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EMILLY SULLIVAN.

— Vamos lá meninas, só mais dezessete vezes no plié. — Ordenou a treinadora, Rimena.

Respirei fundo e retomei mais dezessete vezes o plié, sou habituada a fazer inúmeros passos no ballet clássico e jazz contemporânia, mas quando a nossa treinadora Rimena decide aumentar as doses, as dores se tornam insuportáveis.

— PAREM. — Elevou a voz brutal. Que preguiça que nem são capazes de fazer o plié ?! Isso não é uma piada, senhoras, é bom começar a levar a sério! — Indagou em um tom rude e grosseiro, mas só oque queríamos nesse momento era ficar na cama até mais tarde.

—Desculpe treinadora, é que estamos casandas.

— Sim. — Ela disse ironicamente. Acho que vocês se divertiram muito ontem, não é? — Zombou desapontada. Bem, a partir de hoje, todas as festas de sexta à noite estão fechadas e, se por acaso uma garota engraçada se atrever a me desobedecer, ela será suspensa de minhas aulas, entendemos? — Murmúrios evaporam dos quatro cantos da academia. Fui clara?

— Sim treinadora. — Nós bufamos quando respondemos.

— Ótimo, é isso por hoje. Classe despensada!

Caminhei até minha bolsa e a abri, pegando a garrafa térmica e sentando no chão, bebi um pouco de líquido quando notei Delfina se aproximando.

— Ei, Emilly. Você foi ótima! — Sorriu sentando ao meu lado.

— Eu não tenho tanta certeza disso. — Delfina foi uma das poucas pessoas em quem eu mais confiava para falar sobre tudo, além de ser minha parceira de dança, ela se tornou minha melhor e única amiga.

— Eu tenho, você foi inacreditável! — Ela sorriu animadamente. Há todos os dias que você tem se aperfeiçoado, assim garanto que você irá longe, minha amiga!

— Obrigado Delfi, mas atualmente eu coloquei todas as minhas adversidades na dança, acho que foi isso que me ajudou nas etapas.

— Problemas de novo? — Perguntou tocando meu ombro e eu apenas assenti. Se você quer conversar, saiba que estou aqui.

— Eu sei. — Coloquei minhas sapatilhas na bolsa e me levantei. Mas estou bem, obrigada.

— Mesmo? — Questionou com sombras de dúvida.

— Mesmo! Eu declarei. Te vejo amanhã.

A distância da academia que leva à minha casa foi estimada em cerca de três quarteirões, ou seja, aproveitei essa curta caminhada até minha casa para colocar algumas idéias em ordem, ultimamente tenho andado muito mal.

Assim que cheguei em casa caminhei direto para o meu quarto, tomei um banho quente e vesti roupas bem confortáveis. Logo depois, amarrei meu cabelo em um rabo de cavalo e desci para cumprimentar meus pais. Não consigo encontrá-los em lugar algum. Suponho que estejam no jardim ou em seus quartos. Passei pela sala e assim que subi lá uma voz se atreveu a rir, eram vozes feminina não se parece com a da minha mãe e, quando coloco a mão na maçaneta, vejo meu pai e uma cena que achava que não podia ver.

— Pai, quem é essa mulher? — Meus olhos acumularam lágrimas. Como você pode trair minha mãe assim? Ainda em nossa própria casa

— Filha, eu posso explicar .. — Meu pai começou a se enrolar em suas palavras e estava bastante desesperado por me ver lá. Não é isso que você está pensando, meu amor. — Dei de ombros e ele pegou minha mão.

— FODA-SE! — levantei minha voz com nojo. E não me chame de filha, você não é mais meu pai! — Respondi friamente, percebi que minhas palavras o machucavam, mas não tanto quanto aquele episódio. Eu te odeio, agora saia desta casa e nunca mais volte!

— Emy? Filha?

— Você não ouviu? SAIA! — Eu disse estridente. JÁ!

Desci as escadas correndo e chorando muito, como ele pôde? como meu pai teve a coragem de trair minha mãe em nossa própria casa. Sentindo uma enorme dor me coroando por dentro, eu deitei na cama sem força essas imagens perturbaram minha cabeça por horas, eu sei muito bem que o relacionamento entre pai e minha mãe não era uma cama de rosas, porque eu já apreciei vários argumentos e brigas entre eles e precisamente por esse motivo, dediquei-me ainda mais à dança, pois é a única maneira de me esquecer desses problemas que me deixam muito chateada.

Nos passos do amor ! - Concluído.Onde histórias criam vida. Descubra agora