「Capítulo Vinte Três」

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Sofia Carson POV
Los Angeles, Califórnia
20 de Julho de 2022

Ando apressadamente pelos corredores da empresa, com algumas pastas debaixo do braço, e dois copos de café nas mãos. Driblei dois funcionários, tomando cuidado para não entornar os cafés, a empresa está uma loucura hoje, nunca vi isso acontecer antes. Temos duas reuniões super importantes hoje, uma delas é um pontapé inicial para o projeto do condomínio, na qual Scar e a Dove estão fazendo.

Falando na loira, nossa relação melhorou muito após o final de semana na praia. Estamos conversando mais, nos encontrando mais em casa e na empresa, vez ou outra ela me mostra e conta sobre algo do nosso passado. Vários momentos foram divididos com o nosso filho, toda vez que estamos em casa, ele não quer me soltar, causando pequenos ataques de ciúmes na Dove. Porém, ela entendia muito bem o motivo de tanto grude.

Me aproximei mais da Paulina, nos últimos dias, todos os dias estamos almoçando juntas no restaurante perto da empresa. Nesses encontros, Lina me conta mais sobre nossa família, sobre nossos pais e sobre a empresa, vez ou outra ela também me ensina algo de espanhol e de direito. Eu gosto dos nossos momentos juntas, por mais que sejam tão poucos, já que de noite dou mais atenção para o Dave, mas sei que aquilo tem um grande significado para ela.

Cameron se tornou um grande parceiro e cúmplice após a praia, sempre está por perto perguntando se estou bem ou se estou precisando de algo. Mostra que está ali por mim, para me ajudar em qualquer coisa, Cameron se mostrou um ótimo cunhado. Estou triste ao saber que dentro de semanas ele e minha irmã irão embora, sem previsão para voltar novamente. Eu não contei para ninguém sobre a pequena lembrança recuperada durante o eclipse, de lá para cá não surgiu mais nenhuma. Talvez, não ocorra novamente.

Ao chegar na porta do escritório da Dove, faço um malabarismo para conseguir bater na porta. Segundos depois, escuto-a permitir minha entrada, abro toda a porta, entrando no escritório gelado e silencioso, fecho a porta, dando alguns passos para dentro, mas paro no meio do caminho. Dove está de costas para mim, sentada no chão, rodeada de várias folhas e duas cartolinas, sem contar os lápis, réguas e borracha perto de si; o cabelo preso em um rabo de cavalo alto. Ela está focada no trabalho que não nota a minha presença ali. Usufruo disso para observá-la. Passamos o dia todo sem nos ver.

Ela está usando um cropped azul turquesa de gola alta e uma calça de alfaiataria branca. De onde estou, consigo ver a metade da tatuagem que ela tem nas costas, são alguns números e letras no formato de coração, é parecido com a que eu tenho. Será que é igual?

— Eu sei que é você, Sofia, não precisa ficar aí parada — a voz suave dela ecoa pelo lugar. Dove me olha por cima do ombro, permitindo que eu visse ela de óculos de grau.

— Como sabia que era eu? — perguntei surpresa e indignada. Eu não falei nenhuma palavra desde que entrei aqui, como ela sabia que era eu?

— A forma de andar — deu de ombros, voltando a prestar atenção no seu trabalho — Seu andar é mais suave e constante, diferente da Ava, por exemplo — reviro os olhos ao escutar o nome da minha clone ambulante.

— Às vezes você me assusta — comentei, indo até ela. Dove riu — Trouxe café para você!

— Obrigada! Eu estava precisando de um café! — indagou feliz, voltando a me olhar. Entrego o café dela, deixando as minhas pastas sobre a cadeira, me juntando com ela no chão.

— Posso saber o motivo de estar sentada no chão e no meio dessa bagunça? — bebi um gole do meu café, olhando fixamente para a loira à minha frente — Aliás, você sumiu hoje pela manhã.

 𝐉𝐮𝐫𝐚 𝐉𝐮𝐫𝐚𝐝𝐢𝐧𝐡𝐨 Onde histórias criam vida. Descubra agora