Tenras migalhas de amor

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Na sagacidade dos versos ondulantes
que desata ao meu encontro como um amante ao seio da mulher
amada,
esconde a ciência de um olhar tristonho
numa gruta de tenras migalhas de amor.

Com os olhos do rosto me é julgado,
com os olhos do coração me é condenado.
A flecha da língua ultraja meus dias
e na aurora do tempo encontro a graça do esquecimento.

Envolto em dor, e ao longe,
no quebrar das ondas e no trilhar dos passos
repousa no abismo as tenras migalhas de amor.

Num coração que quer amar e amado ser,
num sorriso de uma ciência alegre e deprimente
anseia-se pela liberdade de tenras migalhas de amor.

DelíriosOnde histórias criam vida. Descubra agora