Capítulo 17

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"Você precisa me contar o que aconteceu naquela noite."

"Você nunca fala comigo. O que mudou?"

"Mudou que a polícia está prestes a bater na sua porta e te levar como suspeita de um assassinato. Lucy, os vizinhos te viram no jardim. Você precisa me contar o que aconteceu para eu poder ajudar."

Lucy suspirou. "Eu fui atrás dele, sim. Eu queria falar com ele."

"E  você conseguiu?"

"Bom, eu toquei a campainha, a mulher dele me botou pra fora e eu fiquei um tempo parada no gramado tentando pensar em como fazê-lo falar comigo. Era sobre nosso filho. Queria saber porquê não foi ao funeral."

"Lena te botou pra fora?"

"Sim. Ela me reconheceu e bateu a porta na minha cara quando pedi por James." Lucy balançou a cabeça. "Foi humilhante."

Kara mordeu a ponta da língua para segurar uma resposta. "A que horas foi isso?"

"Não devia ser mais que dez da noite. Nove e meia, talvez."

A detetive suspirou fundo e coçou a nuca. "Bate com a hora do crime. O legista estimou o tempo entre nove da noite e três da manhã."

"Eles não podem realmente me acusar, não é? Não existe nenhuma prova contra mim."

"Acredite ou não, eles têm algumas sim."

*

O silêncio estava grosso o suficiente para ser cortado com uma faca. Lena parecia saber ter sido pega em uma mentira e Kara estava tentando organizar seus pensamentos mais uma vez.

"Por que não me contou que Lucy apareceu na sua casa naquela noite?"

"Não acho que você teria gostado de saber que sua ex foi ver o amante." Lena foi direta e cortante.

Kara revirou os olhos. "Eu preciso saber da verdade."

A morena hesitou longos minutos. "Eu não sei como é o relacionamento entre vocês duas. Fiquei com medo de... considerá-la suspeita. Ela nunca entrou na minha casa, não podia ter sido ela. Fiquei observando-a da janela da sala."

"Você mentiu para mim e para a polícia. Vai ser difícil levá-los a acreditar em seu testemunho agora."

"Eles já não estavam acreditando antes, não é? Posso saber como perdeu a visão do olho?"

Kara olhou-a por cima do bloco de notas. "Você está em uma cela. Está seriamente pensando na resposta desta pergunta?"

"Me intriga, só isso." Lena deu de ombros.

A detetive balançou a cabeça. "Foi em serviço, estilhaço de balas e madeira."

"Não quer saber como eu consegui a informação do médico?"

"Imagino que tenha usado seu charme com o filho. Não me importo de verdade."

"Você já sabe como consegui."

"É meu trabalho saber das coisas."

"Sabe que não fui eu."

"Sim."

"Nem que foi sua ex."

"Sim."

"Quem foi?"

Kara hesitou. "Eu ainda não posso provar nada."

"Mas você já tem um suspeito." Foi uma afirmação. Aparentemente, Lena podia lê-la como um livro aberto.

Ela sorriu levemente. "Suspeitos não são culpados." Ela se levantou. "Vou tirá-la daqui, senhora Olsen."

Olho por olho - SupercorpOnde histórias criam vida. Descubra agora