Estrelas

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Todos esses anos escrevendo a busca pelo meu perdão
Essas linhas que aqui tracei, eu as deixo e as abraço
Derramando lágrimas há muito contidas, de um corpo que já não aguenta

E transborda

Todos aqueles dias, os canais de sentimentos que caminharam pelo meu corpo
Até a ponta dos dedos, derramados em palavras agridoces
As estrelas que contei e todos os amores que perdi
As amizades que cultivei e aquelas que deixei ir

As entrego
E as vejo fugir de mim
No papel, no céu, no luar

Te vi como chuva passageira, como a enchente que me lavou
E como o rio que hoje, apesar das barreiras, corre livre ao ser quem é
Te contei sobre as sombras que me seguiam, sobre o sangue quente derramado no chão do quarto
Sobre todas aquelas estrelas que um dia habitaram o céu escuro do meu ser

Mas que as dei aos montes, as deixei em outros

Minhas estrelas, talvez não sejam as mais vistas de outros corpos que hoje as contém
Abafadas pelas memórias dos céus infinitos de cada ser
Mas sei que foram vivas, e sei que foram brilhantes
Eu sei que foram sentidas, e isso me basta.

Pó de EstrelasOnde histórias criam vida. Descubra agora