Palavras

133 22 1
                                    


Luz XII.

Palavras.

Eu quero te agradecer, mas ao mesmo tempo quero dizer "eu te amo".

§

Uma luz branca está a me cegar. Não consigo ficar com os olhos abertos por muito tempo e nem me mover. Em meu braço uma intravenosa encontra-se ligada a minha veia, sinto-me sonolenta, com sono mesmo sentindo que já dormi bastante.

Como um flash recordo-me do ocorrido, do que fez com que eu parasse no hospital. Meus dedos de imediato vão até minha barriga, toco e tento a sentir a bebê que se encontra parada, todavia eu ainda a sinto dentro de mim. Deixo uma lágrima solitária escorrer, naquela hora devido a uma pequena queda que tive antes de Madara me encontrar eu acabei por começar a sangrar, eu tentei ser forte... juro que tentei, mas não deu muito certo, já que a cada movimento que o meu corpo fazia eu sentia dor.

Madara simplesmente se desesperou, até mesmo os seus amigos ficaram preocupados com o delegado, já que ele teve um acesso de raiva. O medo, por um momento, foi maior; mas a fúria parece ter superado aquilo que já se encontra em outros níveis. As minhas últimas lembranças foram o barulho do disparado, por pouco eu não tive a minha segunda queda do dia.

A bala que passou de raspão no braço e outra com precisão foi mirada na perna do homem, que urrou de dor, mas não supera em nada o fato de Madara ter partido para cima dele, lhe desferindo socos e chutes em suas regiões sensíveis.

O homem que nunca perde a postura mudou. Alterado gritou, devido a raiva ágil como um animal, meu amor havia se tornado outro homem por causa da raiva. Não vi mais nada, com a minha consciência quase esvaindo, somente pude ficar imóvel enquanto o homem chamado Itachi me carregava, me levando para o hospital, enquanto meu namorado se vingava — lavando a alma.

Viro meu pescoço, tento analisar com cuidado o espaço amplo e branco.

— Pensei que só viria aqui quando ela nascesse. — comentou comigo mesma, não deixando de rir durante o processo. — Bebê, a mamãe se iludiu!

Alguém se encontra deitado ao meu lado, as mãos enfaixadas e com um pequeno corte no lábio, Madara, encontra-se a dormir.

— Meus Deus, o rosto dele fica tão fofo quando dorme. — digo tocando nos fios longos, tirando-os do rosto do homem. — Meu amor...

Sua face adormecida é completamente diferente de quando ele está acordado, o mal humor some e somente aquela agradável face dormente se faz presente agora. Toco em seus cabelos, os acaricio, amo a maciez de suas madeixas longas que se encontram bem abaixo de sua cintura agora, quando eu o conheci seus fios batiam um pouco acima do meio de suas costas. Gosto do cabelo longo de Madara, da rebeldia de seus fios e de como é gostoso acariciá-los.

Sempre tão descabelado quando acorda, Madara fica parecendo um leãozinho, amavo ouvi-lo reclamar do frizz e de como ele é complicado desembaraçar o cabelo quando acorda atrasado. Sempre achei lindo a preocupação dele para com comigo e ao mesmo tempo com a própria aparência, o moreno não é um homem vaidoso, somente não gosta de ser pego assim que acorda.

Com os cabelo todo pro alto e com o rosto amassado, as orbes breu e os cabelos longos deixam o mesmo com um ar levemente infantil, especialmente quando a peça do pijama contribuiu para aumentar a "infantilidade". Mas não é algo ruim, isso significa que o meu marido tem um lado fofo que somente eu tenho o prazer de acordar todos os dia e ver, tocar e apreciar.

— Madara, amor... Bebê acorda! — provoco. — Bebê!

Ele se mexeu desconfortável, o homem está sentado em uma poltrona toda branca e tem sua cabeça a apoiada na lateral da cama. Sorrio e cantarolo o nome do mesmo, quero escutar sua voz e saber se Ino está bem, já que quando eu a vi pela última vez a mesma estava bastante assustada, já que não sabia o que poderia acontecer com gente, o que o destino nos aguardava.

Luz NegraOnde histórias criam vida. Descubra agora