♛Capítulo I♛ O Príncipe da Floresta

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Nota inicial: Sejam muito bem-vindos ao primeiro capítulo dessa história. Espero que gostem.

Boa leitura... ❤

Segunda Era do Sol
Ano 3434

— Filho? Filho! — Thranduil ouviu a voz do pai e se aprumou na cadeira, engolindo a saliva com dificuldades. Ergueu os olhos lentamente para o elfo em sua frente e sustentou o poderoso olhar cinzento dele. — Ouviu o que eu disse?

Ele se empestigou, desejando sair correndo daquele lugar. Porém, sabia muito bem como deveria agir.

Ná, adar. Sim, pai. — Respondeu, suspirando.

— E o que me diz? — O rosto ímpio do pai o encarou, nobremente. As altas expectativas que ele depositava em Thranduil chegavam a serem louváveis. — O que um rei deveria fazer nessa situação?

O príncipe ergueu o queixo e olhou para o elfo na frente deles, que aguardava as orientações do rei sobre as jangadas que partiam dali para a Cidade do Lago. Os olhos castanhos do elfo, calmamente, fitavam o chão de pedras.

— Sugiro que diminua a carga que leva à Cidade. — disse Thranduil, conseguindo a atenção do elfo — Tenho certeza de que Dúrin não vai se opor em receber menos durante um pequeno período de tempo.

O elfo olhou para seu rei e esperou. Thranduil viu o pai suspirar antes de falar as últimas recomendações.

— Cahal, faça como meu filho, e seu príncipe, diz. — A voz do rei parecia fazer as paredes dos imensos salões ganharem vida. Thranduil sentia a terra amolecendo em sua volta, tornando-se cada vez mais macia. — Diminua a carga de peixes e vinho na travessia, enquanto novas jangadas são providenciadas. Cuidarei, pessoalmente, em avisar Dúrin de nosso contratempo, e deves ficar tranquilo.

O elfo sorriu, fez uma reverência, e saiu.

Thranduil apoiou a mão no queixo e respirou fundo. Seu pai o olhou e depois desviou os olhos.

— Estou vendo que deseja fugir desse salão o mais rápido possível. — comentou o rei em tom divertido.

O príncipe se virou para o pai, sentindo o peito disparar. O rei soltou uma risada tranquila.

— Vá, meu filho. — permitiu — Caçe, treine, ou simplesmente veja sua mãe. Está dispensado por hoje.

Thranduil ficou aliviado por simplesmente poder sair dali. Levantou-se e fez uma reverência rápida para o pai.

— Com sua licença, ada. — disse e viu no rosto de Oropher um sorriso terno.

O príncipe se afastou o mais rápido possível do Salão do Trono. Precisava de ar puro.

O caminho para fora dos salões poderia ser rápido ou interminável, dependia de seu humor, mas naquele dia, porém, era como se os corredores tivessem dobrado de tamanho. A boca seca e a sensação incômoda de estar sendo observado por tudo, e todos, estava começando a surtir sobre ele a maciça expectativa que tinham nele – o futuro rei da Floresta Verde. Thranduil sabia que em algum momento seria ele a sentar-se naquela “grande cadeira de cipó”, como seu amigo costumava dizer; e ser o responsável por cada uma das vidas que residiam naquela imensa porção de terra – toda a Eryn Lasgalen. A responsabilidade pesava nos ombros do príncipe, mas ele sabia que aquilo ainda iria demorar. No entanto, a iminência poderia mudar da noite para o dia. O mundo poderia mudar de repente, e ele sabia que ainda não estava preparado para assumir tamanha responsabilidade. Ser um rei exigia uma força que não existia nele, algum preparo que ele não sabia onde conseguir. Ser o líder absoluto de um império, algo do gênero, era para pessoas fortes; sábios de outras eras. Ele achava que talvez fosse menos do que o reino precisava, menos que o seu pai esperava. Thranduil se sentiria muito mais confortável em ser o general do exército, sabia que a batalha estava em seu sangue. Porém, ele sabia que aquilo não seria possível, pois ele era o único filho de Oropher. O único herdeiro. Seus pais até tentaram ter mais filhos, mas a rainha Ellora desenvolveu uma síndrome após a gravidez de Thranduil, e não pode ouvir em ter que dar a luz mais uma vez. A verdade sórdida era uma só: ele seria o próximo rei, querendo ou não.

Sob o peso da Coroa - Fanfic/ThranduilOnde histórias criam vida. Descubra agora