"Qualquer policial ou promotor que te interrogue vai tentar achar uma brecha no que diz, por isso é importante me contar o que houve exatamente naquele dia." .
"Eu já falei. Duas vezes."
"Vai falar a terceira e a quarta se for preciso. Você mudou sua história das outras vezes. Desse jeito, até eu vou duvidar da sua inocência."
Lena bufou com raiva. "Eu estava dormindo no meu quarto. Nosso quarto. James me disse que ia estudar para um caso que teria no tribunal no dia seguinte e foi para o escritório."
"Ele não foi encontrado no escritório."
"Aquela era a biblioteca. Enfim, eu acordei umas duas horas depois e fui tomar água na cozinha, quando eu passei pelo escritório dele, vi que a porta estava aberta e sua xícara favorita estava quebrada. Eu entrei para olhar em volta e limpar a bagunça e ele não estava lá dentro, eu posso afirmar isso. Fiquei meia hora limpando e tentando tirar a mancha, então fui para a cozinha e tomei um copo d'água. Eu estava voltando para o quarto quando ouvi a porta da frente se fechando. Eu me inclinei para tentar ver o que era, foi quando vi que ele estava morto na biblioteca."
Kara ergueu uma sobrancelha. Era a terceira vez que Lena contava e ela não tinha derramado uma única lágrima. "É melhor você chorar." William comentou. "O júri adora isso."
"É melhor que não chore." Kara discordou. "Na pior das hipóteses, vão pensar que está em estado de choque."
"Na pior das hipóteses, vão pensar que ela é culpada."
"Senhor Day, não me parece que o senhor confie muito em seu próprio trabalho."
"É claro que confio, mas ela tem que demonstrar alguma emoção por encontrar o marido morto dentro de casa.""Pode nos dar alguns minutos?"
"Ela é minha cliente."
"Por favor, senhor Day. Não vou lhe dar nenhum conselho que vá lhe prejudicar."
William hesitou, mas acabou jogando as mãos para o alto e saindo apressado da sala. Lena olhou a detetive com dúvida no olhar.
"Quem tem acesso à sua casa?"
"O que?"
"Você disse que ouviu a porta da frente se fechando. Quem tem acesso à sua casa?"
"Nossa empregada, mas ela está de férias a quase um mês."
"Quem mais?"
"Ninguém."
"Assistentes, colegas, amigos, parentes."
"Ninguém mais tem acesso à nossa casa. James não permitiria. Ele odeia que as pessoas venham ser avisar."
Kara respirou fundo. "Vocês têm alguma chave de emergência?"
"Não. Ele dizia que era muito perigoso ter uma. Mas... Eu perdi minhas chaves faz algumas semanas. Bom, não perdi realmente. Eu não consegui encontrá-las, mas, no dia seguinte, vi que estavam na minha bolsa. Acho que ficou escondida atrás de algum papel. Por que? O que está pensando?"
"Acho que quem matou seu marido, veio até aqui especialmente para o trabalho. Nosso problema, senhora Olsen, é que vocês estavam sozinhos nessa casa. Ninguém pode confirmar que o barulho da porta é real, nem que você estava realmente dormindo."
"O que isso significa?"
"Que todos vão pensar que foi você."
*
Kara estava bufando de raiva enquanto esperava o elevador parar no andar certo. Pisando forte contra o chão, ela seguiu até o escritório conhecido e abriu a porta sem cerimônias.
"Como você conseguiu? Como conseguiu fazer com que ela voltasse para a cadeia? Você tem algum dom para perder casos?"
William olhou-a por cima do papel que segurava. "Foi uma determinação judicial. Prisão preventiva pelo surgimento de novas provas."
"E você não pode argumentar porque ficou com medo do grande juiz? Que tipo de advogado você é? Honestamente..."
"Qual é o motivo de tudo isso? Por que está tão interessada neste caso? Por que aceitou o pedido de Lena de investigar as provas e ficar de olho na polícia? Não pode ser um favor, ninguém faz isso por um simples conhecido."
Kara abaixou os ombros lentamente e assumiu uma postura mais defensiva que ofensiva. "Não é um favor. Vou receber por isso. É um novo caso."
"Ou..." William se levantou e deu a volta na mesa para ficar de frente para ela. Ele ajeitou a gravata e suspirou. "Lena é heterossexual, você sabe disso."
Kara ergueu uma sobrancelha. "Está querendo falar algo, senhor Day? Por que eu aprecio as pessoas diretas."
"O que estou tentando falar é que talvez, e isso é apenas uma suposição, você esteja tão nervosa com este caso porque você tem sentimentos românticos em relação à minha cliente. Você é uma detetive esperta, sabe que não é sábio se envolver emocionalmente em nenhum caso. Então, por que não vai pra casa e descansa um pouco até segunda-feira, han?"
"Está sugerindo que eu abandone este caso?"
"Estou afirmando que seria o correto. Se você tem qualquer tipo de sentimento em relação a ela..."
"E quanto a você?" Kara o interrompeu rapidamente. William fechou a boca e, de repente, parecia um cervo travado na mira de uma arma. "Você é o melhor amigo dela, não é? Então também está envolvido emocionalmente neste caso."
"São coisas diferentes e você sabe disso, detetive. Estou tentando ser amigo das duas aqui. Lena nunca vai gostar de você desse jeito, o quanto menos você se envolver... menos vai doer depois."
Kara zombou. "Eu não preciso de conselhos românticos."
"Deveria pedir alguns. Sua ex-esposa vai ser acusada de assassinato do amante."
Ela realmente não queria parecer surpresa, mas foi impossível. "Como é?"
"Regra número um dos advogados de defesa: apresente outro suspeito." William deu de ombros. "A polícia já está começando a achar que Lena está condenada. Nós dois sabemos que não foi ela. Mas sua ex, no entanto, foi vista por vizinhos naquela noite vagando pela vizinhança. Pelo que eu saiba, ela não tem dinheiro para estar apenas procurando uma nova casa. Não depois do tratamento do filho. A polícia ainda não sabe disso, mas assim que souber... Vamos apenas dizer que a senhorita Lane vai entrar por uma porta e Lena vai sair pela outra."
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Olho por olho - Supercorp
RomanceSenhor Olsen, ao seu lado na cama se encontra minha esposa. Ela significa tudo pra mim, eu lhe dei tudo, mas ela decidiu cair na cama errada esta noite. Eu estou com sua esposa aqui, senhor Olsen. Olho por olho. Adaptação (peguei no fanfics Brasil...