As marcas da solidão

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Á cabeceira do mar hospedo-me no apocalipse das águas!
A minha alma triste peregrina pelo conforto desejado…
A solidão suprema e profunda cava meu ser
e ao meu redor nada que me alegra, nada que me ampara.

Dos confins do mundo ouço o lamento das ondas nas pedras
imponentes
e no areal da minha vista uma imensidão de coisa alguma.
Sobre a vastidão das águas cercam-me pensamentos de morte
E das fendas do rochedo chegam cânticos de sepultura.

No firmamento das alturas a lua persegue o sol,
no firmamento das águas brilham as arreias á luz do luar,
no firmamento do homem reina a profunda solidão.

Á cabeceira do mar hospedo-me,
sobre a vastidão das águas derrama lágrimas de sepultura,
no firmamento do homem conservo as marcas da solidão.

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