Prólogo

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Notas do Autor
Desculpem os erros!

§

Luz Negra.

Prólogo.

Em meio às trevas ele se fez minha luz!

Passaram-se cinco meses desde que eu o vi pela primeira vez.

Há cinco meses que a minha chama de esperança reacendeu! O homem de cabelos longos e olhos pretos foi o responsável por tal coisa, suas palavras de afeto e carinho, seu jeito egoísta e até mesmo o seu orgulho fizeram com que eu me apaixonasse por ele. Fazendo-me de cativa por um amor que se resume a sexo.

Enganada foi levada para um país desconhecido, tive meus documentos e o pouco dinheiro que trouxe comigo tomado por meus raptores.

Contra a minha vontade todas as noites sou obrigada a dançar em uma barra de ferro, exibir o meu corpo e ainda me deitar com aqueles que meus donos acham conveniente. Eles tiraram tudo de mim, desde os meus sonhos as minhas primeiras vezes.

A minha primeira transa, o meu primeiro beijo, o primeiro homem a me tocar! Tudo foi o homem de cabelos negros, esse na qual estou secretamente apaixonada, sei que estou me enganando. Afinal ele é um homem já feito, com vida e carreira decida, em sua mente não passo de uma prostituta, de uma aproveitadora, essa que visa o seu dinheiro, embora seja por motivos "nobres". Pois para sair é necessário que alguém pague a minha dívida.

Dívida que a cada dia que se passa cresce um pouco mais, economizo no que posso, trabalho dia e noite para que ela diminua nem que seja somente um pouco.

A cada dia que passo nesse lugar, cada hora que passo em cima daquele palco, cada minuto que passo ao lado de um "cliente" e cada segundo que eu passo neste lugar, sinto que as minhas chances de escapar, de voltar a ter uma vida normal diminuírem. Pois o que eles tiraram de mim, nada e nem ninguém será capaz de suprir.

§

Suspiro cansada ao retirar o enorme salto, hoje a casa se encontra cheia, todavia com uma estranha movimentação fez com que os seguranças ficassem em alerta.

Penso se é algo relacionado a recente investigação da polícia ou se é somente mais mulheres chegando no inferno que eles chamam de alojamento, a maioria, assim como eu, foi enganada! Acreditando em uma falsa promessa de emprego, muita de nós acabaram aqui! Dançando todas as noites e vendendo o próprio corpo em troca de algumas notas e drogas, para manter algumas aqui os "chefes" as viciam e as forçam a trabalhar mais, somente para sustentar o vício.

Quase me tornei uma delas, mas o dono do meu conceito favorito, me impediu de tomar qualquer substância oferecidas por eles, tudo para evitar um possível vício. Ele também passou a cuidar de mim, a tratar de minhas feridas e até mesmo me dava comida escondido. Pois aqui dentro não há outro caminho a não ser obedecer, seguir as regras e fazer conforme ordenado; quando não faço conforme mandam acabou por ser castigada, recebendo uma punição física e sendo trancada, impedida de trabalhar e forçada a ficar em um lugar imundo, pouco iluminado e pequeno.

Já que para economizar eu comia somente uma vez ao dia, se sou idiota? Um pouco, mas você também iria fazer isso se eles cobrassem mais de vinte dólares por um prato de comida. Eu já consegui ficar até três dias, vivendo somente de água, mas por causa de alguns problemas eu acabei sendo obrigada a comer.

Problemas que envolviam a mim e mais uma menina, por causa de um erro ela acabou engravidar. Para evitar que o bebê sofresse eu tomei a dívida dela para mim, pelo menos uma parte, já que eles pretendiam "dar uma lição" nela, é isso era algo que eu não podia permitir! Levei a punição em seu lugar. é para piorar ainda trabalhei naquele dia, tudo para que ela continuasse com o filho.

O único a se preocupar comigo é ele. O homem cuidou de minhas feridas e ainda se negou a transar comigo naquela noite, ele disse que só queria que eu dormisse, que tivesse uma boa noite de sono.

O homem na qual nem ao menos sei o nome, que é tão misterioso quanto seus olhos.

Uma gritaria se faz presente no salão, tento me levantar mais me sinto tonta! Droga eu deveria ter comido hoje, hoje é o segundo dia que estou sem comer.

— Polícia! Polícia! — eu conheço essa voz. — Mãos para o alto! Perdeu!Perdeu, levanta, que hoje a sua casa caiu! — ela me é tão familiar.

Meus olhos estão um pouco pesados, tempo caminhar até a saída, mas estou com o corpo mole demais.

Um dos homens responsáveis por mim aparece, afobado ele me puxa para perto de si, em suas mãos uma arma se faz presente. A apontando para a minha cabeça ele tenta ameaçar o homem à minha frente. Homem que eu conheço perfeitamente.

Aquele homem de quase um metro e oitenta, olhos escuros e pele pálida. Sua voz grossa ecoou pela sala vazia, foi a última a se apresentar, por isso somente eu estava na pequena sala. Minhas pernas estão moles e meu corpo exposto.

Sinto tudo a minha volta voltar a rodar, me debato e tento me soltar, mas não consigo! Tudo o que quero e fechar os olhos e dormir, só quero fazer isso.

— Solta a menina! — ele ordena. Sua arma se encontra apontada para o homem que me usa como escudo, um escudo frágil e já danificado.

— Eu devia ter desconfiado de você! Você era caridoso demais... bondoso demais com essa menina, mas isso não me importa, já que nem fodendo eu vou preso, por isso você tem duas opções ou me solta ou ela morre! — ele pressiona o cano da arma contra a minha cabeça, soltou um gemido de dor quando ele me aperta.

Respiro fundo, ele não pode ficar solto! Não posso deixar ele fazer mal a mais ninguém, por isso entre morrer e ele ir junto ou dele me soltar e fugir! Eu prefiro morrer, pois eu não desejo isso a mais ninguém.

— Moço atira, tá tudo bem! — forço um sorriso, ao perceber que o mesmo está indeciso. — Eu vou morrer de toda forma mesmo! — eu não posso voltar para o meu país, meus pais dificilmente irão se importar comigo e eu provavelmente acabarei voltado para essa vida, então mais fácil morrer aqui e agora, do que daqui a dois ou três anos. — Moço, por favor, tudo bem! Só faça! — eu nem ao menos noto uma lágrima escorrer pelo meu rosto.

— Desculpa! — foi à última coisa que escutei antes de tudo a minha volta ficar escuro.

"Estou tão cansada de estar aqui

Suprimida por todos os meus medos infantis

E se você tem que ir

Eu desejo que você apenas vá

Porque sua presença ainda permanece aqui 

E ela não me deixará sozinha...".

Evanescence — My Immortal

Luz NegraOnde histórias criam vida. Descubra agora