「Capítulo Vinte Oito」

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Sofia Carson POV

Morumbi, São Paulo

1 de agosto de 2022


Era um pouco estranho estar em um país que antes era a sua moradia e de uma hora para outra, você esqueceu todas as lembranças que criou nele, tendo que recomeçar do zero em outro país, no qual agora está sendo a sua moradia. Voltar para o Brasil não estava nos meus planos, muito menos viajar para ele com o meu filho, sem ninguém que pudesse me orientar, na verdade, eu queria compartilhar toda aquela ansiedade e experiência com a Dove, pois ao lado dela eu me sentia mais segura e sabia que a experiência seria perfeita.

Não que a experiência tenha sido horrível. O pessoal fez de tudo para que as coisas fossem boas e que não ocorresse nenhum imprevisto, principalmente a nossa locomoção do aeroporto até a casa, e da casa até a empresa da Dove. Ao longo do percurso, me sentia ansiosa, não sabia qual seria a reação da loira ao me ver ali, não sabia se ela me queria ali. Apenas esperava que ela ficasse feliz e, de certa forma, apresentar que sentiu a minha falta durante o tempo que não estávamos juntas, da mesma forma que senti a dela.

Sentir falta... Nunca imaginei que sentiria falta de alguém como senti da Dove durante essa semana que passamos longe uma da outra. Antes de eu descobrir sobre a existência da Dove e do meu passado que foi apagado da minha memória, eu havia ficado com algumas pessoas, e com nenhuma delas eu senti falta ou saudades de estar perto, de querer ter a pessoa por perto e até perder algumas noites de sono por estar sentindo falta da presença, às vezes do toque da pessoa. É dessa forma que eu me sinto em relação a Dove.

O que está acontecendo comigo? É como se o meu corpo e coração reconhecesse a presença dela, por mais que eu tenha perdido as minhas memórias e não lembrasse de nada do que vivi com a Dove. É como se ela estivesse marcada na minha alma profundamente, é como se estivéssemos ligadas uma à outra e que, mesmo o que acontecesse, a gente se encontraria.

No final das contas, eu estou feliz por estar e por ter a presença dela...

[...]

Meus olhos passeiam por toda a parte de dentro da casinha. Por toda a decoração e móveis que ali tem. Pensei que fosse algo pequeno e que mal coubesse as coisas, mas é grande, acolhedor, e cabem vários móveis. Eu fico encantada com a decoração do ambiente... É simplesmente encantadora...

Entro encantada pelo interior aconchegante e iluminado. Há várias luzinhas espalhadas pelo teto e paredes, criando um brilho quente e suave. É então que algo chama minha atenção: uma parede inteira forrada com polaroids, bem em frente à cama.

Ando até lá, sentando-me na ponta da cama, sem tirar os olhos das fotos

— São tudo nossas? — pergunto, com a voz baixa, me referindo as fotos.

Dove se abaixa ao meu lado, dando uma breve observada nas fotos, antes de responder:

— São sim. Desde quando nos conhecemos até agora. — Ela solta os chinelos ali no chão e sobe na cama, se aconchegando entre os muitos travesseiros. — Como aqui é o nosso cantinho, nada mais justo ter fotos nossa... em todas as nossas etapas.

— Posso pegá-las?

— Pode.

Me aproximo mais da parede, analisando cada imagem. São muitas. Tiradas em diversos ângulos, lugares, momentos. Algumas mais íntimas, outras descontraídas. Há uma naturalidade em cada foto que me prende.

 𝐉𝐮𝐫𝐚 𝐉𝐮𝐫𝐚𝐝𝐢𝐧𝐡𝐨 Onde histórias criam vida. Descubra agora