Amor (ou uma ideia deturpada sobre)

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Me pego pensando em todos os momentos cultivados, nutridos e selados
Por duas almas aflitas e carentes de amor
Pessoas vazias não necessariamente deveriam procurar por pessoas vazias para se sentirem completas, não faz o menor sentido

Ainda espero o dia em que seremos inteiros, ou até meio cheios, de amor, de vida, de experiências

Sempre me disseram pra não correr tão rápido, não estar tão à frente de tudo
Mas eu sempre tive medo dos conselhos que me deram, dos pregos que entalharam na minha cruz

Você foi como o ar puro no meio de um incêndio, me ajudava a respirar
Mesmo sabendo que ia se queimar também
Nós estávamos pegando fogo
Pulmões corrompidos, segurando um ao outro

Não sei se posso chamar aquilo de amor, não sei se realmente foi
Não sei se consigo caracterizar o amor dessa maneira, pois nunca senti de novo o que senti por você

Acho que quando eu sentir algo assim novamente vou saber se era amor, ou se foi só um tipo de carência mascarada que se apresentou dessa forma:
Intensa, pura e indiscutivelmente
Devastadora

Afinal, como definir o amor?
Isso me assusta, um sentimento tão disforme
Que pode ser facilmente confundido com outros

Por isso eu não confio no amor,
Só me entrego intensamente
Independente do que seja
Só quero que seja bom
Mesmo que incompleto

(Talvez só seja mais um desses fantasmas que vivem em mim)

Pensamento tolo
Ou não.

- 26 de abril de 2017

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