma palestra dizendo o quão sou uma má influência para a filha perfeita deles — rimos atraindo o olhar do meu amigo e do meu filho.

Estamos sentados em círculo em frente de uma pequena fogueira que fizemos na frente da nossa casa na praia. Pegamos as cadeiras do quintal para podermos sentar e apreciar a noite, colocamos até uma pequena mesa de madeira perto de nós com algumas bebidas e petiscos, para caso alguém de nós sentir sede ou vontade de comer alguma coisa. Ao lado do meu amigo está um violão, já que o mesmo está responsável pela trilha sonora, por enquanto, estou evitando tocar alguma música ou pegar no violão, pelo pequeno trauma de meses atrás.

— Quando eu crescer, quero fazer tatuagem também! — direcionei o olhar para o meu filho, vendo-o com o rosto sujo de chocolate. Rio com a cena, chamando-o com a mão. É bom vê-lo feliz e mais leve.

— E qual tatuagem você quer fazer? — pergunto com ele entre minhas pernas, pego um pedaço do lençol que me cobre e molho na água, passando pela sujeira no rosto dele.

— Um sol e uma lua, igual o seu, mama! — ele fala apontando na direção da minha tatuagem de sol e lua no meu braço esquerdo. Na verdade é um sol, uma lua e um eclipse, fiz um pouco tempo depois do nascimento dele, queria ter uma lembrança da nossa família em mim, então decidi gravar algo que tem grande significado.

— Você gosta dela, não é? — aperto seu nariz fraco, meu filho concordou — Fiz um pouco tempo depois do seu nascimento, sabia?

— Mom já me contou uma vez! — sorrio com sua fala — Mama, quantas tatuagens você tem?

— No mínimo 100, Dave — Cameron indagou com tom brincalhão, observo o exato momento que os olhos do meu filho se arregalam, me fazendo rir.

— É brincadeira do seu tio, filho! — comentei após me recuperar do riso — Eu tenho 10 tatuagens, meu amor — ajeito seu cabelo, colocando para o lado. Seu rosto já está livre de qualquer resquícios de chocolate.

— Uau, é muita! — diz fazendo uma carinha fofa, virando para o tio — Tio Cam, canta outra música? Por favor!

— É claro, qualquer coisa para o meu sobrinho favorito — piscou o olho para o Dave iniciando outra música.

 𝐉𝐮𝐫𝐚 𝐉𝐮𝐫𝐚𝐝𝐢𝐧𝐡𝐨 Onde histórias criam vida. Descubra agora