Amor

144 23 3
                                    

Luz XI.

Amor.

Finalmente eu entendi que eu te amo, que apesar de tudo o meu coração bate e pertence a você, somente queria poder ter dito isso em outra hora e em uma situação menos constrangedora.

§

Hyuuga Hinata.

Minha cabeça encontra-se pesada, meu corpo parece ter sido jogado de de um caminhão, tudo dói, até mesmo o meu dedo mínimo. Não consigo mexer minhas mãos, elas se encontram presas em um forte nó de corda. Meus olhos lacrimejam ao recordar-me de meu passado, quando vim para o país onde, de quando foi obrigada a ficar em um porta-malas pequeno e abafado.

Não tenho ideia da onde possamos estar, ou da razão de termos sido pegas, afinal a linha de possibilidades é longa; embora uma parte de mim deseje saber o que aconteceu com a jovem Ino. Mesmo com o pavor, derivado do meu reencontro com Sai tenha me deixando sem chão! Ele foi o responsável por me trazer 'pra cá! De fazer com que tudo o conhecia e acreditava deixasse de existir... ele foi o responsável por acabar com a minha inocência e com os meus sonhos.

Sinto um leve incômodo nas minhas costas, embora uma das minhas maiores preocupações nesse momento seja a minha bebê.

Respiro fundo, um tremor passou-se de mim, estou nervosa, ansiosa demais, tais sentimentos pioraram no momento em que o carro parou. O porta-malas é destravado.

Minhas mãos se fecham e um tremor passa pelo meu corpo, a amarra impediu-me de gritar, minha respiração fica descompensada e agitada, tenho que manter a calma, tenho que pensar, analisar o ambiente e ver as probabilidades, antes de agir, tenho que pensar nas limitações de meu corpo, e de como não serei a única a sofre as consequências de meus atos e escolhas, tenho a minha filha e ainda não sei onde está Ino!

— Olha quem acordou? —Não reconheço o tom de voz, embora tenha entendi o sarcasmo, a ironia existente em seu tom.

— Deixa-a em paz. — Meus olhos vão em direção a Sai, esse que se manteve alheio aos pensamentos sujos do amigo. — Somente as pegamos para chantagear o delegado, por isso não encostei em um fio de cabelo das duas! — Ditou autoritário.

Ino aparece em meu campo de visão, seus cabelos se encontram bagunçados, seus olhos vermelhos de tanto chorar. Faço um sinal para que ela fique calma e, na sorte, que não faça nada sendo guiada pelo medo. Já passei por isso antes, quando cheguei neste país tentei fugir, e falhei.

Três dias trancada em um pequeno cubo.

Três dias sem comer e sem beber nada.

Três dias sendo tratada como se fosse um nada!

Não quero ter que passar por isso novamente, não quero apanhar e nem ser vítima de nenhum tipo de agressão, desta vez não suportarei a "punição". Meu coração se aperta no momento em que alguém me puxa para fora, sinto um pouco de dificuldade em sair. Minhas costas voltam a doer, solto um choramingo quando eles me forçam a caminhar, sacudindo o meu corpo eles me empurram para dentro de um galpão abandonado. Nunca estive aqui antes, sendo que quando cheguei fui para vários lugares, esses completamente abandonados, antes de chegar naquela maldita boate.

"Aquilo foi um verdadeiro inferno", nunca tinha desejado tanto morrer. Embora, se é que posso chamar isso de sorte, de não ter acontecido nada de mais "grave" comigo, afinal a minha primeira vez foi com o homem que faz o meu coração acelerar e a minha mente viajar. Não assumo em voz alta, mas uma parte de mim o ama e a outra o admira. Apesar da parte que eu digo admirar estar sendo tomada pelo amor que eu sinto por ele.

Luz NegraOnde histórias criam vida. Descubra agora