♛Capítulo II♛ Realeza sem pecado

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Nota inicial: Sejam bem-vindos ao segundo capítulo dessa fanfic inédita! Vamos logo?

Boa leitura ❤

O sol da manhã de primavera penetrava na fina cortina que descia em ondas pelos janelões, fazendo raios dourados cruzarem o quarto e a fina bruma de poeira dançar na luz. O odor doce dos pães de canela sendo assados penetrava pela fresta da porta, o som calmo do canto dos elfos ecoava pelos corredores do palácio em leves acordes. Um passarinho cantarolava do outro lado da porta, na sacada externa do palácio que dava no jardim. O cheiro de orvalho fresco penetrava no quarto, o aroma da poda da grama acompanhava-o; a brisa agradável da primavera agitava as cortinas mais leves, a luz do sol derramando grossos raios dourados no chão de cedro, fazendo-o brilhar em tons de chocolate. O quarto inteiro se misturava ao brilho do sol, pontos de cor salpicando nas almofadas, cortinas e tapetes – ocre, dourado, vermelho, fuschia, índigo, verde e prata. Os castiçais presos as paredes de pedra ainda brilhavam com as velas pela metade, as chamas levemente agitadas pelo vento.

Era mais ou menos assim que ela acordava todas as manhãs – pela brisa, pelo canto dos pássaros e pelo sol primaveril.

Silmalótë abriu os olhos e sorriu, sentindo que nada havia mudado. Sua vida era boa o tempo todo – sem sustos, sem contratempos, sem guerras. Todos os dias eram pacíficos na Floresta Branca. Ela coçou os olhos e se sentou na cama, respirando fundo o aroma agradável da floresta. Pelo farfalhar inquieto das cortinas, ela observou as folhas brancas da floresta se agitarem, cintilando em tons prateados sob a luz do dia. Em tons semelhantes a diamantes lapidados, a capital do reino, Vellen, adormecia e despertava com o sopro quente do sol. Os troncos das enormes árvores eram negros, gastos e sinuosos; alcançando até cinquenta metros de altura. O castelo se erguia no final daquela trilha, imponente, vistoso, cinzento com as torres mais altas cobertas por telhados dourados como o sol. Os janelões que resplandeciam a plenos pulmões na luz do dia, eram de vitrais multicoloridos cuidadosamente planejados em aço, bronze, mármore, porcelana, ouro e prata. As portas de entrada para o castelo eram um par suntuoso de pedras muito altas de mármore branco, encrustadas de diamantes e pérolas; imponentes, essa porta media impressionantes dez metros de altura, por oito de comprimento. O mármore tendo três metros de largura. Chumbadas nas grossas paredes de pedras por travessões, e dobradiças, de aço e ferro que mediam vinte centímetros de polegadas; que desciam do teto ao chão. Apesar do monstruoso tamanho, era necessário apenas um toque de mão para abri-las. Porém, por questões de segurança, eram abertas apenas por dentro, onde se colocava cinco tábuas largas de madeira maciça para trancá-las.

O restante do castelo não era menos suntuoso. O chão era revestido por lajotas de mármore carrara, pedra polida ou madeiras maciças; os candelabros dourados brilhavam no Salão de Baile, e inacreditáveis colunas de granito branco sustentavam o teto em catedral do Salão do Trono. Vellen era muito diferente, porém, da Floresta Verde. O rei Oropher preferia o calor terreno, o odor ocre da madeira, as enomes pontes de pedras e o adentrar tímido do sol pelas janelas dos ambientes mais altos. Os Salões do Rei possuíam níveis inferiores, Silmalótë sabia disso, e o calor úmido da terra a envolvendo era diferente do soprar constante do vento que havia ali. No entanto, ela gostava. Vellen também possuía seus Níveis Inferiores, onde estavam as prisões, os mausoléus, o Arsenal Real, e as Passagens Subterrâneas que levavam para lá da Floresta Branca. Sabe-se lá para onde.

A princesa sorriu. Se fosse para sentir essa paz todos os dias de sua vida, não ousaria em dispensá-la. Estava perfeito do modo que estava.

Três batidas na porta tiraram-na de seus pensamentos, e Silmalótë deixou o olhar escapar das árvores para a entrada do quarto.

Sob o peso da Coroa - Fanfic/ThranduilOnde histórias criam vida. Descubra agora